Goleiros do Brasil em Copas: de 1930 a 1966 – Parte 1
Para celebrar o Dia do Goleiro, o Brasil é sempre em 26 de abril, o Jogada 10 inicia série lembrando todos os arqueiros que atuaram...
Jogada 10|Do R7

No dia 26 de abril, o Brasil celebra o “Dia do Goleiro”, data oficializada pela CBF em homenagem a Manga, um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro que que nasceu neste dia, em 1937.
Com passagens marcantes por Botafogo, Nacional-URU e Internacional, Manga é lembrado não apenas pelos títulos conquistados neste três clubes, além de grandes atuações em outras equipes. Mas também por sua participação na Copa do Mundo de 1966, quando foi reserva de Gilmar dos Santos Neves na campanha da Seleção Brasileira na Inglaterra. Mas jogando apenas uma partida.
Grandes goleiros
Em homenagem à data e à trajetória dos grandes arqueiros brasileiros, o Jogada10 inicia uma série especial em três partes. Assim, relembra todos os goleiros que defenderam o Brasil nas Copas do Mundo. Esta Parte 1 começa no período da primeira Copa, em 1930. E vai até 1966, ano em que Gilmar dos Santos Neves e Manga representaram o Brasil no Mundial da Inglaterra.
Copa de 1930
Joel (América-RJ)
Oswaldo Velloso (Fluminense)
Joel Monteiro era o titular na derrota para a Iugoslávia. Mas a Seleção entrou em campo contra a Bolívia, vencendo por 4 a 0, com Velloso como titular.
Joel defendeu o América de 1927 a 1932 e encerrou a carreira no Vasco, em 1938. Seu maior título foi o Carioca de 1928. Morreu em 1990, aos 86 anos.
Velloso fez carreira no Fluminense, onde jogou de 1928 a 1935. Naquele ano, encerrou a carreira precocemente, aos 27 anos. Morreu em 1987, aos 87 anos.
Copa de 1934
Roberto Gomes Pedrosa (Botafogo)
Germano (Botafogo)
Germano, do Botafogo foi reserva e Roberto Gomes Pedrosa, também do Botafogo, foi o titular do Brasil na competição. Mas a Seleção perdeu por 3 a 1 para a Espanha, o que causou a eliminação precoce e jogou apenas nesta partida. Pedrosa tinha 21 anos na época.
Pedrosa, embora na época defendesse o Botafogo — onde foi tricampeão carioca (1932, 1933 e 1934) — tem seu nome muito mais vinculado ao São Paulo. Afinal, ele defendeu o time paulista por dois anos e encerrou a carreira em 1940. Mas, em seguida, tornou-se dirigente e chegou à presidência do Tricolor Paulista entre 1947 e 1954, quando faleceu, após sofrer um derrame no banheiro de casa, com apenas 40 anos.
Em sua homenagem, foi criado o Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Além disso, a praça em frente ao estádio do Morumbi 0 casa são-paulina – leva seu nome.
Germano, por sua vez, defendeu o Botafogo de 1928 a 1935, quando encerrou a carreira. Ele morreu em 1977, aos 66 anos.
Copa de 1938
Batatais (Fluminense)
Walter (Flamengo)
Batatais foi titular na estreia (Brasil 6 a 5 na Polônia, o jogo histórico de Leônidas, autor de quatro gols). Depois, Walter assumiu a posição. Mas Batatais voltou na disputa do terceiro lugar.
Walter foi titular contra a Tchecoslováquia (empate em 1 a 1 e vitória no desempate por 2 a 1) e na semifinal (derrota para a Itália).
Algisto Domingos, o Batatais, tinha como apelido o nome da cidade paulista onde nasceu, em 1910. Começou na Portuguesa-SP, passou pelo Palmeiras (então Palestra Itália), mas viveu seu auge no Fluminense (1935–1947), onde é um dos maiores nomes da história do clube. Encerrou a carreira no tricolor e conquistou cinco estaduais. Morreu em 1960, aos 50 anos.
Walter teve uma carreira nômade, atuando por sete clubes no Rio. Em 1938, deixou o Bangu para defender o Flamengo, onde ficou até 1941. Sua a convocação para a Copa foi quando estava no Flamengo. Enfim, encerrou a carreira no América em 1943. Morreu jovem, em 1951, com apenas 38 anos.
