Mexicanos se impressionam com Maracanã... Mas ainda preferem Azteca
Estádio no Rio e templo na Cidade do México ficarão empatados no recorde de finais de Copa
Copa do Mundo 2014|André Avelar, do R7, no Rio
Foto de um e de outro, foto com a família, selfie... Era tanta alegria e tanta pose que chamava a atenção de quem passava pela porta do Maracanã, no Rio de Janeiro. Devidamente uniformizados e com uma bandeira considerável de seu país em mãos, uma família mexicana se impressionou com a beleza do palco da final da Copa 2014, mas deixou bem claro a sua preferência em relação ao Estádio Azteca, na Cidade do México.
Perguntados pelo inocente repórter qual estádio era mais bonito, a família Quiroz respondeu em coro:
— Azteeeecaaaa.
O Azteca é um tanto mais jovem que o sessentão Maracanã. O irmão mexicano, por assim dizer, é de 1966. Foi utilizado em algumas partidas dos Jogos Olímpicos de 1968, mas foi com Félix, Carlos Alberto, Clodoaldo, Gérson, Jairzinho, Rivellino, Tostão e um tal de Pelé que ganhou destaque mundial. O estádio sediou a final da Copa de 1970 e se encantou com o futebol dos brasileiros. Até hoje esses jogadores do tricampeonato são reverenciados por lá.
Em 1986, ainda viu Diego Armando Maradona carregar sozinho um país inteiro no bicampeonato da Argentina. Antes da grande final contra a Alemanha Ocidental, ainda viu a La Mano de Dios e um dos gols mais bonitos da história das Copas, nas quartas de final contra a Inglaterra. Maracanã e Azteca serão os dois únicos estádios a sediar duas finais de Copa do Mundo.
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Pela primeira vez no Brasil, a torcedora Ana gostou da cordialidade do brasileiro e disse que se parece com a do mexicano. Mesmo assim, fala com saudade de seu país e, claro, de seu estádio.
— O Azteca já está um pouco velho. Precisa ser reformado como o Maracanã foi. Estamos adorando estar aqui, os brasileiros são como os mexicanos, mas lá é a nossa casa. Gostamos muito daquele estádio.
Já o Maracanã foi construído para a Copa do Mundo de 1950. A festa estava mais pronta que o próprio estádio, mas o uruguaio Alcides Ghiggia impediu a comemoração em um dos mais tristes episódios do futebol brasileiro: o Maracanazo. Para este Mundial, o estádio ficou quase três anos fechado para obras e agora se mostra tão pronto quanto belo para receber outros seis jogos além da final.
Assim como o Brasil, o México só joga no Maracanã se chegar mesmo à final. Para a família, não ver a sua seleção agora não tem problema. Ainda que um tanto empolgado principalmente depois do empate sem gols entre Brasil e México, na segunda rodada, Edgar manifestou um desejo para 13 de julho.
— Quem sabe brasileiros e mexicanos não se encontram na final.