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Cosme Rimoli Copa 2018
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Tite até 2022. Se depender da CBF, patrocinadores e Neymar

O treinador tem acordo encaminhado para fazer história. E seguir comandando o Brasil depois do fracasso em uma Copa. É unanimidade

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Tite terá a chance de ficar até 2022. E buscar o troféu que escapou na Rússia
Tite terá a chance de ficar até 2022. E buscar o troféu que escapou na Rússia

Kazan, Rússia

Nunca na história da Seleção Brasileira um treinador perdeu a Copa do Mundo e foi mantido. Nem mesmo Telê Santana e seu inesquecível time de 1982. Parreira, Evaristo de Macedo e Edu Coimbra passaram para que voltasse para a Copa de 1986.

Mas a CBF quer a continuidade de Tite até 2022. 

Muito mais do que isso, precisa da aura de credibilidade e seriedade do técnico.

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O secretário-geral, Walter Feldman, que representa o verdadeiro poder da entidade, seja ele do coronel Antônio Nunes, Rogério Caboclo ou o banido Marco Polo del Nero, já havia antecipado a aliados. Tite continuaria no comando da Seleção, fosse qual fosse o resultado da partida contra a Bélgica. A não ser que o treinador não quisesse.

E ele quer.

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Só não teria cabimento fazer o anúncio de continuidade ontem, com o Brasil frustrado, eliminado de uma Copa do Mundo que tinha toda a possibilidade de vencer. 

Político de vários partidos, Feldman aprendeu a navegar na direção do vento. E ele está todo favorável a Tite.

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A começar pela imprensa. O treinador foi muito bem orientado. O único privlégio dado à Globo desde a convocação foi uma visita no Jornal Nacional, no dia que anunciou os jogadores que viriam à Rússia. Não fez como nos tempos de Felipão, que frequentava os estúdios da emissora, posando até com Maitê Proença sentado no seu colo. Ele fazia forçado pelo hoje presidiário, o ex-presidente José Maria Marin.

Já Del Nero combinou com Dunga boicote a todos os jornalistas. Sem exceção. Pela falta de apoio no processo que acabou com seu banimento do futebol pela Fifa. 

Tite soube conciliar os interesses. Foi democrático. Com sua postura afável, professoral, conseguiu, sem choques, fazer dos treinos secretos, uma prática aceita por todos. O respeito e consideração por repórteres, independente do veículo de comunicação, cativaram.

Sorridente, à direita, o secretário-geral Feldman. Ele não abre mão de Tite
Sorridente, à direita, o secretário-geral Feldman. Ele não abre mão de Tite

Além, óbvio da sua postura séria. Não houve questionamentos, as ilações sobre convocações, tão costumeiros, desapareceram quase que completo. 

Com a cúpula da CBF encantada com a respeitabilidade que o treinador trouxe à entidade, havia Neymar. O futebol brasileiro disfarça, mas está aos pés de um jogador de 26 anos que se comporta como garoto. Não admite questionamentos. E responde sempre com rancor de quem se considera inatingível. Quando vence, fala que todos 'vão ter de engolir' o que disseram sobre ele. Quando fracassa, sai sem dizer uma palavra, como ontem, aqui em Kazan. 

Mas é esse tipo de líder que o futebol brasileiro tem de suportar, por causa do seu talento. 

E o mimado Neymar quer Tite no comando da Seleção. "Ele é o melhor treinador com quem já trabalhei na minha carreira", disse várias vezes. O técnico que um dia disse que o atacante era "mau exemplo", se tornou seu maior defensor.

A para a CBF entre os jogadores só interessa a opinião de Neymar. Se ele quer a sequência do treinador é um ponto fundamental para sua manutenção. 

Tite deseja ter o que Joaquim Low, sua referência, teve na Alemanha. Anos para testar, formar e fortalecer uma equipe. "A ideia de um ciclo completo, de uma Copa até outra, é algo que me seduz", garantiu o treinador, antes do desastre de ontem.

Em qualquer país desse imenso mundo, 26 partidas é um número insignificante para um treinador formar qualquer seleção. E essa é a desculpa perfeita, que não admite questionamentos. Foi muito pouco tempo e menos ainda de jogos dados a Tite disputar a Copa da Rússia. Ainda mais como ele encontrou a Seleção Brasileira implodida pelos fracassos de Scolari e Dunga.

Para a CBF só a opinião de um jogador importa. E Neymar quer Tite
Para a CBF só a opinião de um jogador importa. E Neymar quer Tite

Tite sabe o poder que já tem na CBF.

Por causa dele, que não aceita políticos tirando vantagem do futebol, o Brasil desembarcaria no Rio e não em Brasília, caso fosse campeão do mundo. Isso porque o treinador afirmou, em primeira mão ao blog, que não iria para a capital do país 'nem ganhando ou perdendo a Copa'.

Até os patrocinadores se mostram contente com a aura de honestidade que Tite trouxe para a CBF. Esse é um ponto que não é desprezado por Feldman, muito pelo contrário.

O treinador também tem outra vantagem. Não existem concorrentes à sua altura no futebol brasileiro. E como a xenofobia impera na CBF, os estrangeiros são vetados comandando a Seleção. Ou seja, está sozinho na disputa.

A previsão é que até o final do mês, novo acordo, de quatro anos seja selado.

Até porque já em 2019 haverá a Copa América.

No Brasil.

E a Seleção terá a 'obrigação' de vencer.

As duas partes seguem muito próximas.

Apesar do baque, da decepção na Copa da Rússia.

O casamento deve continuar por mais quatro anos...

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