Família e amigos do Jardim Peri contam história de Gabriel Jesus
Amigos revelam gula por bolachas e até verdadeiro time de infância
Especiais|Guilherme Padin, do R7
Se hoje é uma estrela do Manchester City de Pep Guardiola e da seleção brasileira de Tite, há seis anos Gabriel Jesus ainda era o 'Tetinha', morador do Jardim Peri e jogador do Pequeninos do Meio Ambiente, do treinador José Francisco, o Mamede, na cidade de São Paulo.
A reportagem do R7 esteve no bairro da Zona Norte, onde o camisa 9 da seleção brasileira viveu sua infância e adolescência, para conversar com amigos e familiares do atleta que hoje vive na Inglaterra.
Assim como Neymar, o atacante também levou seus 'parças' para Manchester. Um deles é Fabio Lucio, o Fabinho, amigo de infância de Gabriel que passará as festas de final de ano em São Paulo.
O jovem conta que o jogador do City investe em seus amigos. "Ele ajuda a gente (Fabio e Higor Braga, amigos de Gabriel) com cursos de Inglês e um curso de design para mim e de fotografia para o Higor. Vamos trabalhar para ele futuramente", diz o amigo.
Na mesma rua da família de Fabio vive Alan Diniz, primo do atacante, que se recorda da infância no Peri.
"O Gabriel já quebrou telhado de vizinho pra buscar bola, a gente comprava ovos para jogar nos ônibus que passavam. Sempre brincamos e bagunçamos pra caramba", relembra.
Alan explica o apelido de Tetinha: “Quando era menor, ele tinha o costume de dizer que os times que ele enfrentava eram ‘uma teta’, muito fáceis. Aí pegou.”
Luís Diniz, pai de Alan e tio de Gabriel, acredita que "muito do sucesso dele vem da mãe. Ela deu uma educação essencial para os filhos. Tanto que ele sempre foi muito humilde e focado, não se envolveu com drogas e chegou onde chegou."
Osvaldo de Farias, o Seu Osvaldo, proprietário de um bar próximo à antiga casa do atleta de 20 anos, diz o mesmo que Luís.
"Quando ele vem para o Brasil, sempre passa aqui, paga um refri para a molecada, fica vendo tevê e come bastante bolacha, chocolate. Com bebida e coisa errada ele nunca se meteu."
O aposentado faz questão de dizer que, antes de chegar ao Palmeiras, Gabriel acompanhava o grande rival do Verdão.
“Ele e a família toda torciam para o Corinthians. Ele vinha torcer aqui às vezes. Mas é lógico que nem ele, nem os parentes vão falar nisso”, ressalta o corintiano de 74 anos.
Fabinho, ao ser questionado sobre o time pelo qual seu amigo torcia, desconversa e opta pelo tempo presente. “Hoje ele é palmeirense. E Manchester City também”, responde, sorrindo.
Anderson de Oliveira, vizinho durante infância e adolescência do atleta, destaca o espírito vencedor e obstinado do amigo.
“Sempre foi muito esforçado e correu atrás dos sonhos. Era briguento, marrento e odiava perder. É um moleque bom, e continua humilde depois do sucesso. Tem jogador que esquece a ‘quebrada’. Mas o Gabriel não. Sempre foi a mesma pessoa."