Sem Cavani, Suárez, Diego Costa. Nem Talisca. Corinthians fecha com o 'desconhecido' Júnior Moraes
Vítor Pereira deu seu aval, e o Corinthians tem seu 'jogador que faltava'. O atacante Júnior Moraes. Filho do artilheiro dos anos 80 Aluísio Guerreiro, ele chega de graça. Mas com a confiança do técnico português
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Há quatro dias Duilio Monteiro Alves e Roberto de Andrade têm uma missão especial. Explicar a conselheiros e chefes de organizadas, que formam sua base eleitoral.
Explicar quem é Júnior Moraes.
O atacante de 34 anos é praticamente um desconhecido no Parque São Jorge.
E também alvo de desconfiança.
Afinal, Duilio Monteiro Alves insistiu que seu sonho para jogar como atacante no Corinthians respondia pelo nome de Cavani. O atacante de R$ 6 milhões mensais seguiu no Manchester United. Roberto de Andrade tem grande apreço por outro uruguaio, Luis Suárez, R$ 4,5 milhões. Que também segue no Atlético de Madrid.
Anderson Talisca estava brigado com a diretoria do Al Nassr. Estava há dois meses sem receber. Negociou com o Corinthians, mas acabou fazendo as pazes com os árabes e seguiu recebendo cerca de R$ 2,2 milhões mensais.
Depois foi a vez de Diego Costa. O atacante que deixou o Atlético Mineiro, onde ganhava R$1,5 milhão por mês, foi procurado pelo Corinthians. Mas deixou claro que iria, primeiro, esgotar todas as possibilidades de voltar a atuar na Europa. Se não fechasse com clube algum, aí poderia jogar no Parque São Jorge. Os paulistas ficaram irritadíssimos com a resposta e desistiram do jogador.
O técnico Vítor Pereira, o português que o Corinthians teve de batalhar muito para contratar, já detectou que é séria a ausência de um jogador efetivo de área no elenco. Jô, que fará 35 anos daqui a uma semana, não mostra a mesma efetividade, energia, de que Vítor precisa.
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Diante desse cenário, surgiu Júnior Moraes.
Filho do ex-centroavante do Santos, na década de 80, Aluísio Guerreiro, o jogador de área teve uma carreira de nômade, trocando de clubes e de países, atrás das melhores propostas.
Começou no Santos, foi para a Ponte Preta, Santo André. Decidiu ir para o Leste Europeu. Atuou no Gloria, da Romênia, no Metallurg Donetsk, da Ucrânia; de lá para o CSKA Sofia, da Bulgária; no Dínamo de Kiev, Ucrânia.
Jogou na China, também, no Tianjin Quanjian, por empréstimo. Ao voltar ao Dínamo, não teve seu contrato renovado. Passou a jogar no Shakhtar Donetsk. Viveu ótima fase. Naturalizado, jogou pela seleção ucraniana.
Teve uma gravíssima contusão, em abril do ano passado, rompeu os ligamentos cruzados do joelho direito. Recebeu tratamento no Corinthians. E deu início à aproximação com o clube do Parque São Jorge.
A negociação, como explicam Adilson e Roberto, foi "de ocasião", uma "oportunidade". O jogador tinha contrato até junho com o Shakhtar. E, como a Fifa liberou os atletas estrangeiros com vínculo com equipes ucranianas até junho, ele está livre.
Júnior Moraes não é extremamente técnico. É ágil, vibrante, de toques curtos, rápido. Relativamente baixo para o futebol moderno, 1m76, ele se encaixa melhor em equipes de movimentação constante do meio para a frente, como Vítor Pereira quer impor no Corinthians.
Tem personalidade forte e é muito participativo nos jogos.
Passou nos exames médicos detalhados ontem.
E será o novo reforço, a última peça para 2022.
O contrato estava sendo finalizado. A tendência era ser até dezembro, com a possibilidade de renovação por um ano.
Não vieram Cavani, Luis Suárez, Diego Costa nem Talisca.
Mas Júnior Moraes é uma aposta.
Jogador com características que faltavam ao Corinthians.
Com a confiança de Vítor Pereira.
Só que um completo desconhecido no Parque São Jorge...
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