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Acabou a fantasia. Depois de briga pública, Pedrinho e Roger Flores recebem ultimato na Globo

A competitividade entre os ex-jogadores comentaristas é pesada. Todos brigam por espaço. A discussão pública entre Roger e Pedrinho escancara a tensão no ambiente da emissora. Se a briga seguir, haverá dispensa

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Pedrinho e Roger. Personalidades completamente diferentes. Briga pública abala o ambiente
Pedrinho e Roger. Personalidades completamente diferentes. Briga pública abala o ambiente

São Paulo, Brasil

"Muita gente falsa! Se faz de amigo pra ouvir o que você tem a dizer e depois usar contra você mesmo... Nem tudo são 'Flores'."

O tuíte de Pedrinho acabou com a fantasia de fraternidade e profunda amizade com que a Globo tenta vender a convivência entre seus comentaristas esportivos vindos dos gramados.

O clima nunca foi assim.

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Há uma disputa interna muito grande.

Os mais antigos, Casagrande e Júnior, para continuarem sendo os principais. E Caio, Roger Flores, Pedrinho e Paulo Nunes para buscarem espaço. Roque Júnior e Fábio Júnior têm outro perfil. São funcionários "tranquilos", ainda com o ego domado.

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Os entreveros entre Casagrande e Caio foram manchetes no ano passado. O ex-atacante corintiano, um dos fundadores da Democracia Corinthiana, exigia que o colega, ex-atacante são-paulino, não tentasse calar os jogadores que falassem de política, além de futebol.

O clima ficou pesado entre os dois por muito tempo.

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O câncer que Caio enfrentou, com coragem, no vídeo, fez que a questão ficasse em segundo plano. Os dois já se acertaram. Casagrande, que lutou contra o vício em cocaína, foi uma das pessoas que mais apoiaram o colega no pior momento.

Roger foi uma das estrelas que a MSI trouxe para o Corinthians. Com dinheiro russo
Roger foi uma das estrelas que a MSI trouxe para o Corinthians. Com dinheiro russo

A aproximação foi selada.

Já com Pedrinho e Roger Flores, a situação é diferente.

Convivi com os dois como jogadores.

Fiz várias entrevistas com eles.

Foram quatro anos com Pedrinho, no Palmeiras. E três com Roger Flores, no Corinthians, da MSI.

Ambos têm personalidade muito forte. Surgiram como grandes promessas do futebol brasileiro. Talentosos, inteligentes, habilidosos. Frágeis fisicamente.

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E ambos mimados nas categorias de base. Vasco e Fluminense acreditavam ter duas joias raras e que dariam muito dinheiro aos seus cofres. 

Mas a carreira de ambos ficou no meio do caminho. 

A falta de reação de Roger, ao tomar uma cabeçada de Lúcio, na Olimpíada de Sydney, em 2000, na eliminação do Brasil na derrota para a seleção de Camarões, que tinha apenas nove jogadores, ficou marcada na carreira do jogador.

Por onde passou, as cobranças dos treinadores, torcida e imprensa eram as mesmas: muito talento, muita inteligência, mas faltavam vibração, reação. Não se firmou na seleção. E nem na Europa, depois de passagem pelo Benfica.

Tinha personalidade forte, não admitia ser contrariado. Mas sua visão de jogo era excelente. A grande maioria dos treinadores o ouvia. Mas havia exceções. Como Daniel Passarella, no Corinthians.

Pedrinho. Contusão travou seu enorme talento. Teve até depressão no Palmeiras
Pedrinho. Contusão travou seu enorme talento. Teve até depressão no Palmeiras

Já Pedrinho foi vítima da violência. Uma série de contusões travou uma carreira que tinha tudo para ser brilhante. Uma operação nos ligamentos cruzados do joelho direito, depois de entrada violenta e desleal de Jean Elias, do Cruzeiro, em 1998, consumiu sete e depois mais 11 meses de recuperação. Um ano e meio longe dos gramados.

Ele nunca mais foi o mesmo do início fulminante de carreira.

Sensível, sincero, era muito mais transparente que Roger.

Confessou até ter tido depressão no Palmeiras, por não jogar como poderia.

Ambos carregam traços dessa personalidade até hoje.

Daí a briga.

Pedrinho respondeu ao comentário "genérico" de Roger Flores em relação a comentaristas que "só falam de tática. E que futebol não é só isso'", no último domingo. Há tempos que Roger insiste na mesma tecla.

Pedrinho recebeu uma chuva de elogios de treinadores ao explicar taticamente Flamengo e Cuiabá. Mostrando que havia 20 jogadores em 27 metros só de campo, detalhando a organização defensiva do clube de Mato Grosso.

A direção da Globo fez reunião com os dois.

E exigiu o fim da briga em público.

Com o risco de os dois serem dispensados.

A saída da emissora de Juninho Pernambucano, em 2018, é o grande exemplo. Ele ficou sem ambiente na emissora ao dizer que os "setoristas de clubes são muito piores 'hoje em dia'. Que ganham mal. E que cada um tem o caráter que tem".

Pedrinho e Roger ficaram expostos.

E para sobreviverem como comentaristas poderão até fazer as pazes em público, como principalmente Galvão Bueno gosta.

O aviso foi dado.

Brigas, só internas.

É preciso manter as aparências.

Ou sair da Globo...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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