Raphinha empolgante. Pode ser o fim da dependência de Neymar. 4 a 1 contra o Uruguai
O atacante do Leeds foi o melhor brasileiro em campo. Marcou dois gols na goleada diante do decepcionante time uruguaio. 4 a 1 foi até muito pouco. Tite descobriu que pode atacar
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Raphinha roubou a cena em Manaus.
Na melhor apresentação do Brasil nas Eliminatórias, a vitória empolgante por 4 a 1 contra o Uruguai. Tite resolveu testar uma equipe francamente ofensiva, diante da fraca geração que Óscar Tabárez tem nas mãos. E deu muito certo.
Leia também
Foram 19 finalizações do Brasil contra 6 do Uruguai.
Tite descobriu que a Seleção pode atacar.
Se não fosse Muslera, a goleada seria histórica.
Não é por acaso que o Uruguai está em quinto nas Eliminatórias.
E pode nem chegar ao Mundial do Catar.
O Brasil pressionou a saída de bola uruguaia. E se aproveitou de todo espaço cedido pelo espaçado time uruguaio.
Raphinha valorizou o espaço que teve para humilhar, na ponta direita, com o pé esquerdo, o ex-palmeirense Viña. Assim como Neymar não teve dificuldade para vencer Nández. E pelas laterais o Brasil foi triturando cruelmente o decepcionante rival.
Raphinha marcou dois gols, Neymar marcou um e Gabigol outro. Suarez descontou.
Foi uma festa o reencontro da Seleção com a torcida.
Com 31 pontos, em 11 jogos, com dez vitórias e um empate, o Brasil mais do que encaminhou sua classificação para o Mundial de 2022.
"Não tem como explicar a felicidade que estou sentindo hoje. Não poderia ser mais marcante para mim essa partida, com os gols, e a vitória. Estou realizando um sonho de criança, podendo representar toda uma nação, todo um país", disse, empolgado, o atacante do Leeds.
Depois de jogos modorrentos contra a Venezuela e Colômbia, Tite resolveu testar uma equipe mais leve, mas ofensiva. Ele fez cinco trocas no time que empatou, de forma sonolenta, com os colombianos. Ederson teve a chance de substituir Allison. Danilo deu lugar a Emerson na lateral direita. Lucas Veríssimo entrou no lugar de Militão. Thiago Silva no de Marquinhos.
Mas foi tirando Gabigol, que está jogando errado na Seleção, e escalando Raphinha, que o técnico revolucionou, simplificou a maneira de o Brasil atacar.
Com três atacantes, dois abertos pelas pontas, Fabinho na proteção da zaga e Fred liberado para articular do meio para a frente, ao lado de Paquetá, com Emerson muito eficiente na lateral direita e Alex Sandro guardando mais sua posição defensiva, o Brasil parou de trocar passes insignificantes na intermerdiária.
A goleada veio de forma mais do que imprevisível.
Aos nove minutos de jogo, o criticado Fred deixa Neymar livre diante de Muslera. Brasil 1 a 0. A pressão continuou e Raphinha tratou de roubar o protagonismo do atacante do PSG. Com dribles em seguida em Viña, que sempre mostrou fragilidade na marcação no Palmeiras. Seu forte é o apoio.
Mas Raphinha não ficou apenas nos dribles. Na primeira partida como titular do Brasil, aos 17 minutos marcou o segundo gol. Ele pegou o rebote de chute de Neymar que bateu em Godín. 2 a 0.
Os uruguaios pareciam anestesiados. Não esperavam uma postura tão ofensiva e objetiva da Seleção Brasileira. Muslera já começou a mostrar seu repertório, aos 35 anos, fazendo grandes defesas.
Os uruguaios, além de espaçados, não faziam nem faltas. Nem parecia a Seleção Uruguaia. O que ajudava muito o leve ataque brasileiro.
No segundo tempo, o cenário não mudou. Aos 12 minutos, o Brasil marcou 3 a 0. Em um contragolpe muito bem treinador. E que contou com a parceria ,jogar para o time.
Gabriel Jesus tocou para Neymar que, com um só toque, deixou livre Raphinha. O velocista atacante fez sem nervosimo, diante de Muslera.
A partida estava mais do que decidida. E com o Brasil atuando, finalmente, de maneira convincente, animadora. A disparada na liderança das Eliminatórias tem tudo a ver com a fragilidade dos adversários.
Cavani cobrou falta que desviou na barreira e saiu do alcance de Ederson. 3 a 1, aos 31 minutos.
Só que haveria tempo para Neymar deixar livre Gabigol. Na cabeçada, ele ampliou para o Brasil. 4 a 1, aos 37 minutos do segundo tempo.
O Brasil diminuiu o ritmo e se contentou com o 4 a 1.
Jogo fácil demais, mas que mostrou a Tite.
Ele tem de aproveitar Raphinha e parar de insistir com Roberto Firmino e até com Gabriel Jesus, especialista em perder gols com a Seleção.
Dar passagem para o atacante do Leeds e também olhar com carinho para Antony.
A chance de renovação chegou.
E, principalmente, tentar fugir da eterna dependência de Neymar...
Brasil vence o Uruguai por 4 a 1 na Arena da Amazônia. Veja fotos
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.