Neymar nunca esteve tão pronto. E tão perto do casamento

Sochi, Rússia

Neymar não tira o sorriso do rosto, aqui na Rússia.

Esta é a Copa do Mundo dos seus sonhos.

Ele tem absolutamente tudo o que deseja.

A começar pelo treinador. Nunca houve alguém que o compreendesse tão bem e o defendesse tanto como Tite. Desde que assumiu o cargo, ele garantiu que iria tirar do atacante a cobrança que considerava 'absurda'.

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"O Neymar tem um talento enorme dado por Deus. Mas ele não pode se colocar como o responsável por tudo que acontece com a Seleção Brasileira. Comigo ele será uma peça fundamental, importantíssima de uma engrenagem que fará de tudo para o Brasil voltar a ser campeão do mundo. Mas não será a engrenagem", disse.

"Antes dele, são as pessoas que precisam entender isso. A cobrança sobre Neymar é desumana", afirmou o treinador.

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As palavras de Tite eram tudo o que o jogador precisava ouvir. Foi criada uma aliança entre os dois essencial para o resgate da Seleção. Neyma não teve nada negado. Deixou de ser capitão, como queria depois da Olimpíada. Passou a ter jogadores e um técnico que cobram veementemente árbitros e rivais quando Neymar sofre uma entrada desleal. Não dão tempo para que ele se irrite e fique chamando a atenção, querendo brigar, xingar, como acontecia com Felipão e Dunga.

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Durante os 21 jogos e toda preparação da Seleção para chegar até aqui em Sochi, Neymar foi muito ouvido. Dividiu opiniões com Tite sobre adversários, sobre parceiros de time. Pessoas ligadas aos dois confirmam que ele convenceu e também foi convencido. Sem subserviência, mas com firmeza respeitosa, o treinador conseguiu fazer valer seu ponto de vista sobre uma equipe compacta, intensa, vibrantre, que sonhava. E deixou claro o quanto dependia do seu camisa 10.

O relacionamento, que já era bom, ficou excelente quando Tite o defendeu publicamente diante da pressão da imprensa mundial, principalmente a francesa. Ela acusava o brasileiro de ser o rei dos vestiários no PSG, não respeitar Cavani e o antigo treinador Unai Emery.

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Neymar está com o treinador que mais respeita. O que conseguiu deixá-lo mais solto, que distribuiu boa parte da responsabilidade que carregava sozinho. Por isso ele tem jogado e treinado de forma mais leve, mais animado, menos tenso, mesmo aqui, às vésperas da Copa.

É uma descontração diferente. Não infantilizada, boba, como era na Copa de 2014. Com brincadeiras de moleques com David Luiz e Daniel Alves. Há alegria, mas não há tapas, tombos, provocações juvenis.

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Além disso, o time é muito melhor do que o de 2014. Mais equilibrado. Tem atletas com potencial muito maior. Não há comparação entre as equipes. A 'Neymardependência' não existe. Há vida sem ele em campo. E ele sabe disso.

Neymar é o líder do grupo. Tem uma ascendência diante dos demais. Ela vem do que consegue fazer com a bola. O respeito que impõe aos adversários. E também na presidência da CBF. Tanto o coronel Antônio Nunes e o próximo presidente e chefe da delegação, Rogério Caboclo, fazem questão de reverenciar o jogador.

Nem no PSG, onde foi comprado por R$ 822 milhões, ele é tratado com tanto cuidado.

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Vai depender absolutamente dele ser um dos jogadores a se revezarem com a tarja de capitão durante a Copa. Ou até mesmo ser o único a colocar a tarja. Muita coisa mudou desde a Olimpíada. Os dois têm conversado muito se vale ou não a pena. Se for para atrapalhar, tirar o foco da partida, ele não será. A relação lembrada por Tite é que Pelé nunca foi capitão do Brasil. O que só o deixou mais solto em campo.

Aos 26 anos, Neymar está mais descansado do que jamais esteve na carreira. Foram três meses forçados para se recuperar da fratura no quinto metatarso direito. Fisicamente está excelente. Até o seu medo de dividida, o trauma na disputa da bola, foi embora. Tantas as pancadas que já levou. Só falta um pouco de ritmo de jogo, mas está quase no ponto de poder mostrar o seu melhor. Até a Comissão Técnica está impressionada com a sua evolução.

Taticamente, atuará na Copa do Mundo como gosta. Atuando solto do meio para a esquerda. E com outros jogadores talentosos, rápidos, para dividir a responsabilidade. E atrair os zagueiros e volantes adversários. Philippe Coutinho, Willian e Gabriel Jesus são atletas que combinam perfeitamente com sua habilidade e dribles.

Não será como em 2014, quando tinha a obrigação de fazer tudo sozinho.

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Se dentro de campo, tudo está perfeito, fora não há do que reclamar.

Quando a CBF resolveu abrir uma ala do luxuoso hotel, que lembra um palácio, aqui em Sochi, para os parentes e amigos dos jogadores, Neymar ganhou enorme presente. Já tem seu grande parceiro e companheiro, o pai. Além da mãe, irmã e filho. E será com seus amigos, seus 'parças', que tanto aprecia, que descontrairá, aliviará um pouco o peso, a responsabilidade que tem nesta Copa do Mundo.

Já está certa a presença durante o Mundial, de Bruna Marquezine, sua namorada. De acordo com a imprensa especializada, os dois nunca estiveram tão próximos do casamento. Há uma expectativa enorme de que o sonho de Neymar seria ser um dos responsáveis por fazer o Brasil campeão do mundo e depois anunciar seu noivado com Bruna.

Não bastasse tudo isso, Neymar se vê assediado pelo Real Madrid. O interesse de Florentino Perez, presidente do clube espanhol, é verdadeiro. A saída de Zidane e a chegada de Julen Lopetegui causará uma revolução no clube. Que pode resultar na saída de Cristiano Ronaldo. E aí, haverá a necessidade midiática de uma grande estrela. Várias estão sendo cogitadas. A principal, o camisa 10 da Seleção.