Caso Daniel: testemunhas divergem sobre ações de 7º suspeito preso
Advogado que representa a 1º jovem a contar detalhes do crime, acredita que Eduardo Purkote seja inocente. Defensor de outros suspeitos discorda
Futebol|Cesar Sacheto, do R7
O advogado Jacob Filho, que representa a testemunha responsável pelas primeiras revelações sobre os bastidores do after na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais (PR), onde o jogador Daniel Corrêa foi morto, no mês passado, disse nesta quinta-feira (15) que o sétimo suspeito preso pela polícia por envolvimento no caso é inocente.
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O jovem Eduardo Purkote, de 18 anos, foi apontado em depoimento como sendo a pessoa que entregou a faca do crime a Edison Brittes Junior, o Juninho Riqueza, e também teria participado do espancamento da vítima ainda na casa. Ele e o irmão, Gustavo, estavam entre os convidados da festa de aniversário de Allana Brittes.
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"É mentira. Perguntei para a minha testemunha várias vezes. Ele não pegou a faca. Quem pegou a faca foi o [Edison] Brittes. O cara é inocente. Eles [irmãos Purkote] ficaram desesperados. Estavam com medo. Fico muito triste com isso", frisou o advogado em entrevista ao R7.
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De acordo com Filho, a história contada pela jovem Evelyn Brisola, que beijou Daniel ainda na boate Shed, em Curitiba, e foi com o jogador até a casa dos Brittes, é fruto de uma combinação de versões.
"Os caras [Brittes e outros suspeitos] estão se defendendo e fazem isso acusando todos que estavam lá. Ela [Evelyn] vê uma matança, com pisões na cara, e vai cozinhar strogonoff? Você acha que uma pessoa assim tem credibilidade? Você não se desesperaria? Ela fez isso para aparecer", enfatizou.
Contraponto
Defensor de David Willian Vellero da Silva e Igor King (presos por suspeita de envolvimento no crime), Robson Domacoski vê com ressalvas a tese de que Eduardo Purkote tenha entregue a arma utilizada para matar Daniel ao empresário Edison Brittes Junior.
"Não acredito na versão de [Eduardo] ter dado a faca para o Brittes."
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Por outro lado, a participação no espancamento do jogador é confirmada pelas testemunhas.
"O Eduardo ajudou a surrar Daniel. Era uma situação de comoção, repúdio. Quando se grita estupro, o cidadão age por repúdio. Todos os homens bateram [na vítima]", diz o advogado com base nos depoimentos dos clientes.
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"Pesa sobre ele a fraude processual por ter dado fim no telefone celular de Daniel", complementa o advogado Robson Domacoski ao comentar outra prática imputada a Eduardo Purkote no crime e corroborada nos interrogatórios de David e Igor.
Família Brittes segue presa
O empresário Edison Brittes Junior, que confessou ter matado Daniel, a esposa dele, Cristiana, e a filha Allana continuam presos em um complexo penitenciário na cidade de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Mãe e filha estão na penitenciária feminina.
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As prisões temporárias (por 30 dias) foram expedidas pela Justiça, mas podem ser prorrogadas ou convertidas em preventivas (até que o processo seja julgado).
Conclusão do inquérito
O titular da Delegacia Regional da Polícia Civil de São José dos Pinhais, Amadeu Trevisan, deverá concluir o inquérito na próxima semana. O delegado deverá indiciar os suspeitos por homicídio qualificado.
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Após ser relatado pela autoridade policial, o documento será encaminhado ao promotor João Milton Salles, do Ministério Público do Estado do Paraná, que irá oferecer a denúncia contra os acusados à Justiça.
A reportagem do R7 não conseguiu contato com o defensor de Evelyn Brisola, uma das testemunhas do inquérito.
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