São Paulo, Brasil
Mais preocupante do que o músculo adutor da coxa esquerda de Luciano, é a reação dos jogadores à derrota para o Corinthians.
O medo de Fernando Diniz é que os elenco ceda pscologicamente à pressão pelo fracasso diante de um adversário inferior, justo no começo da reta de definição do Brasileiro.
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Os atletas saíram completamente abatidos da arena corintiana.
Diniz já havia pedido para que eles reagissem no intervalo do jogo. E não conseguiram.
O São Paulo deixou de abrir sete pontos de distância do segundo colocado, o Atlético Mineiro. Bastaria uma simples vitória.
Como perdeu, acabou ficando apenas a quatro pontos.
Tudo se tornou ainda mais tenso porque o adversário de quarta-feira, no Morumbi, é justamente o time de Jorge Sampaoli.
"Não tem mágica. O que a gente precisa é manter a cabeça no lugar e corrigir os erros técnicos. E também psicologicamente.
"A gente tem de se entregar totalmente para a próxima partida, com tudo o que a gente tiver de coragem, energia, amizade para a gente poder conseguir um bom resultado diante do Atlético", disse Fernando Diniz, após a inesperada derrota contra o Corinthians.
Psicólogo formado na Faculdade de São Marcos, em São Paulo, seu Trabalho de Conclusão de Curso foi a importância do treinador em uma equipe de futebol.
E Diniz sabe muito bem que seus jogadores falharam na hora de dar a 'resposta' para quem duvidava da equipe.
O clássico contra o Corinthians foi tratado como um ponto inicial para a arrancada pelo título, depois de oito anos de jejum.
Só que os jogadores não conseguiram reagir ao encontrar um adversário inferior tecnicamente, mas muito bem prepado taticamente, fisicamente e com muita força psicológica.
O São Paulo tem uma sequência de quatro jogos complicadíssima.
E que pode até custar a liderança do Brasileiro.
Atlético Mineiro no Morumbi; Fluminense, no Rio; RB Bragantino, em Bragança; e Santos no Morumbi.
A velha conhecida insegurança começa a voltar ao Morumbi.
A tensão pela eleição de Julio Casares, que não vai manter o gerente Alexandre Passaro. E também só vai manter Raí no cargo se for forçado politicamente.
O nome de Rodrigo Caetano, que deve deixar o Internacional, é o que mais agrada a nova cúpula que ocupara a direção em janeiro.
Raí sabe disso. E só pediu até de forma pública para ser mantido pelo menos até o final do Brasileiro, em fevereiro.
A apática participação de Daniel Alves contra o Corinthians chamou a atenção de todos.
O veterano jogador, a cinco meses de completar 38 anos, é peça fundamental. Tanto psicologicamente como atuando como meio-campista privilegiado, com a função de armar. E só 'fazer sombra' na marcação, por já sua falta de vigor físico.
Daniel Alves não conseguiu armar, correr, marcar. Apenas cobrou faltas, escanteios e reclamou do time.
Pior: não foi substituído.
Situação que passa a imagem de 'intocável', 'protegido de Diniz' aos próprios jogadores.
A incrível lentidão do São Paulo tem tudo a ver com Daniel Alves completamente fora do ritmo decisivo do clássico.
Diniz vive outra difícil escolha.
Com ausência confirmada de Luciano, o treinador repensa se escala Pablo. O jogador segue atuando cada vez pior. A temporada tem sido péssima do atleta que custou 6 milhões de euros, cerca de R$ 36 milhões, por 70% dos seus direitos, junto ao Athletico Paranaense.
A negociação, aliás, é considerada um dos grandes fracassos de Raí.
O treinador costuma apoiar jogadores em crises técnicas, mas não será surpresa se ele optar por mais um meio-campista, para tentar travar a velocidade, qualidade principal do Atlético de Jorge Sampaoli.
Há a possibilidade da entrada de Vitor Bueno.
Do lado tático, ele quer aprimorar a marcação pelo lado esquerdo.
Vagner Mancini explorou as descidas de Reinaldo. E o Corinthians 'fez a festa' pelo seu setor. Tivesse um atacante mais técnico que Léo Natel, o São Paulo poderia ter perdido o clássico de ontem com placar muito mais elástico.
Se o São Paulo perder o jogo de quarta-feira, a distância entre os dois clubes ficará de apenas um ponto, restando 12 partidas para o Brasileiro acabar.
Diniz tentará aplicar o que aprendeu na faculdade de Psicologia. Motivar seus atletas para a decisão de quarta-feira.
E estudar soluções para o time.
Até mesmo olhar com mais atenção ao seu maior defensor, o atleta que garantiu sua contratação no São Paulo.
O veterano Daniel Alves...
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