Pelo futuro das filhas, Milena pode não processar Jean. "Já perdoei"

Milena Bomfim, agredida pelo goleiro do São Paulo, Jean, falou. E deixou claro que não quer encerrar a carreira do marido. Para não prejudicar as filhas

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

30/12/2019 - 08h47 (Atualizado em 22/02/2024 - 00h48)

São Paulo, Brasil

Sim, havia amante.

Sim, os dois tiraram fotos juntos.

Sim, Jean a agrediu covardemente.

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Sim, foram oito violentos socos no rosto.

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Sim, diante das duas filhas pequenas do casal.

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Sim, a fonte de renda, a vida encaminhada das meninas, ida para as melhores escolas, cursos de inglês, balé, faculdades, viagens, apartamentos e até herança dependem da carreira do goleiro.

Sim, um processo utilizando a Lei Maria da Penha tem tudo para sacramentar a prisão do marido.

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O São Paulo já tem tudo pronto para rescindir seu contrato por 'justa causa'. O motivo, manchar a imagem do clube no mundo, agredindo sua esposa.

Milena Bemfica viajou para Orlando, nos Estados Unidos, sabendo que Jean tinha uma amante. Tinha a esperança de reconquistar o marido. Os dois se relacionam de maneira 'vulcânica', como definiu amigos na Bahia, desde adolescentes.

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A própria Milena teve a coragem de assumir na Globo que foi procurada sexualmente pelo marido três vezes na viagem.

Ou seja, ela não era indiferente a Jean, muito pelo contrário.

Tanto que no momento terrível da covarde agressão de Jean, quando foi esmurrada e seu rosto estava inchado, Milena só deixou alguns minutos no ar. Logo apagou.

Na entrevista que deu ontem à Globo contou sua versão.

E fez uma declaração fundamental para o futuro do casal.

"Já perdoei ele.

"Eu sou cristã, então não pago mal com o mal."

E fez questão de desmistificar a imagem de 'monstro' do goleiro.

"Ele (Jean) sempre mostrou ser um menino muito tranquilo, tudo perfeito... até eu descobrir a traição. Ele já me tratava mal, não dava muita atenção e nem muita assistência para a gente (à ela e às filhas). Ele alegava que estava confuso em relação a tudo.

"Umas duas semanas antes (da viagem para Orlando) eu mandei ele decidir: ou ele ficava em casa e começava tudo do zero, ou ele saía. E ele saiu. Nós fomos separados para a viagem, com a intenção de realizar o sonho das nossas filhas, ficando juntos ou não".

"A gente tinha umas discussões, porque nós (Milena e as filhas) íamos para os parques e ele ficava muito disperso, o tempo todo no celular. No terceiro dia, nós dormimos juntos, e tivemos relação (sexual)".

Milena alega que recebeu uma mensagem anônima dizendo que a amante havia publicado uma foto com seu marido nas redes sociais.

"Falei para ele: 'olha, Jean, a única coisa que eu quero é respeito, mande ela apagar essa foto, porque, enquanto a gente estiver como família, nós somos uma família'. Ele falou 'tá bom'. E eu acredito que ele tenha mandado ela tirar a foto."

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Jean teria saído para comprar cervejas.

Ele voltou estressado. Comprou uma caixa de cerveja e botou para gelar. Eu pedi para conversamos, e ele não queria. Aí eu deitei para dormir. Quando foi 3h30, 4h da manhã, ele veio me procurar. E aí nós tivemos relação novamente.

"No final, ele chegou para mim e falou 'não acho que vamos voltar'. Eu falei 'é só questão de tempo'. Ele disse que eu era louca e que não queria nada comigo. Eu falei 'se você não quer nada comigo porque veio me procurar?'. Ele disse que não foi me procurar, que eu estava louca."

Milena resolveu mandar uma mensagem para a amante de Jean.

"Vou dizer que tivemos relações todos os dias', avisou a Jean.

"Ele queria pegar o tablet da minha mão para eu não mandar a mensagem. Aí ele já veio me enforcando e eu dei uma mordida no dedo dele. Falei para me soltar, ele então me deu os socos no rosto.

Milena reagiu jogando a chapinha de cabelo no marido. Com tanta força que ela arrebentou.

"Bati com tanta força que a prancha quebrou, e ele saiu correndo. Joguei a prancha novamente nele e aí a lâmina que estava quebrada causou o corte na perna dele. Quando isso aconteceu, ele veio para cima com tudo."

Ele a arrastou para cama e como um lutador de MMA, colocou os joelhos nos ombros de Milena e deu oito socos violentíssimo no rosto da esposa.

Na frente das filhas de cinco e três anos.

"Quando elas chegaram perto dele, ele foi segurar elas e aí foi a hora que eu consegui entrar no banheiro e me trancar."

Era madrugada em Orlando, os seguranças do hotel chamaram a polícia e Jean ficou preso por dois dias.

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"Eu realmente ainda estou um pouco perdida. Estou falando com o meu advogado para fazer o que de melhor for para ambas as partes. Eu vou recomeçar, e que ele consiga recomeçar do jeito dele, tendo a cabeça no lugar, nunca mais errando dessa forma", disse em entrevista à Globo.

Conselheiros do São Paulo sabem que Raí ainda não demitiu sumariamente Jean porque a legislação proíbe a dispensa nas férias. Mas ele não seguirá no clube.

Só que a convicção de agentes de jogadores amigos de Jean é uma só.

As frases que Jean gritava, quando ela postava a imagem do rosto inchado nas redes sociais, repercutem até hoje para a esposa.

"Parabéns. Terminou com a minha carreira. E suas filhas vão passar fome."

Em nome das filhas, Milena quer um acordo com Jean. A separação nas condições dela, com condições de as duas meninas seguirem com uma vida confortável, com o futuro garantido.

E para isso, a sequência da carreira de Jean no futebol é fundamental.

Se houver esse acordo financeiro, protegendo as filhas, Milena pode não processar Jean no Brasil pelas agressões que sofreu.

Advogados garantem que com Milena não prestando queixa aqui, Jean poderá seguir sua carreira. O processo nos Estados Unidos poderá se transformar em multa, desde que ele compareça à sua defesa e ela também assuma que foi uma briga de casal, tendo agredido o marido também.

Em nome do futuro das filhas, a situação pode ser amenizada.

Pela própria Milena.

E Jean seguir jogando.

Mas longe do Morumbi...

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