Ronaldo jamais comprará o Corinthians. Foi ‘expulso’ pelas organizadas em 2011. Rejeição não foi esquecida, pelas festas e vexame contra o Tolima

“O dia que o Corinthians decidir virar SAF, eu sou o comprador.

“Arrumo dinheiro no mercado e vou adorar fazer, envolver o torcedor.

“É resolver a dívida do estádio e é só olhar para frente com orçamento grande.

“O Corinthians fatura dinheiro.

“E organizado vai faturar mais ainda.”

Ronaldo Fenômeno garantiu em entrevista, que quer virar dono do Corinthians.

Como foi no Cruzeiro.

E é no Valladolid.

Acredita ter em conta o período que passou no Parque São Jorge

Ele atuou em 2009 e 2011, quando foi rejeitado pelo clube do ‘seu coração’, o Flamengo.

A equipe carioca não o quis contratar pelos gravíssimos problemas que tinha, nos dois joelhos.

Ronaldo foi fundamental na reconstrução do Corinthians, que havia disputado a Segunda Divisão em 2008.

Suas passagens por PSV, Barcelona, Inter de Milão, Real Madrid e Milan deram experiência suficiente para mostrar ao então presidente Andrés Sanchez, como modernizar as instalações do clube.

E seguindo as orientações, não só de Ronaldo, mas de dirigentes desses clubes europeus, o Corinthians deu o maior salto na sua infraestrutura da história.

Todos no Parque São Jorge admitem sua importância fora do campo.

Mesmo dentro.

Muito acima do peso, foi responsável pela conquista da Copa do Brasil e do Paulista, em 2009.

Só que, cansado das dores nos joelhos, ele planejou encerrar sua carreira em 2011.

No ano da comemoração do centenário do Corinthians, o rendimento já caiu.

Mas o clube chegou à pré-Libertadores.

O treinador já era Tite, substituto de Mano Menezes, que foi para a Seleção.

Ele protegia o atacante.

O poupava de treinamentos mais fortes, o preservava para jogos.

O midiático Roberto Carlos também havia sido contratado.

No final de carreira, não tinha mais o vigor físico fora do comum.

O lateral ex-Palmeiras e ex-Real Madrid sempre foi amigo íntimo de Ronaldo Fenômeno.

Chegou como o grande ‘presente’ para 2010.

Seu desempenho foi pífio, assim como as últimas partidas do atacante, em 2010.

Chegou 2011 e a pré-Libertadores.

Os chefes das principais organizadas do Corinthians já acompanhavam a vida fora do campo das duas estrelas.

E sabiam das festas e mais festas.

Cobravam Andrés Sanchez, que insistia que os resultados dos dois, em marketing, nas arrecadações e mesmo nos jogos, compensavam.

Só que vieram os confrontos com o Tolima.

Àquela altura, o Corinthians jamais cogitou ser eliminado pelo modesto clube colombiano.

Nenhuma equipe brasileira havia caído naquela fase.

A primeira partida terminou 0 a 0 no Pacaembu.

Até que, na fatídica noite de 2 de fevereiro de 2011, 2 a 0 para o Tolima, em Ibagué.

Revoltados os vândalos infiltrados nas organizadas decidiram se vingar.

Destruíram os carros de Ronaldo e de Roberto Carlos, que haviam ficado em São Paulo.

E ameaçaram de agressão os dois se seguissem no Corinthians.

As pichações no Parque São Jorge não deixaram dúvidas sobre a ira dos vândalos.

A direção colocou seguranças particulares para protegerem os dois.

Os atletas temeram também por suas famílias.

Roberto Carlos foi embora.

E Ronaldo encerrou a carreira, alegou ter hipotireoidismo, doença que tem como característica a obesidade.

Ficou longe também do Parque São Jorge.

Só que os chefes das torcidas corintianos não o perdoaram.

Mesmo 14 anos depois.

Desse escândalo Ronaldo não se livrou.

A direção da Gaviões da Fiel, principal organizada, já deixou bem clara sua posição.

Para Andrés Sanchez e para Augusto Melo.

Não aceita, de maneira alguma, que o clube vire SAF.

E seja comprado.

Muito menos por Ronaldo.

Por mais que o clube tenha sido eliminado este ano, pela terceira vez, da Pré-Libertadores, a primeira foi inesquecível.

Por ter Ronaldo e Roberto Carlos.

Estrelas mundiais que tinham toda a confiança dos torcedores.

Ninguém se esqueceu de Ibagué, cidade colombiana onde o Corinthians foi eliminado.

A vontade de Ronaldo, explícita ao podcast Charla, não se tornará realidade.

Ele terá de aumentar sua fortuna longe do Parque São Jorge.

Não só por ele ter sido enorme decepção no Cruzeiro e ganhou centenas de milhões, comprando e revendendo o clube mineiro.

E nem pela gangorra que coloca o Valladolid, seu único clube agora, que alterna Primeira e Segunda Divisão na Espanha.

Pela postura descomprometida no Corinthians, em 2011.

Em um dos maiores vexames que o clube passou.

As organizadas não esqueceram.

E elas são fundamentais em qualquer decisão importante em Itaquera...