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Copa 2018 - Blog

Seleção brasileira empenha guerra desnecessária em plena Copa 2018

Rispidez de Paulinho, melhor em campo depois da vitória sobre a Sérvia, chamou atenção no Estádio do Spartak. Neymar segue com 'greve de silêncio'

Copa 2018|André Avelar, do R7, em Moscou, na Rússia e André Avelar

Seleção brasileira demorou quase duas horas para deixar vestiários do Spartak
Seleção brasileira demorou quase duas horas para deixar vestiários do Spartak

Não é segredo para ninguém que nem todo jornalista brasileiro torce para a seleção brasileira. Daí a empenhar uma guerra da mais autêntica “nós versus eles” em plena Copa do Mundo já é demais. Depois da vitória do Brasil sobre a Sérvia, e é bom que se lembre que foi mesmo uma vitória, chamou a atenção o semblante fechado dos jogadores nas entrevistas no Estádio do Spartak.

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Tite riu, disse que iria se permitir a tomar suas caipirinhas e respondeu à quase todas perguntas dos jornalistas e, ao seu modo, deixou o ambiente um tanto mais leve. Afinal, o Brasil havia superado o fantasma da eliminação ainda na fase de grupos que assombrou a Alemanha horas antes da partida contra a Sérvia. Já os jogadores não seguiram o mesmo roteiro do treinador e tampouco exemplificaram o porquê. 

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A rispidez de Paulinho logo na primeira resposta foi um aviso de que as entrevistas não seriam tão agradáveis. Ora, se o jogador foi eleito o melhor em campo, qual o motivo para tamanha raiva? Não só o volante não havia jogado bem o empate contra a Suíça, na estreia, e a vitória suada diante da Costa Rica, como toda a equipe havia ficado devendo. Parte de um grupo que só recebeu elogios das Eliminatórias Sul-Americanas para cá, o volante disparou os ataques.


“Sobre as duas primeiras partidas, depende muito de como vocês [jornalistas] enxergam o futebol. Talvez o Paulinho vá bem [para vocês] quando faça gol. Minha preocupação é ajudar a equipe independentemente se faço ou não gols”, disse o jogador, sem aceitar a mínima crítica ao seu trabalho. “Nós jogadores estamos acostumados com críticas e colocações que não são verdadeiras".

Na saída dos vestiários, quase duas horas depois da partida, alguns poucos jogadores, os mais experientes do time, pararam para as entrevistas, que fazem parte do protocolo da Fifa. Bom que se diga também que nesse ritual não há favor algum de nenhuma das partes. O jogador dá entrevista se quiser, o jornalista o entrevista se quiser.


Enquanto Philippe Coutinho falava mais em espanhol com a imprensa do país onde joga, Roberto Firmino dava respostas rápidas de quem nem parece que quer ser o titular na vaga de Gabriel Jesus. O craque Neymar passava atrás deles em um novo capítulo da sua “greve de silêncio”.

Desde pelo menos os Jogos Olímpicos, Neymar, esse sim, tem empenhado uma verdadeira guerra contra os jornalistas. Talvez nem todos, talvez até gostaria de se expressar, dizer o que pensa da Copa, do mundo, da Copa do Mundo, mas preferiu continuar sua “greve de silêncio” ao melhor estilo “vocês vão ter que me engolir”, como repetiu o ex-técnico Zagallo na Rio 2016.


A maior prova dessa guerra disfarçada são as infinitas matérias com o tal do Canarinho Pistola. Como produto de marketing, ele certamente é impagável. Mesmo a pessoa que fica embaixo daquela fantasia (sim, é uma pessoa) é muita habilidosa com o público e, sobretudo, com a bola nos pés. Mas o mascote não pode virar o mote de entrevistas para driblar o futebol aquém do esperado.

Aqui não se trata de um infeliz “observatório da imprensa”, para lembrar o brilhante Alberto Dines, que morreu antes da Copa do Mundo começar, mas lembrar que a seleção brasileira está nas oitavas de final da competição mais importante do planeta. Não precisa cair em badalação, mas saber conviver com as críticas quando o futebol verde-amarelo não é representado.

A quem interessar possa, faço parte dos jornalistas que torcem para a seleção brasileira.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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