A visita que mudou o destino no Brasil na Copa do Mundo
A conversa de Daniel Alves com Neymar, no almoço antes do jogo da Sérvia, foi fundamental. O jogador se acalmou. Acabou a tensão
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Sochi, Rússia
Não cair nas provocações mexicanas.
Nem as que vierem pela frente.
Esta é o pedido para Neymar.
Um dos fatores que podem atrapalhar o Brasil contra o México, segunda-feira, em Samara, não está no futebol. Mas no lado emocional. E Neymar tem um peso que pode tranquilizar ou desequilbrar a Seleção.
"Ninguém pode negar que o Neymar mudou da partida da Costa Rica para o jogo contra a Sérvia. Ele foi provocado, tomou pontapés e não reagiu. Seguiu jogando seu futebol diferenciado. É a melhor resposta. Tudo que as seleções que nos enfrentam é desestabilizar Neymar. E tenho certeza que não conseguirão mais isso nesta Copa", aposta Thiago Silva.
Ele sabe do que fala.
Thiago Silva, que foi até xingado por Neymar no jogo contra a Costa Rica, por seu fair play, teve uma conversa importante com o jogador. E teve reforço de peso. Daniel Alves.
O encontro dos três jogadores do PSG aconteceu na concentração brasileira em Moscou, no almoço que antecedeu a partida contra a Sérvia. Se existe um atleta que Neymar ainda ouve, desde que virou estrela internacional, é Daniel Alves. Ele é muito grato pela acolhida que o lateral deu a ele no Barcelona. Seguiu muitos dos seus conselhos.
E até como retribuição, o exigiu jogando em Paris, ao seu lado.
Na conversa com Daniel Alves e Thiago Silva, os dois insistiram com Neymar. A Seleção precisava que ele controlasse os nervos. Muitos jogadores, como Gabriel Jesus, Phillipe Coutinho e Willian são influenciados diretamente pelo atacante. Quando ele está irritadiço, prejudica o time todo.
Marcelo já havia sido duro com a camisa 10 do Brasil. Ele detestou a cena que marcou o final da partida contra a Costa Rica. Com Neymar ajoelhado, chorando. Ele mostrava o descontrole emocional que a equipe tanto queria evitar no Mundial. Nada que lembrasse a equipe chorosa de 2014.
A atuação de Neymar contra os sérvios mereceu elogios de Tite. E teve reflexo instantâneo na concentração brasileira. Mais do que a alegria da vitória, é fácil perceber aqui em Sochi, o ambiente muito mais leve, confiante.
Tudo que cerca Neymar é potencializado.
Não está descartada nova visita de Daniel Alves à concentração brasileira, caso a equipe chegue à semifinal ou final. A influência do jogador é estimulada por Tite. Ele seria o grande líder da Seleção nesta Copa do Mundo. Com certeza seria um dos capitães no rodízio que o treinador adota. Isso se não fosse o único capitão.
O treinador nunca assumiu publicamente o quanto lamentou perder Daniel Alves, que precisou operar o joelho direito e perdeu o Mundial. Até para valorizar Danilo e Fagner.
Além de sua liderança, desafogo pelo lado direito, ele teria como missão tirar o melhor de Neymar.
Daniel Alves sabia disso.
E, mesmo fora da Copa, percebeu que tinha uma missão a cumprir.
Neymar estava se perdendo.
Foi quando resolveu intervir.
Essa visita pode ter mudado a história do Brasil na Copa da Rússia...