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BRASILEIRO 2022

Testemunha do caso Daniel pede à Justiça para não ver assassino

Solicitação foi enviada à Justiça do Paraná nesta quinta-feira (31) pelo advogado do jovem que foi o primeiro a revelar detalhes do crime à polícia

Futebol|Cesar Sacheto, do R7

Daniel Corrêa foi degolado e teve os órgãos genitais cortados pelos assassinos
Daniel Corrêa foi degolado e teve os órgãos genitais cortados pelos assassinos Reprodução/Instagram

O advogado Jacob Filho, que representa a principal testemunha da morte do jogador Daniel Corrêa (ex-São Paulo), ocorrida em outubro do ano passado, no Paraná, solicitou à Justiça que o jovem não seja colocado frente a frente com o assassino confesso na primeira audiência do processo judicial. A solicitação, que visa evitar constrangimento e risco de intimidações por parte do réu, foi protocolada nesta quinta-feira (31).

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Os depoimentos dos sete réus e da testemunha foram marcados pela juíza Luciani Regina Martins de Paula para o dia 27 de fevereiro e serão realizados na 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, município onde o crime foi cometido.

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"O advogado dele [Brittes] estará no depoimento e poderá fazer perguntas. Então, ele estará bem assistido", argumentou Jacob Filho, que se baseou no Artigo 217 do Código de Processo Penal brasileiro para fazer a solicitação sem que possa haver prejuízo da defesa.


"O artigo diz que, 'se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu'. É o que vou requerer", afirmou.

Testemunha abalada


O rapaz, de 23 anos, foi incluído no programa de proteção à testemunha da polícia paranaense após ter recebido várias ameaças de morte — que também foram feitas à mãe dele — e vive agora em outro Estado. Mas o advogado garantiu que a testemunha vai comparecer ao depoimento, mesmo não tendo sido ainda oficialmente intimada.

"Porque temos um compromisso com a Justiça e para evitar que a defesa diga que ele está com medo de dizer a verdade, que vai fugir. Ele não tem nada a ter. É testemunha", enfatizou o advogado.


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Jacob Filho lembrou que o estudante universitário — primeiro a revelar à polícia detalhes do brutal assassinato de Daniel — teve que abandonar a faculdade, a família e os amigos. Por isso, foi diagnosticado com transtorno pós-traumático e depressão profunda. "Não há uma noite que não durma com essa imagem na cabeça", relatou o jovem.

Expectativa pelo julgamento

Os parentes de Daniel, que completaria 25 anos no dia 22 deste mês, estão ansiosos pelo desfecho do caso e esperam por uma sentença que faça justiça à memória do jogador. O advogado Nilton Ribeiro demonstrou confiança em um resultado que conforte a família. "Estamos próximos da condenação te todos os envolvidos", destacou.

Relembre quem são os réus e quais as condutas criminosas de cada um na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Paraná e aceita pela Justiça:

Edison Brittes — homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e coação no curso do processo;

Cristiana Brittes — homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;

Allana Brittes — coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;

Eduardo da Silva — homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

Ygor King — homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;

David Willian da Silva — homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;

Evellyn Brisola Perusso — denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.

Situação dos réus

Dos envolvidos no crime, apenas Evellyn Brisola aguarda os trâmites do processo em liberdade. Os demais continuam presos.

Anteriormente, o R7 havia informado que Eduardo Purkote era um dos réus. O jovem chegou a ser investigado depois do crime. Porém, o Ministério Público do Paraná entendeu que ele não tinha qualquer ligação com o caso. Por isso, Purkote não foi denunciado e não se tornou réu. A reportagem foi corrigida às 9h50.

Relembre fatos sobre o assassinato do jogador Daniel em 20 imagens:

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