A história secreta do ‘doce’ Amaral. O dia que ele e Edmundo trocaram socos e pontapés. Com torcedores do Flamengo

Amaral é conhecido no Brasil todo por sua ‘doçura’.

Sua sinceridade, que para desavisados, beira a ingenuidade.

O que está longe de ser verdade.

Ele sempre soube muito bem o que ocorria ao seu redor.

Principalmente no futebol.

Ele costuma contar suas histórias realmente engraçadas.

E que ficam muito mais, diante de sua postura escancarada.

Excepcional marcador, até mesmo os atletas que anulava o admiravam pela falta de maldade.

Mas Amaral é humano.

E também perde o controle, como todos.

Foi o que aconteceu na madrugada do dia 15 de janeiro de 2000, na frente de um hotel de luxo, na Barra da Tijuca.

O Vasco acabara de perder o título mundial para o Corinthians.

E a delegação estava voltando, aos poucos, para o hotel.

“Eu nunca chorei tanto na minha vida.

“Foi uma dor inacreditável.

“Nós treinamos muito, nos dedicamos, tínhamos um timaço.

“Tinha certeza que seria campeão do mundo.

“Dominamos, jogamos bem, mas perdemos nos pênaltis para o Corinthians.

“O Edmundo também chorou demais, somos amigos, parceiros.

“Ele errou a última cobrança, estava arrasado.

“A gente estava junto, um consolando o outro, quando chegamos no hotel.

“E tinha um grupo de torcedores flamenguistas esperando a delegação do Vasco.

“Eles começaram a nos gozar.

“O Edmundo partiu para cima deles.

“Eu, que não sou de briga, fui junto.

“Fiquei cego de raiva.

“Foram socos, pontapés.

“Respeito todo mundo, mas não sou de ferro.”

Amaral também lembra como era difícil jogar no Vasco.

Não por falta de talento dos companheiros, mas pelo ego de Romário e Edmundo.

“Eu era amigo dos dois. E eles viviam brigando.

“Teve um jogo os dois estavam irritados um com o outro.

“Eu peguei uma bola dentro da área, o Edmundo me pediu o passe, dei para o Romário, que estava mais livre.

“O Edmundo me xingou.

“Peguei outra e o Romário me pedi, o Edmundo estava mais livre e passei para ele.

“O Romário me xingou.

“Aí, veio outra bola boa.

“Os dois pediram o passe.

“Pensei: o que faço?

“Sabe o que fiz? Chutei para o gol, para fora.

“E os dois me xingaram.

“Era duro...”

Amaral conquistou quatro brasileiros, dois pelo Palmeiras, um pelo Corinthians e outro pelo Vasco.

Do Exterior, ele tem uma lembrança importante e dolorida.

A falência da Fiorentina, que o levou junto.

Em agosto de 2002, o clube italiano faliu.

“Foi um enorme choque para a minha vida finaceira.

“Eu perdi R$ 17 milhões.

“Fali também.

“Mas só que não sou de ficar preso às coisas materiais.

“Fali?

“Ganho de novo.

“A vida é assim.

“Sou muito feliz com o que Deus me deu...”

A entrevista completa de Amaral está no canal do Cosme Rímoli, no youtube.

Uma parceria com o R7.

A cada semana uma entrevista com um personagem do esporte deste país...