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Philippe Coutinho. O 'Rivaldo' da Copa da Rússia

A relação entre Ronaldo e Rivaldo se repete com Neymar e Coutinho. Só que desta vez, o mundo está mais atento. E quem brilha é o 'coadjuvante'

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Phillipe Coutinho. O coadjuvante que rouba o brilho de Neymar
Phillipe Coutinho. O coadjuvante que rouba o brilho de Neymar Phillipe Coutinho. O coadjuvante que rouba o brilho de Neymar

Samara, Rússia

Cristiano Ronaldo e Messi estão fora da Copa da Rússia. De maneira precoce, não conseguiram levar Portugal e Argentina além das oitavas. Os fracassos do número um e dois do mundo abrem nava perspectiva para Neymar.

Dos destaques individuais que restaram, ele disputa o protagonismo da competição com Mbappé, Cavani, Suárez, Iniesta, Griezmann, Harry Keane, James Rodriguez, Hazard, Isco.

Dos rivais das outras seleções, ele, por enquanto, leva vantagem. Mas o grande obstáculo para que Neymar seja o 'homem da Copa', se o Brasil seguir vencendo, está dentro da Seleção. 

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De maneira discreta, sem trazer dois cabeleleiros para a Rússia, lobby de patrocinadores, campanha de dezenas de milhões apaixonados pela Internet e, principalmente, pose de celebridade, Philippe Coutinho tem roubado a cena.

Escolhido pela Fifa por duas vezes nos três primeiros jogos do Brasil pela Fifa. De forma injusta. Porque foi o melhor nas partidas. O meia do Barcelona segue da maneira mais discreta possível. 

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"Eu não vim aqui preocupado comigo. Eu quero a Seleção campeãa do mundo. Isso que me interessa. No campo tento fazer o que o Tite me pede e ponto final. Não nasci para protagonisa. A estrela do Brasil é o Neymar, por todo merecimento", rebate, desde que chegou à Rússia.

Seu comportamento tem impressionado não só a imprensa brasileira. A internacional também. Na zona mista, espaço que os jogadores precisam passar depoisa das partidas, ele é econômico nas declarações. Mistura timidez e incômodo em ter de ficar respondendo perguntas. Procura pensar em cada resposta. 

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E tem uma obsessão. 

Há dez anos, Neymar fica com o brilho. E Coutinho com a eficiência
Há dez anos, Neymar fica com o brilho. E Coutinho com a eficiência Há dez anos, Neymar fica com o brilho. E Coutinho com a eficiência

Não querer mais espaço do que o time.

"Na minha carreira aprendi que o importante é o coletivo. O poder da equipe atuando junta, de forma equilibrada, com a doação de cada atleta para que o time renda cada vez mais. É assim que entendo futebol."

Tite está especialmente orgulhoso do desempenho de Philippe Coutinho. Ele mudou sua concepção de como iria disputar o Mundial. A princípio, o técnico estava disposto a formar o meio de campo com Casemiro, Paulinho, Fernandinho. Três volantes para que Willian, Gabriel Jesus e Neymar tivessem mais liberdade, atuassem mais à frente.

Só que o meia do Barcelona se impôs. Com suas arrancadas objetivas, toques de primeira e chutes fortíssimos da entrada da área, ele impôs sua escalação a Tite. Arrancou a fórceps Fernandinho do time titular. E o Brasil ficou mais equilibrado, com Tite optando pelo seu amado 4-1-4-1. Com Philippe Coutinho atuando como o meio-campista pela esquerda. Que fica no vértice do triângulo entre Marcelo e Neymar. 

A sua entrada no time foi tão devastadora que acabou por fazer o Brasil atuar de maneira pensa, torta. O time preferencialmente atacava pela esquerda, com Neymar e Marcelo. Mas com Coutinho, a situação aumento muito. Contra a Costa Rica, de dez ataques, oito eram pelo lado canhoto do campo.

O que fez Tite? Fez com que Philippe Coutinho reveze e também opte pela saída do meio para a direita. Com isso, Willian passou a ser mais acionado. E Fagner também vire uma opção mais presente, aberto pela ponta. E Paulinho possa surgir como centroavante surpresa, como aconteceu diante da Sérvia, recebendo um lançamento primoroso justamente de Coutinho.

Leitores inteligentes do blog tiveram a mesma sensação que jornalistas experientes europeus. Está acontecendo com o jogador do Barcelona exatamente a mesma situação de 2002. 

Na Copa do Japão e da Coréia, Ronaldo conseguia chamar a atenção do mundo. Até pela estupidez do seu corte de cabelo 'Cascão'. Ele foi importantíssimo para o time de Luiz Felipe Scolari. Só que um jogador muito mais discreto, tão tímido e sem o poder de comunicação como Philippe Coutinho, foi fundamental na conquista do penta.

Sim, ele mesmo. 

Rivaldo.

O meia deixou toda a ribalta para o 'Fenômeno'. Anos depois, Scolari teve de admitir o que não parecia tão óbvio naquela época. O grande jogador do Mundial foi Rivaldo.

Algo muito positivo acontece nesta situação. Neymar não tem como entrar em conflito, ter ciúme ou inveja de Coutinho. Os dois são próximos demais. Se conhecem desde as seleções da base.

Nascidos em 1982, os dois atuaram juntos pela primeira vez no time nacional sub-16, em 2008. Eram estrelas promissoras do Santos e Vasco da Gama.

Atualmente formam a dupla mais cara do futebol mundial. Neymar foi comprado pelo PSG por R$ 822 milhões. E Coutinho foi para o Barcelona por R$ 622 milhões. Valem um bilhão, quatrocentos e 44 milhões.

Neymar é extremamente competitivo e adora holofotes. Foi para o futebol francês para ser o protagonista, fugir da sombra de Messi. Jogar no Barcelona era o sonho dourado de Coutinho.

A amizade garante não haver rivalidade
A amizade garante não haver rivalidade A amizade garante não haver rivalidade

Os dois são extremamente diferentes.

"Eu não nasci para ser protagonista", resume Philippe.

Mas o seu futebol não o está deixando ser coadjuvante.

16 anos depois, o mundo se mostra mais atento.

E percebendo a importância, o talento de 'Rivaldo'...

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