São Paulo, Brasil
Acabou o clima amistoso.
Abel Ferreira foi contra os seus princípios competitivos contra o Água Santa, na primeira partida final do Campeonato Paulista, no domingo passado, em Barueri.
Ele fez o que já declarou não gostar.
Deu um longo abraço em Thiago Carpini, antes da partida.
E viu seus jogadores cumprimentarem, se desculparem ou aceitarem desculpas, dos jogadores do time de Diadema.
Mesmo as pouquíssimas faltas duras foram perdoadas imediatamente.
O Palmeiras fugiu completamente de suas características nas finais que disputou sob o comando do treinador português.
E tudo mudará na partida decisiva, no domingo, no Allianz Parque.
Abel Ferreira quer o grau máximo de competitividade. Vale o título que ele quer muito vencer, o Paulista. O treinador acredita ser fundamental o clube se impor no seu estado, diante dos maiores rivais: Corinthians, São Paulo e Santos.
Mesmo sendo obcecado por terminar a fase de grupos da Libertadores na primeira colocação, para ter o direito de disputar os jogos eliminatórios com o mando no confronto decisivo, ele só levou Breno Lopes e Gabriel Menino como titulares do último domingo.
Levou os reservas para a partida de hoje, diante do Bolívar, em La Paz.
Lógico que tentará somar pontos na altitude de 3.650 metros, mas a prioridade absoluta é ser campeão paulista de novo.
Os treinamentos no CT do Palmeiras para o jogo contra o Água Santa são absolutamente fechados para a imprensa.
As poucas informações que chegam a conselheiros, por conta dos agentes dos jogadores, são que os treinos têm sido intensos, muito parecidos com os de 2022, na final contra o São Paulo, quando o Palmeiras também teve de reverter a derrota no primeiro confronto da decisão paulista.
A previsão de tempo para domingo importa.
Na capital paulista, os termômetros deverão chegar aos 22 graus, com direito a tempo chuvoso.
O fato de não estar muito quente vai facilitar a pressão na saída de bola, a perspectiva de imposição física, time com velocidade, trocando passes rápidos, com infiltrações e ataques em bloco.
Abel quer acabar com a vantagem do time de Diadema o mais rápido possível. E, se der, fazer do Palmeiras o "rolo compressor" que foi contra o São Paulo, quando a derrota por 3 a 1 no Morumbi se transformou em goleada por 4 a 0, no Allianz.
A recuperação de Bruno Tabata é um segredo. O departamento médico e físico estavam fazendo todo o esforço para recuperá-lo para este segundo jogo diante do Água Santa. Ele traria a estabilidade que o Palmeiras não teve em Barueri, dando espaço demais para Carpini.
O fato de Abel ter levado para La Paz Gabriel Menino, seu volante titular no domingo, pode ser significativo. Ele foi o pior em campo na primeira final. Não será surpresa alguma se ele perder a posição no domingo.
A certeza é uma só.
O espírito de fraternidade não existirá mais entre Palmeiras e Água Santa.
Depois do jogo, sem problema algum.
Mas os abraços, os sorrisos, que marcaram o primeiro confronto, desaparecerão.
O jogo vale o título, uma taça que Abel quer muito vencer.
A amizade com Thiago Carpini ficará em segundo plano.
Não será algo inesperado, se eles não se cumprimentarem antes do jogo.
Pelo menos nos 90 minutos de partida, Abel vai agir como rival.
Depois, o clima amistoso voltará.
O português gostou muito da postura do jovem treinador do Água Santa...
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