Nada de praia no domingo. Fifa pede que torcedores cheguem cedo ao Maracanã para evitar tumulto
Bélgica e Rússia se enfrentam pelo Grupo H, a partir das 13 horas, no Rio de Janeiro
Copa do Mundo 2014|André Avelar, do R7, no Rio
Independentemente das novas medidas de segurança para conter as sucessivas invasões no Maracanã, a Fifa reforçou o pedido para que torcedores cheguem com bastante antecedência ao estádio. Segundo a entidade, a prática é considerada fundamental para evitar novos tumultos minutos antes das partidas da Copa do Mundo. O problema é que o horário do próximo jogo atrapalhará o domingo de praia do carioca. Bélgica e Rússia se enfrentam a partir das 13 horas, no Rio de Janeiro.
Thierry Weil, diretor de marketing da Fifa, disse que não é possível que os seguranças privados (stewards) verifiquem os documentos de identidade de todo o público do estádio. Ainda assim, Weil deixou escapar que para as próximas partidas esse deve ser um trabalho da segurança pública (policiais civis) ainda no primeiro bloqueio da área de restrição da Fifa. Para evitar ingressos antigos, os policiais inclusive devem fazer a leitura dos ingressos.
— Se pedíssemos a identidade de todos, vocês [jornalistas] estariam me matando aqui pelas as longas filas no estádio. Nós estaríamos dificultando a vida de torcedores que respeitam as regras. Pedimos para que as pessoas cheguem ao estádio mais cedo. Não vou dizer no último minuto, mas muitas pessoas chegaram próximo da hora do jogo. O que não podemos fazer, e não faremos, é facilitar na verificação no raio-x e no magnotômetro.
Tanto na invasão dos argentinos no domingo (15), quanto na dos chilenos na última quarta-feira, pessoas sem ingressos furaram o primeiro bloqueio policial e circulavam livremente ao redor do estádio. Somado a isso, uma enorme concentração de torcedores comuns fazia filas gigantescas e cobrava dos seguranças privados uma revista mais ágil. Foi aí que torcedores argentinos forçaram um portão e conseguiram entrar no estádio.
No entanto, relatos de moradores e comerciantes do entorno do Maracanã garantem que um grupo de chilenos chegou oito horas antes da partida e ficou andando a procura de ingressos. Com os altos preços cobrados pelos cambistas (até US$ 1.500, cerca de R$ 3.400), decidiram invadir por uma entrada que dá acesso à sala de imprensa. Alguns conseguiram chegar às arquibancadas, mas 87 foram contidos.
Uso do exército no Maracanã não foi descartado pelo governo
Membros da Fifa, do Comitê Organizador Local (COL), da segurança privada e da segurança pública deram uma longa e agitada entrevista coletiva na última quinta-feira (19) para algumas respostas vazias sobre quais as medidas que serão adotadas para os próximos cinco jogos no Maracanã, entre eles a grande final. Os representantes não atribuíram culpados pela invasão, tampouco anunciaram as novas medidas de segurança. De acordo com o secretário extraordinário de segurança para grandes eventos do Ministério da Justiça, Andrei Passos Rodrigues, até mesmo o uso das Forças Armadas não foi descartado.