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Gol Delas

O que podemos (e devemos) aprender com a Eurocopa Feminina?

Diferenças na estrutura, organização e respeito às atletas escancaram o abismo entre Europa e América do Sul no futebol feminino

Gol Delas|Camila JuliottiOpens in new window

A Eurocopa 2025 tem a Suíça como sede; final será entre Espanha e Inglaterra Reprodução/Instagram @sefutbolfem - 19.07.2025

Com a bola rolando simultaneamente pela Eurocopa e Copa América feminina, é impossível não fazer comparações. Quando pensamos em organização, estádios, divulgação, audiência… O futebol europeu ganha de goleada em todos os quesitos.

O abismo que separa as duas competições tem como um dos grandes responsáveis a entidade organizadora do torneio sul-americano. A começar pela escolha de Quito, no Equador, como sede da Copa América. Ao longo dos jogos, ficou claro que a cidade não tem estrutura para receber a principal competição de seleções sul-americana. O fato de as jogadoras terem sido proibidas de aquecer no gramado é apenas uma prova disso.

A justificativa da Conmebol é que o campo poderia ficar “desgastado” por conta dos dois jogos seguidos no local. E a solução? Colocar as atletas para aquecer em uma sala apertada, junto com as adversárias - as críticas do treinador brasileiro Arthur Elias, além de Marta e outras jogadoras, surtiu efeito e o aquecimento no gramado foi liberado por 15 minutos.

‘É uma vergonha para nós, como jogadoras’

A Copa América Feminina conta com o auxílio da tecnologia do VAR apenas a partir das semifinais, o que tem sido um problema na fase de grupos. Há várias seleções que foram prejudicadas por conta de gols mal anulados - inclusive o Brasil, quando Ary Borges marcou o dela.


No final da partida contra a Argentina, a atacante chilena Yanara Aedo criticou a ausência do VAR (árbitro de vídeo) e o descaso com o futebol feminino (o vídeo foi divulgado pela Revista Fut Fem): "É uma falta de respeito, é uma vergonha ver a Eurocopa e a Copa América. É uma vergonha para nós como jogadoras. Uma Copa América de mulheres deve ser igual a dos homens. A organização precisa ficar mais atenta, porque somos jogadoras assim como os homens".

Kerolin, camisa 7 da seleção brasileira, também se manifestou sobre o desprezo com relação a modalidade em um desabafo nas redes sociais. "Estou assistindo a Euro e é surreal a diferença de estrutura, audiência, investimento.. Chega ser desanimador. Estrutura seria o mínimo pra nós. Não tem como o mundo todo evoluir e aqui ser feito nem questão."


Os relatos de descaso feitos por Kerolin e também Marta acabaram repercutindo entre jogadoras dos EUA. Isso porque, Kerolin atuou por muito tempo na principal liga do país norte-americano (NWSL) e a rainha joga no Orlando Pride desde 2017.

“Por que não estamos investindo e investindo nelas? Aplaudo a Kerolin por falar, mas desafio as federações a fazerem melhor”, disse Lynn William em entrevista a um podcast.


“Sinto pena das jogadoras que precisam passar por isso e gostaria que as entidades, os dirigentes e quem esteja no poder defendam as jogadoras, para que elas não precisem mais passar por isso”, completou Sam Mewis.

Vale lembrar que enquanto as atletas cobram o mínimo de estrutura da Conmebol para o bom desenvolvimento do futebol, a Uefa, com a Euro feminina, acumula recordes positivos: de investimento, de faturamento, de premiação, de público nos estádios, além da operação da tecnologia do VAR em toda a competição.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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