José Maria Marin é enviado à prisão federal nos Estados Unidos
Ex-presidente da CBF aguarda veredito final, que deve sair no ano que vem
Futebol|André Avelar, do R7
Considerado culpado em seis das sete acusações do Fifagate, José Maria Marin foi levado a uma prisão federal nesta sexta-feira (22), nos Estados Unidos. A decisão foi um pedido da promotoria, acatado pela juíza Pamela Chen, no Tribunal do Brooklyn, em Nova York.
Apesar do encaminhamento, essa ainda não significa a prisão definitiva do ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A tendência é que o veredicto aconteça só no ano que vem.
O advogado entende que a exposição internacional do caso pode ter "pesado na decisão dos jurados":
"O objetvio imediato é fazer com que ele possa esperar o apelo em liberdade, mas entendemos que foi uma ação que não há uma justificativa de fato tendo em vista a idade dele, a impossibilidade de se locomover. Essa é a nossa principal prioridade. Apelaríamos obviamente do veredito", disse o advogado, na saída do tribunal em Nova York.
Ainda no início do mês, a defesa partiu para a estratégia de qualificar Marin como um senhor senil, ingênuo e incapaz de pedir propinas. Além disso, a compreensão parcial do idioma inglês, também seria um motivo para não levá-lo à prisão.
O cartola brasileiro cumpre prisão domicilar em seu apartamento no Trump Tower, na Quinta Avenida, o qual teria gastos estimados em torno de R$ 200 mil mensais, — entre despesas com tornozeleira eletrônicas e seguranças do governo norte-americano. Na prisão federal, aguardaria até o veredito final.
Marin, de 85 anos, responde a sete acusações de conspiração em esquema internacional de corrupção. O dirigente brasileiro é acusado de receber aproximadamente US$ 2,7 milhões (R$ 8,9 milhões) em pagamento de propinas da Copa Libertadores e da Copa América – o cartola foi inocentado da acusação de lavagem de dinheiro na Copa do Brasil.
Desde o início do julgamento em 13 de novembro, a defesa de Marin nega todas as acusações e tenta distanciar o cliente da função de principal articulador dentro da própria CBF. Segundo os advogados, Marin atuava como 'rei', mas Marco Polo del Nero era o 'presidente do futebol brasileiro'. Mesmo suspenso pela Fifa de qualquer atividade relacionada ao futebol, Del Nero, alegou inocência e desafiou 'qualquer pessoa' a apresentar provas de que tenha participado de esquema de corrupção.