Como está Schumacher? Médicos debatem estado de saúde do piloto
Heptacampeão mundial de Fórmula 1 sofreu acidente grave de esqui há exatos cinco anos e, desde então, informações concretas são descompassadas
Especiais|André Avelar, do R7
Cinco anos depois, as informações sobre o real estado de saúde ainda são descompassadas. Nenhuma foto sequer foi divulgada. Michael Schumacher vive desde 29 de dezembro de 2013, quando sofreu grave acidente de esqui, longe das câmeras de quem foi sete vezes campeão mundial de Fórmula 1. Ainda assim, há espaço para alguma recuperação.
Os especialistas ouvidos pelo R7 fizeram questão de firmar que, assim como todo o resto do mundo, não tiveram acesso ao caso. Mais do que isso, disseram que a recuperação depende de muitos fatores como, por exemplo, a extensão da lesão cerebral. A conhecida vontade a mais, própria dos atletas, pode fazer a diferença.
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“É evidente que povoa a mente de muita gente como estaria o Schumacher hoje dado a gravidade da lesão. O que posso dizer é que estamos tratando de outra pessoa. Claro que ainda é o ex-piloto que está ali, mas a lesão o tirou absolutamente todas as funções. Inevitavelmente, ele perde massas muscular, óssea. Ainda assim, podem voltar com os estímulos provocados”, disse Páblius Staduto Braga, médico do esporte, e gestor do Centro de Medicina Especializada do Hospital Nove de Julho.
Schumi sofreu o acidente no seu primeiro ano da aposentadoria definitiva da F-1. Fora da principal categoria do automobilismo, ele ainda buscava manter a mesma adrenalina de antes em paraquedismo, competições de cavalo, de lancha, de moto... E também esqui, esporte que inclusive já tinha bastante experiência.
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Até mesmo as condições em que o acidente se deu são obscuras. O ex-piloto estaria com a família e alguns amigos em uma estação de esqui em Méribel, na França. Até aí tudo certo. O problema é que, pelo que se conta, um dos filhos dos amigos teria caído fora da pista e o próprio Schumacher teria ido ajudar.
Tão logo Schumacher deu entrada nos hospitais — inicialmente no de Moutier e depois, devido à gravidade da lesão, no de Grenoble – a família tratou de absolutamente blindar toda e qualquer informação sobre o real estado de saúde do piloto. Somente a mulher Corinna e a porta-voz Sabine Kehm estavam autorizadas a falar. E não falavam nada.
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Neurocirurgião do Hospital Moriah, Murilo Marinho explica que a medicina atual permite uma recuperação mesmo depois de tanto tempo em coma. Evidentemente, quanto maior o tempo em coma é possível pressupor que a causa não é das mais simples.
“Tudo depende da gravidade das sequelas, quais funções cerebrais estão prejudicadas. Desde déficits motores, perda muscular importante até funções cerebrais mais específicas como memória e cognição”, ponderou Marinho. “Existem casos em que o paciente sai do coma. A medicina evoluiu e está evoluindo muito para a reabilitação em casos graves como esse do piloto.”
Schumacher, prestes a completar 50 anos, ultrapassou as barreiras das pistas. Além dos sete títulos mundiais, foram 68 pole-positions, 91 vitórias, 155 pódios, 5.114 voltas na liderança e sua dose de carisma apesar das rusgas com Ayrton Senna ainda no início de carreira e, mais tarde, com Rubens Barrichello na Ferrari.
E exatamente esse lado de buscar a vitória a todo custo que pode fazer a diferença na possível recuperação do piloto. Para Braga, os atletas são muito capazes de entregar aquele ‘algo a mais’ em momentos difíceis do esporte ou em sua cama médica, em sua mansão na Suíça.
“Já vi casos de atletas que queriam fazer a fisioterapia de qualquer jeito. Para uma pessoa que sempre fez exercícios, pode ser que volte. A medida que se dê o estímulo e ele consiga interagir, ele possa responder”, disse o médico.
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Schumacher passo a passo: Saiba como anda recuperação do ex-piloto