Abel tornou o Palmeiras um time competitivo, moderno, vibrante. Campeão da Libertadores
ConmebolSão Paulo, Brasil
Lágrimas, abraços e até língua de fora.
Foram as reações de Abel Ferreira ao seu primeiro título na carreira.
E justo a conquista histórica da Libertadores, comandando o Palmeiras, contra o Santos.
Em pleno Maracanã.
Com a bandeira de Portugal nas costas.
O treinador português de 41 anos, que reestruturou o time que naufragava nas mãos incompetentes de Vanderlei Luxemburgo, comemora hoje, dia que completa exatamente três meses trabalhando no Brasil.
E no meio de tanta felicidade profissional, ele se deixou tomar pela emoção. E expôs um drama pessoal que todos técnicos que trabalham longe de seus países enfrentam. Ainda mais neste triste quadro de pandemia.
"Sou muito melhor treinador (desde que chegou ao Brasil)."
"Mas sou pior tio, pior irmão, pois deixei minha família lá."
"Vocês (jornalistas) não sabem o quanto chorei sozinho de saudade."
"Chorei muito e saí do campo para ninguém ver o quanto estava chorando."
"Adoro minhas filhas e esposa."
Mas a conquista do título mais importante de toda a América traz glórias impensadas.
"O presidente de Portugal (Marcelo Rebelo de Sousa) me ligou. É um orgulho tremendo receber uma chamada dele", disse, empolgado. Em 2019, Rebelo de Sousa parabenizou Jorge Jesus pelo título com o Flamengo.
Abel não teve o menor constrangimento em explicar seu plano tático.
"Jogamos com três médios em linha. Adiantamos o Veiga. A missão sem bola que era do Zé e do Danilo era fazer coberturas no um contra um, Soteldo ou Marinho."
"Foram exímios. Foram três coisas que tínhamos que anular: construção com dois zagueiros e cinco pelo frente, a segunda coisa era essas coberturas interiores que era o Danilo e o Zé, só estar atento a movimentação e estiveram."
Ele descobriu a maneira de travar as maiores armas ofensivas santistas.
Teve ainda a coragem de deixar Felipe Melo de fora e escalar o jovem Danilo.
Abel Ferreira mostra toda sua emoção ao abraçar Luan. Primeiro título da carreira
ConmebolE estava muito orgulho da façanha de conquistar a Libertadores.
"Aconteça o que acontecer, ficaremos na história ou seremos eternos. Gravamos e conseguimos a glória eterna porque é algo muito poderoso e aconteça o que acontecer no futuro vão ter que levar comigo."
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Ele voltou a se emocionar quando foi perguntado sobre o que pensou, quando se viu campeão da América.
"Primeira coisa que lembrei foi da família e do título de 2011 com o juniors com o Sporting. Agradeço a todos os jogadores que treinei, de forma especial a esses. Não posso esquecer dos juniors do Sporting, do B do Sporting, do B do Braga, do A do Braga."
"Porque não falar do presidente do Braga que nunca na história tinha apostado em um treinador de formação?"
"Tenho que falar sobre o dono do PAOK que pagou uma fortuna para eu ir para lá sem nenhum título e que me vendeu porque eu pedi que me deixasse vir."
Quando ele diz 'vendeu' significa que o Palmeiras teve de pagar multa para tê-lo como técnico.
Abel Ferreira só não quis falar sobre o Mundial de Clubes, que o clube disputará.
Abel Ferreira chorou muitas vezes depois de conquistar a Libertadores da América
ConmebolE tem jogo marcado no dia 7 de fevereiro, daqui a oito dias.
Contra o Tigres ou Ulsan Hyundai.
E se vencer, decidirá o título provavelmente contra o Bayern.
"Vamos ter tempo para falar isso. Não estou preparado para responder sobre essa pergunta. Vamos desfrutar e vamos nos preparar. Agora não estou preparado para te responder", escapou.
Ele ainda tinha muito que comemorar...
Veja melhores imagens da conquista do Palmeiras contra o Santos
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