A volta do mata-mata é a melhor solução para o futebol brasileiro?
Calendário no Brasil terá que se adaptar ao inédito isolamento
Lucas Pereira|Do R7 e Lucas Pereira

Não tem jeito.
O Covid-19 está trazendo grandes problemas de saúde e financeiros para todo o planeta.
O mundo inteiro está parado, esperando que o surto finalmente passe, para voltar à rotina.
No meio esportivo não é diferente.
Pela primeira vez na história tivemos um adiamento de uma edição dos Jogos Olímpicos.
O futebol, claro, também foi afetado.
Estamos aguardando quando será o reinício dos campeonatos, para tomar uma decisão.
Mas, peraí.
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Esta frase soou meio estranha.
Os dirigentes dos clubes e da CBF não podem ficar parados esperando para tomar uma decisão depois que as competições estiverem perto de recomeçar.
O planejamento para este ano tem que ser feito agora.
Eles têm que se organizar o mais rápido possível, com os diferentes cenários de retorno das competições.
Se voltar em meados de abril, será desse jeito. Se só voltar em maio, será de outro. Se não voltar até julho, agiremos dessa maneira.
As estratégias já têm que ser discutidas agora, inclusive com representantes da Conmebol, para avaliar a situação da Libertadores.
Já adianto aqui, que na minha opinião, os estaduais deveriam ser encerrados, sem a definição do campeão.
Sei que as Federações vão fazer muita pressão para que pelo menos os últimos jogos sejam disputados.
Principalmente aquelas de estados com menos tradição no futebol brasileiro, que têm como principal ingrediente a rivalidade regional.
Muito vai se falar dos clubes pequenos, que sobrevivem dos estaduais.
Que tal se a CBF pegasse uma quantia do lucro absurdo que teve no ano passado para repassar para esses clubes?
Resolveria em parte o problema do caos financeiro, e encerraria o problema dos estaduais.
Sobre o Campeonato Brasileiro, não dá pra ninguém pensar na volta do mata-mata.
Sim, sou contra resolver o problema da falta de datas com essa solução esdrúxula.
Sim, o mata-mata já fez parte da história do futebol brasileiro, com grandes jogos e campeões improváveis, eu sei disso.
Mas os tempos são outros.
Depois da implantação do estatuto do torcedor, as pessoas vão querer saber quantos jogos do seu time poderão ver durante a temporada, pra comprar os famosos pacotes de sócio-torcedor.
Não adianta ele pagar por 19 jogos em casa e só receber metade.
Por isso mesmo, não acho que um turno só seria a solução.
Até porque, a TV que tem o direito dos jogos, vai reduzir o pagamento se tiver só a metade do número de jogos para exibir.
Seria menos receita para os clubes, que já vão enfrentar sérios problemas financeiros por conta do coronavírus.
Não se sabe ao certo como os clubes mais endividados vão retornar depois de tanto tempo de paralisação. Sem a grana de patrocinadores, ingressos e da TV.
Também não acho que a melhor saída seja adequar o calendário brasileiro ao futebol europeu, disputado entre agosto de um ano, e julho do outro.
Sei que muita gente defende essa tese, mas não faço parte desse grupo.
Na Europa e em outros países do hemisfério norte, o verão acontece justamente no meio do ano, onde os jogadores aproveitam o sol e o calor para relaxar e recarregar as baterias para a próxima temporada.
Aqui, o verão, com temperaturas altíssimas, se dá nos meses de dezembro e janeiro, justamente o período de férias no futebol brasileiro.
Não dá pra imaginar o mês de janeiro sendo justamente o período da metade do campeonato.
Jogos disputados com temperaturas bem elevadas e justamente na época das férias escolares por aqui.
Como os atletas vão viajar com seus filhos no meio da temporada?
No hemisfério norte, as férias escolares são em julho e agosto.
Por aqui não. O principal período é nos meses de dezembro e janeiro.
Ah, mas aí, para nessa época também.
Seriam dois meses a menos.
Não acho essa a estratégia mais inteligente.
Entendo que nesse ano deveríamaos ter as 38 rodadas do Brasileirão normalmente.
Nem que o calendário, no caso do Campeonato Brasileiro, se estenda até o início do ano que vem para terminar.
Claro, vai ficar bem apertado para os clubes com jogos acontecendo a cada três dias, em média.
Não é o ideal, mas é o que se pode fazer diante de um problema inédito no mundo.
Acredito que várias propostas serão apresentadas para se tentar resolver o problema do calendário do futebol brasileiro em 2020.
Mas, espero que essas ideias sejam apresentadas o mais breve possível.
Com diferentes cenários de acordo com as diferentes datas de volta das competições.
Até a próxima.
Em quarentena, jogadores têm apoio da família para passar tempo
O futebol está parado há mais de dez dias por conta da pandemia do coronavírus. Com isso, os jogadores estão em casa com boa parte do tempo livre. Como todos que possam pela quarentena, buscam apoio e companhia na família para as horas em casa serem me...
O futebol está parado há mais de dez dias por conta da pandemia do coronavírus. Com isso, os jogadores estão em casa com boa parte do tempo livre. Como todos que possam pela quarentena, buscam apoio e companhia na família para as horas em casa serem melhores