Copa de 1950
Barbosa (Vasco)
Castilho (Fluminense)
Castilho foi reserva, mas não entrou em nenhuma partida. Barbosa defendeu o Brasil nos seis jogos. Os dois estão entre os maiores goleiros da história do futebol brasileiro.
Barbosa, unanimidade na época, acabou marcado pelo gol de Ghiggia, que decidiu o título para o Uruguai (2 a 1, no Maracanã). Contudo, recebeu críticas pela derrota, embora não haja imagem clara que confirme uma falha e que tudo foi uma tremenda injustiça. Barbosa defendeu o Vasco de 1945 a 1955 e, depois, de 1958 a 1962. Encerrou a carreira no Campo Grande-RJ. É o maior goleiro da história do Vasco. Morreu em 2000, aos 79 anos.
Copa de 1954
Castilho (Fluminense)
Veludo (Fluminense)
Castilho foi titular nos três jogos da Seleção. Veludo foi o reserva. Ambos estão entre os maiores goleiros da história do Fluminense, mas Castilho é considerado o maior arqueiro do clube e, para muitos, o maior jogador. É o atleta que mais disputou partidas pelo Tricolor: 698. Defendeu apenas o Fluminense (1946 a 1965). Jogou quatro Copas. Porém, apenas esta de 54 como titular. Morreu em 1987, aos 59 anos, por suicídio.
Veludo defendeu o Fluminense de 1949 a 1956. Depois, passou por vários clubes, Enfim, encerrou a carreira no Renascença-MG, em 1963. Morreu em 1979, aos 49 anos, vítima de complicações causadas pelo alcoolismo.
Copa de 1958
Gilmar (Corinthians)
Castilho (Fluminense)
Na sua terceira Copa, Castilho foi reserva de Gilmar, titular em todas as partidas da campanha do primeiro título mundial do Brasil. Gilmar dos Santos Neves é considerado por muitos historiadores o maior goleiro da história do futebol brasileiro. Foi titular tanto em 1958 quanto em 1962, sendo bicampeão mundial. Além disso, foi titular também na Copa de 1966.
Gilmar defendeu o Corinthians de 1951 a 1961 (ganhou 13 títulos) e o Santos de 1962 a 1969 (ganhou 18 títulos, incluindo duas Libertadores e dois Mundiais). Encerrou a carreira em 1969. Morreu em 2013, aos 83 anos.
Copa de 1962
Gilmar (Santos)
Castilho (Fluminense)
Castilho, em sua quarta Copa (mas a terceira como reserva), não jogou nenhuma partida. Assim, Gilmar repetiu a performance de 1958, sendo titular em todas as seis partidas da campanha do bicampeonato.
Copa de 1966
Gilmar (Santos)
Manga (Botafogo)
Gilmar foi para sua terceira Copa e foi titular em duas partidas na vitória sobre a Bulgária (2 a 0) e na derrota para a Hungria (3 a 1). Manga defendeu o Brasil na derrota por 3 a 1 para Portugal.
Manga é um dos maiores goleiros da história do Brasil, o maior da história do Botafogo e um ícone da posição. O Dia do Goleiro, no Brasil, é celebrado em 26 de abril, data de seu aniversário (diferentemente do dia 13/4, adotado em outros países).
Pernambucano, nascido em Recife em 1937, começou no Sport (1955/1959), mas ganhou fama no Botafogo, onde jogou de 1959 a 1968 (442 jogos).
Depois, Manga foi para o Nacional-URU, onde atuou de 1968 a 1974, sendo campeão da Libertadores e do Mundial em 1971. De volta ao Brasil, defendeu o Internacional-RS (1974–1976), onde conquistou dois Brasileiros e três Gauchões. Encerrou a carreira em 1982 no Barcelona de Guayaquil. Ficou no Equador por quase três décadas, mas retornou ao Brasil em 2020. Faleceu em 9 de abril de 2025, aos 87 anos.
Não perca as partes 2 e 3 da Série goleiros que defenderam a Seleção em Copas do Mundo.
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