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Seleção sub-20 do Brasil perde de 110 a 0 para o Canadá, mas devemos comemorar

Jovens brasileiros enfrentaram seleção da casa em uma batalha que escancara diferença técnica entre o futebol americano dos dois países

Jarda por Jarda|Lucas FerreiraOpens in new window

Brasil Onças enfrentou a melhor seleção do mundo Sub-20, o Canadá Reprodução Instagram/@jmaclennan.photo; @footballcanada_official; @brasil_oncas

A seleção brasileira sub-20 perdeu, no último sábado (22), de 110 a 0 para o Canadá na estreia do Mundial Sub-20 de Futebol Americano. A partida, disputada justamente no Canadá, escancarou a disparidade técnica das seleções, mas apesar do resultado, devemos comemorar o que aconteceu em Edmonton.

O placar, obviamente, foi péssimo no âmbito esportivo. Enfrentar a melhor seleção do mundo nesta categoria em um país que tem uma tradição muito maior no futebol americano, deixou claro que o Brasil está muito aquém das principais potências.

Além de uma liga nacional consolidada, o Canadá tem diversos jogadores na NFL e nas universidades americanas. A proximidade geográfica com os Estados Unidos permite um maior intercâmbio cultural, que obviamente agrega no poder de fogo da seleção local.

Mas vamos parar de falar dos pontos positivos do Canadá e vamos aos problemas do Brasil. Esqueça culpar qualquer atleta ou comissão técnica, a goleada começou a ser construída em um ponto sensível para todos os esportes no Brasil: investimento.

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Com exceção do futebol e do basquete, quais são os esportes coletivos no Brasil que recebem incentivos de grandes clubes? Vôlei e futsal, por exemplo, se sustentam com empresas por trás dando suporte, na maioria das vezes.

Quando descemos do nível profissional para a base, nos deparamos com um cenário ainda pior. Os atletas precisam tirar dinheiro do próprio bolso para ter equipamento ou se deslocar até o centro de treinamento. Isso sem contar alimentação, saúde e fisioterapia, pontos vitais no esporte de alto rendimento.

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Ao tratar em específico do futebol americano, temos ainda a dificuldade na importação de equipamentos. É comum que atletas brasileiros comprem capacetes usados nos EUA. Apesar da oferta de ombreiras e chuteiras ter aumentado nos últimos anos com a popularidade do esporte por aqui, não há como comparar com a terra do Tio Sam ou o Canadá.

Sendo literal: só esses garotos sabem o que precisaram passar e fazer para conseguir representar o país. O 110 a 0 é uma derrota esportiva acachapante, mas ela é seguida de inúmeras vitórias em batalhas muito mais complicadas só para estar lá.

Enquanto o Brasil não valorizar o esporte ao nível amador, como uma ferramenta de educação e socialização, resultados como esse vão continuar se repetindo, independente de ser o futebol americano ou não.

O que aconteceu em campo é uma consequência da forma como o esporte é tratado no Brasil. O que houve do lado de fora, por sua vez, é toda a luta de um grupo de jovens em busca do sonho de defender as cores do país e fazer o esporte crescer. E isso, sim, devemos comemorar.

Na próxima quarta-feira (26), o Brasil volta a campo no Mundial e enfrenta o time B do Canadá.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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