Pesadelo no Timão. Ex-funcionário luta para travar os naming rights
Da festa ao pesadelo. A animação durou 28 dias com batismo da arena. Processo quer bloquear R$ 15 milhões que Hypera Pharma pagará em 2020
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Até que demorou muito.
28 dias.
O Corinthians foi condenado em um dos 180 processos que enfrenta na justiça.
Depois de inúmeros recursos e 12 anos de batalha jurídica, terá de pagar R$ 1,3 milhão a Marcos Roberto Fernandes, 'controller', espécie de administrador, que trabalhou no clube entre 2000 e 2007, na administração Alberto Dualib.
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E seus advogados, para terem a certeza de que o pagamento será feito o mais rápido possível, querem retirar o dinheiro bloquando o pagamento da Hypera Pharma pelos naming rights do estádio.
Serão R$ 300 milhões por 20 anos.
Os advogados do ex-controller alegam que R$ 15 milhões são pagos anualmente. E daí que sabem a existência do dinheiro.
O presidente Andrés Sanches planejava colocar esses R$ 15 milhões ou até mais, em adiantamento, no pagamento do empréstimo para a construção da arena.
Só que, como a ação já foi vencida pelo ex-funcionário, na 62ª Vara do Trabalho, como revela o site Meu Timão, o clube precisa pagar o mais rápido possível.
A estratégia dos advogados ao tentar bloquear o pagamento da Hypera Pharma é evitar que o Corinthians alegue não ter dinheiro.
A quantia chegou a esse valor tão alto porque ficou provado que o clube devia ao seu ex-controller férias, décimo terceiro, horas extras, descanso remunerado semanal, INSS.
Além de danos morais, por ter sido investigado pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado) e condenado por estelionato. O ex-funcionário alega que nunca teve poder de decisão, em relação à MSI, grupo que controlou o futebol do Corinthians, com dinheiro vindo da Inglaterra, presidido pelo iraniano Kia Joorabchian.
A situação financeira do Corinthians é complicada.
Veja mais: Andrés prometia R$ 400 milhões. Atualizados, R$ 634 milhões
O ex-presidente e candidato pela oposição, Mario Gobbi, garante que o clube já deve R$ 900 milhões e caminha para R$ 1 bilhão em dívidas até o final de 2020.
O Corinthians recebe todo tipo de processo.
Mas os trabalhistas são maioria.
Ex-jogadores como Chicão, Marcelo Mattos, Jucilei, Magrão, Clodoaldo, Paulo Roberto, Bill, Ibson, Manoel, Giovanni Augusto, Paulo André, Diogo Rincón estão na justiça, e otimistas, contra o clube.
O pedido de bloqueio do dinheiro dos naming rights já chegou à 62ª Vara do Trabalho.
É uma situação constrangedora.
Afeta a Hypera Marca, que não tem nada a ver com a falta de pagamento do clube.
Ela paga o preço de ter batizado o Itaquerão de Neo Química Arena.
Não houve como o Corinthians proteger seu patrocinador.
Veja mais: Segundo o Corinthians, Globo 'falará' Neo Química Arena
O processo é público.
Os advogado de Marcos Roberto sabem o que fazem.
A pressão da opinião pública e da própria Hypera Marca deve apressar o Corinthians a pagar seu ex-funcionário.
A situação é constrangedora.
Demorou 28 dias.
E a festa dos naming rights vira pesadelo...
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Como ficam dívidas do Corinthians após venda do nome da Arena
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