Fifa e Putin querem punição exemplar a invasores da final
Os quatro integrantes do grupo Pussy Riot foram transferidos para a corte onde serão julgados. O depoimento já começou. E a pressão também
Cosme Rímoli|Cosme Rímoli e André Avelar, do R7, em Moscou, na Rússia e Cosme Rímoli
A saga dos quatro integrantes do grupo Pussy Riot, continua. Eles acabam de ser transferidos, em um carro de polícia, da delegacia do Ruzhniki para a Court Khamovnichesky. Lá ficarão para ser julgados por dois delitos. O primeiro por colocarem roupas de policiais. E o segundo pela invasão na final da Copa do Mundo.
Confira tudo sobre Copa 2018 no R7 Esportes
Pela legislação russa, os processos civis são julgados até em 15 dias. Pyoter Verzilov, Olga Kuracheva, Olga Pakhtusova e Nika Nikulshina já começaram a dar seu depoimento. Terão de explicar como conseguiram as fardas, que eram oficiais, o que é considerado grave. Tanto quanto a invasão.
Outros membros do Pussy Riot já estão fora da corte. Aos gritos tentam jogar a opinião pública contra as autoridades russas.
Relembre 10 fatos que marcaram a Copa do Mundo na Rússia
No facebook do grupo, há toda a explicação que pode valer anos de prisão aos quatro ou uma pesada multa. Inocentados, eles não serão.
"Hoje faz 11 anos desde a morte do grande poeta russo, Dmitriy Prigov. Prigov criou uma imagem de um policial, um portador da nacionalidade celestial, na cultura russa. O policial celeste, de acordo com Prigov, fala sobre os dois caminhos com o próprio Deus. O policial terrestre se prepara para dispersar comícios.
"O policial celestial toca gentilmente uma flor em um campo e desfruta de vitórias de times de futebol russos, enquanto o policial terrestre se sente indiferente à greve de fome de Oleg Sentsov. O policial celestial surge como um exemplo da nacionalidade, o policial terrestre fere a todos."
Estas palavras servem como uma confissão pública da intenção de constranger o presidiente russo Putin, que acompanhava a partida. E o governo forte do presidente costuma ser rígido com manifestantes. Já foi assim com o próprio grupo Pussy Riot, em 2012, quando invadiram uma igreja para protestar contra o regime.
Os gritos dos manifestantes são fortes.
Ecoam pelas ruas da corte.
"Liberdade, já. Liberdade, já. Liberdade, já", repetem.
Curta a página R7 Esportes no Facebook
A imprensa do mundo todo já tomou conhecimento do protesto.
Era o que o grupo queria.
A Fifa cobrou a organização do Mundial pela falha na segurança.
Estratégia, talento e VAR fazem da França bicampeã do mundo
Assim como o governo Putin.
Haverá punições pelo vacilo.
Na corte Khamovnichesky há um duelo peculiar, intenso.
Entre a opinião pública pela liberdade.
Com a forte legislação russa.
Em outras palavras, Pussy Riot contra Putin...
Seleção francesa chega a Paris com a taça de campeã do mundo