A mão amiga de Tite para Neymar. E novas apostas. Nada mudou
Convocação para amistosos contra Peru e Colômbia seguem a rotina na Seleção. Privilégio para Neymar, novas apostas e adversários sem o menor sentido
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Goleiros: Ederson (Manchester City), Ivan (Ponte Preta) e Weverton(Palmeiras);
Defensores: Alex Sandro (Juventus), Daniel Alves (São Paulo), Militão (Real Madrid), Fagner (Corinthians), Jorge (Santos), Marquinhos (PSG), Thiago Silva (PSG) e Samir (Udinese);
Meio-campistas: Allan (Napoli), Arthur (Barcelona), Casemiro (Real Madrid), Fabinho (Liverpool), Lucas Paquetá (Milan) e Philippe Coutinho (Barcelona);
Atacantes: Bruno Henrique (Flamengo), David Neres (Ajax), Firmino (Liverpool), Neymar (PSG), Richarlison (Everton) e Vinicius Junior (Real Madrid).
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Duas situações claras na convocação de Tite para os amistosos nos dias 6 e 11 de setembro, nos Estados Unidos, contra Colômbia e Peru.
A primeira é sua mão amiga esticada novamente para Neymar.
Não importa para o treinador o momento tenso, turbulento que o jogador vive. Ele não atua desde o dia 5 de junho, quando torceu o tornozelo e rompeu os ligamentos do tornozelo direito, no amistoso contra o Qatar.
Contusão que o tirou da Copa América.
O técnico não tem a menor ideia do que acontecerá com o jogador até setembro. Ele poderá ir para o Barcelona, para o Real Madrid ou ficar no PSG, com quem mantém uma relação ruim, a ponto de pedir para ir embora.
Desvalorizado, xingado pela própria torcida, o jogador precisava do apoio. Se sentir importante.
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Ainda mais com a Seleção campeã da Copa América sem ele.
Portanto, voltará a ser o camisa 10. Com os mesmos privilégios de sempre: direito a cobrar pênaltis e as faltas que quiser.
Além disso, vai partilhar dos conselhos do treinador sobre seu momento difícil na vida. O técnico aconselhará como enfrentar tanta pressão, mas avisa que não determinará seu futuro.
"Conversei com ele, levamos três aspectos. Qual era o momento dele, como ele estava. Ele disse que estava feliz, trabalhando há um tempo. "Não faço trabalho tático, pois é uma preparação da equipe.
"Perguntei emocionalmente sobre toda a situação: "Estou tranquilo, sei que há o encaminhamento e agora aguardo o PSG na definição". E o terceiro aspecto era a ideia dele jogar antes, um tempo hábil para jogar, e um atleta do nível e da qualidade de Neymar, eu não vou prescindir como técnico."
Tite não consegue ver o Brasil campeão do mundo sem Neymar.
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"Eu usei há tempos "imprescindível" e não "insubstituível". Só o Pelé está fora de parâmetro normal. Falei sobre o lado técnico, tático, o lado humano, desde que haja essa abertura e condição. E desde que esteja aqui.
"Não me sinto à vontade eticamente de sugerir, existem pessoas e ele tem a autonomia de decidir seu caminho. Existem clubes, responsabilidades, e cada um tem sua autonomia. Eu tomo minhas decisões e respondo por elas.
"Torço para que ele tenha luz pelo melhor caminho. E fico torcendo na medida. Mas não tenho direito de dizer "vai para cá, vai para lá". Ele tem gente, estafe, e tem ele como palavra final. Não compete a mim."
Mas o que Tite está fazendo já é importantíssimo. E contraditório. Garantir a vaga de um atleta que está sem fazer uma partida há três meses.
Coutinho é outro também que não sabe onde jogará. Foi convocado, mas jogou a Copa América e disputou amistosos com o Barcelona.
Além de ajudar Neymar, o treinador aproveitou para chamar sete atletas que não disputaram a Copa América.
No gol, o titular será Enderson, mas o jovem Ivan da Ponte Preta terá o seu batismo. E Weverton voltou a ser lembrado.
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O lateral esquerdo Jorge, do Santos. O zagueiro/lateral esquerdo Samir, da Udinese. O volante Fabinho, do Liverpool, ausência injustificada da Copa América. O versátil atacante do Flamengo, Bruno Henrique.
E, até que enfim, aposta em Vinícius Júnior, do Real Madrid.
Gabriel Jesus está suspenso por dois meses pelo chilique que deu na final da Copa América, contra o Peru. E Alisson está contundido.
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"O Samir está inserido neste mesmo contexto, estamos acompanhando ele na Udinese, ele tem três temporadas italianas em alto nível, esteve aqui e eu conversei com o Jayme, que foi técnico dele no Flamengo, ele ganhou Copa do Brasil e Carioca.
"Conversei com o Luxemburgo, falando das virtudes do lado pessoal, qualidades técnicas. Todos os atributos. Bruno Henrique vem se destacando, faz gol, dá assistência, vem com o Abel, pessoa que sou próximo. Tem essa qualidade de fazer lado, centro, uma série de componentes.
"E o Vinicius Junior também, foi convocado anteriormente, na sequência veio o David. Também é um momento de oportunidade."
Tite é forçado a esses amistosos sem sentido algum contra equipes que estavam disputando a Copa América no mês passado.
O Brasil necessita de qualquer maneira fazer intercâmbio, enfrentar seleções europeias. Nas últimas quatro Copas do Mundo, foram times do Velho Continente que eliminaram a Seleção.
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Mas como a CBF vendeu amistosos até 2022 para a empresa inglesa Pitch, não tem o direito de escolher adversários.
Times tradicionais como a Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Holanda, são caros. E complicados para encontrar vaga em seus calendários organizados há anos.
A saída da Pitch são os times sul-americanos, africanos, asiáticos, que nada acrescentam à Seleção.
Por isso tantos amistosos insignificantes.
Os dois próximos são para Neymar.
E testar novos atletas na Seleção.
Lembrando sempre que os veteranos, como Marcelo, Miranda ou Felipi Luís serão sempre bem-vindos no futuro, se precisar.
Nada mudou depois da Copa América...
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