Êxtase e alívio no Brasil com volta do futebol na Alemanha
Uma semana depois de as autoridades mostrarem a recessão que o país entrará pela pandemia, governo de Angela Merkel libera volta do futebol
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A conta é exata.
Faz uma semana que o ministro da Economia, Peter Altmaier, declarou que, se seguisse parada pela pandemia do coronavírus, a queda no PIB da Alemanha chegaria a 6,2 pontos.
Mergulharia o país em uma profunda recessão.
"Depois de 10 anos de crescimento, as consequências da pandemia afundam nossa economia na recessão."
"Vamos viver a pior recessão na história da República da Alemanha."
Suas palavras tiveram um peso enorme junto ao governo.
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A chanceler Angela Merkel decidiu afrouxar as medidas de isolamento.
O comércio e as escolas serão abertos na próxima semana.
Restaurantes, já neste sábado, dia 9.
Cada estado será responsável por autorizar a reabertura de teatros, salas de concerto, clubes, discotecas e arenas esportivas.
Tudo por conta do baixo índice de infecção pelo coronavírus.
Na Alemanha já foram contabilizados 167 mil contaminados. E 6.993 mortes.
A curva ascendente foi no dia 27 de março, com 6.294 casos registrados. Ontem, 'apenas' 685 casos.
Daí a resolução de Angela Merkel.
Esperta, ela usou o futebol como símbolo do domínio da pandemia no país.
A chanceler avisou que o esporte estará liberado ainda este mês.
Possivelmente, na sexta-feira, 15 de maio.
O mais tardar será no dia 22.
As rodadas do Campeonato Alemão acontecerão com os portões fechados, com a proibição de público ao redor dos estádios. E envolvendo, no máximo, 300 pessoas. Entre jogadores, comissões técnicas, jornalistas, policiais e funcionários das arenas.
Faltam nove para definir o campeão de 2020.
Os clubes deverão testar e isolar seus jogadores por uma semana, antes das partidas. Os atletas deverão apresentar os testes para provar que todos estão livres da infecção. Os testes serão repetidos semanalmente.
Os clubes já estavam treinando desde abril.
Com jogadores seguindo rígido padrões de isolamento, que foram sendo afrouxados aos poucos.
"As decisões de hoje são boas notícias para a Bundesliga. Ela será associada com grande responsabilidade pelos clubes e seus funcionários, para que sejam implementadas as medidas médicas e de logística necessárias."
"Jogos sem público não são ideais para ninguém, mas em uma crise que ameaça a existência de alguns clubes, é a única maneira de manter as ligas", disse o diretor-executivo da Liga Nacional Alemã, Christian Seifert, em entrevista coletiva.
O retorno do futebol na Alemanha tem tudo para ser a senha do retorno em outros países europeus.
E também trouxe ânimo para o Brasil.
As cúpulas da CBF e das principais Federações aguardavam a liberação na Alemanha.
Os clubes estão desorientados desde que perderam o dinheiro das transmissões, da arrecadação, com a fuga dos sócios-torcedores. Além de patrocinadores querendo desistir de pagar para estampar seus logotipos nas camisas dos times.
Os dirigentes brasileiros acreditam que, com a propagada volta do futebol germânico, o país poderá seguir o mesmo caminho.
Só tem uma grande diferença.
O país vive momento contrário da potência europeia.
Enquanto a curva ascendente da pandemia diminuiu na Alemanha, aqui ela está crescendo. Como estava por lá em março.
Portanto, o futebol só deverá voltar em junho.
Ou julho.
Mas os dirigentes nacionais estão em êxtase.
A Alemanha os encheu de esperança.
E alívio.
Assim como autoridades do governo federal...
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