Projeto feminino do Corinthians leva o Brasil à final das Olimpíadas
Arthur Elias, técnico da seleção brasileira feminina de futebol, apostou em um time mais ofensivo e optou por jogadoras que estiveram com ele em campanha multicampeã no clube paulista
Gol Delas|Do R7
A seleção brasileira feminina de futebol fez história ao se classificar para uma final de Olimpíadas — algo que não ocorria desde 2008 — e, agora, vai lutar pela medalha de ouro inédita. Isso acontece exatamente um ano depois do Brasil se despedir de maneira precoce e melancólica da Copa do Mundo de Futebol 2023. Na época, a seleção, que tinha a sueca Pia Sundhage como técnica, foi eliminada pela França ainda na fase de grupos.
A conquista do Brasil tem muitos méritos do treinador Arthur Elias e do projeto comandado por ele no futebol feminino do Corinthians durante oito anos vitoriosos.
Arthur já era um nome desejado há tempos na seleção brasileira por quem acompanha o futebol feminino. Ele assumiu o comando da amarelinha em setembro do ano passado, justamente depois da campanha vergonhosa do Brasil na Copa.
Com o novo treinador, a seleção ganhou não só caras novas, mas identidade e uma proposta de jogo bem diferente a de Pia: um time mais ofensivo e com a marcação forte, algo parecido com o que ele fazia no Corinthians.
Além de Arthur ter imprimido esse novo estilo ao Brasil e ter resgatado a mentalidade vencedora da seleção, o técnico tem no elenco seis jogadoras que defendem atualmente o Corinthians — Tamires, Yasmim, Duda Sampaio, Vitoria Yaya, Gabi Portilho e Jheniffer — e mais sete atletas com passagens pelo clube paulista — Tarciane e Adriana (saídas mais recentes), Kerolin, Ana Vitória, Antônia, Gabi Nunes e Tainá. O fato de as corintianas serem conhecidas pelo treinador (e vice-versa) fez muita diferença nas últimas duas ótimas partidas da seleção nas Olimpíadas de Paris-2024.
Quem assistiu ao jogo do Brasil contra a Espanha, inclusive, lembrou em alguns momentos de Arthur Elias com as Brabas. Isso porque, a seleção surpreendeu as adversárias com a defesa alta e povoando o ataque. Não por acaso, um dos gols saiu de uma jogada entre Adriana e Gabi Portilho, que jogaram juntas no Corinthians.
O projeto multicampeão da grande potência do futebol feminino brasileiro, que agora se reflete na seleção brasileira, também passa muito pelas mãos de Cris Gambaré. Ela foi diretora do Timão por mais de 10 anos, além de ter sido conselheira do clube. Cris ajudou a construir a história do futebol feminino do Corinthians, sempre buscando melhorias em termos de estrutura, investimento e até profissionalização da modalidade.
No início do ano, ela aceitou o convite para assumir o cargo de coordenadora técnica da seleção brasileira feminina e, agora, repete a dobradinha de sucesso com Arthur Elias.
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