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A NFL tem capacidade de lotar jogos no Brasil todo ano?

Com sucesso de Philadelphia Eagles x Green Bay Packers, liga planeja trazer nova partida para o país em 2025

Jarda por Jarda|Lucas FerreiraOpens in new window

Mais de 47 mil pessoas estavam presentes na arena do Corinthians na primeira partida da NFL no Brasil Rodrigo Coca/Agência Corinthians

A espera de anos e anos por uma partida da NFL no Brasil chegou ao fim em setembro, quando Green Bay Packers e Philadelphia Eagles pousaram em São Paulo para o primeiro jogo da liga no país.

A partida, por si só, foi um sucesso de público, com ingressos esgotados em menos de duas horas, apesar dos preços — a entrada mais barata custava R$ 570. O jogo também foi bem-sucedido para a capital paulista, com a movimentação de mais de R$ 335 milhões da economia local.

O executivo da NFL Peter O’Reilly disse na última quinta-feira (17), durante uma entrevista coletiva, que a NFL deseja retornar ao Brasil e cogitou uma nova partida em 2025. A expectativa da liga é realizar múltiplos jogos no futuro, mas neste primeiro momento, a ideia é manter a fórmula que foi sucesso neste ano.

Como fã de futebol americano, e em especial da NFL, gostaria que tivesse um jogo de temporada regular por semana no país. Como isto, obviamente, não é viável, a discussão que fica é: qual a capacidade que o Brasil tem para sempre lotar jogos da liga norte-americana?


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Segundo estudo elaborado pelo IBOPE Repucom, a NFL tem 41 milhões de fãs no Brasil — um aumento de 310% em relação às pesquisas feitas em 2014. Atualmente, o público da liga por aqui tem, majoritariamente, entre 30 - 39 anos e alto poder aquisitivo. Os números mostram uma divisão quase igualitária entre homens e mulheres entre os entusiastas de futebol americano.

“O esporte tem atraído uma base de fãs cada vez mais diversa, com uma participação mais equilibrada entre gêneros e uma representatividade significativa de públicos com maior poder aquisitivo", comenta a gerente de Desenvolvimento de Negócios da IBOPE Repucom, Gabriella Giamundo.


Para este ano, a NFL anunciou cinco jogos internacionais: um no Brasil e na Alemanha e outros três na Inglaterra. Em 2025, já está confirmada uma partida na Espanha e existe a expectativa que a liga também retorne ao México.

Em entrevista recente ao apresentador e ex-punter da NFL Pat McAfee, o comissário da NFL, Roger Goodell, afirmou que a liga planeja que todas as franquias joguem anualmente ao menos uma partida por temporada fora dos Estados Unidos até 2034.


“Nós [futebol americano] acreditamos que podemos ser um esporte global. Então, vejo a gente [NFL] jogando 16 jogos na estrada [internacionalmente] em algum momento nos próximos dez anos”, comentou Goodell.

A meu ver, há o interesse e curiosidade entre os brasileiros de entender e se aproximar do esporte. Existe também uma grande vontade da NFL de mostrar o que é o futebol americano para o mundo e, obviamente, para o Brasil, o segundo maior mercado internacional da liga.

Filas marcaram as ativações durante o jogo da NFL no Brasil Leco Viana/Thenews2/Estadão Conteúdo - 6.9.2024

Os números mostram que os fãs estão aqui e que parte deles possuem poder aquisitivo para pagar ingressos caros, mas certamente o segredo para lotar o estádio em toda visita ao Brasil é baratear as entradas. Nesta primeira partida, a NFL teve ao seu lado o fator novidade, que vai enfraquecer a cada vez que a liga pousar no país.

É complicado exigir que a NFL promova entradas a R$ 200, levando em consideração o valor do dólar em relação ao real. Mas a liga pode aumentar os lucros levando jogos para estádios maiores que a arena do Corinthians, como o Maracanã, no Rio de Janeiro, ou o próprio Morumbi, em São Paulo.

O primeiro teste da liga no país foi um grande sucesso, ninguém tem dúvidas disso. Entretanto, para a NFL se estabelecer de vez como um evento anual no calendário do brasileiro, Goodell e os executivos vão precisar entender melhor os limites econômicos dos fãs locais. Com um escritório da NFL destinado ao Brasil, certamente este será um dos fatores a serem analisados.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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