'Você é um ladrão.' Rigoni xinga juiz. São Paulo protestará na CBF
0 a 0 entre São Paulo e Palmeiras foi marcado por dois lances polêmicos. Luiz Flávio marcou pênalti e deu gol do São Paulo. O VAR fez com que voltasse atrás. Juiz aponta porta do VAR arrombada
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Expulso diretamente o atleta de nº 77, Emiliano Ariel Rigoni."
"Por proferir as seguintes palavras por duas vezes, após a anulação de um gol de sua equipe:"
"Você é um ladrão'."
Assim está no relatório de Luiz Flávio de Oliveira. A explicação para a expulsão de Rigoni, do São Paulo, no tumultuado clássico de ontem à noite no Morumbi, contra o Palmeiras.
"Os jogadores do Palmeiras sequer reclamam e já se dirigem ao meio para dar reinício. E depois vem o VAR de novo, em câmera lenta... O jogo não é em câmera lenta, e a velocidade tem que ser respeitada. E o árbitro, de novo, por falta de convicção, anula."
"Vamos fazer representação na CBF. O VAR já foi usado sete vezes em jogos do São Paulo, seis vezes contra. Umas acertadas e outras não. Vamos representar sim, porque não estamos felizes", revela o diretor do São Paulo, Carlos Belmonte, revoltado com Luiz Flávio de Oliveira.
"Não fiz falta no lance do gol anulado", protesta Renan, zagueiro do Palmeiras.
"Não quero falar do árbitro e do VAR, porque respeito os diretores e eles já falaram. Acredito que o time jogou um grande jogo, contra um grande time. Taticamente perfeito, fizemos todo o possível, dois gols, um pênalti, situações perigosas, mas não alcançou o resultado e isso que posso controlar fizemos muito bem", ironizou Hernán Crespo, técnico do São Paulo.
"Nosso adversário quer o gol bem anulado, ou o pênalti que não foi pênalti, quer o último gol em que teve interferência em que antes não há falta do Renan", devolveu a ironia, Abel Ferreira.
O 0 a 0 entre São Paulo e Palmeiras foi pelo Campeonato Brasileiro.
Manteve o time de Abel Ferreira líder. E a equipe de Crespo a um ponto da zona do rebaixamento.
Foi o primeiro confronto dos três que os dois rivais farão em três semanas. Os dois próximos serão pelas quartas da Libertadores, dias 10 e 17 deste mês.
E o clima de tensão de ontem será arrastado, com certeza, para as partidas que valerão vagas para a semifinal do campeonato mais importante da América do Sul.
O que levará o São Paulo à CBF protestar e tentar vetar o árbitro Luiz Flávio de Oliveira dos seus jogos pode ser resumido em dois lances.
Que o árbitro marcou e depois, alertado pelo VAR, com muita indecisão, voltou atrás.
O primeiro lance capital foi aos 34 minutos do primeiro tempo. Marquinhos tinha a chance de chutar dentro da área, Gustavo Gómez se aproximou, tocou com a mão no peito no atacante são-paulino e ele desabou.
Luiz Flávio marcou pênalti.
Mas foi alertado pelo VAR: o toque foi leve, não foi suficiente para derrubar o jogador. Ele se jogou.
E foi verdade.
O pênalti foi desmarcado.
Aos 43 minutos do segundo tempo, Reinaldo cobrou falta. A bola foi em direção de Miranda, impedido. Ele disputa a bola com Patrick de Paula, participou da jogada. O volante palmeirense foi deslocado e raspa a cabeça na bola. O suficiente para que Gustavo Gómez cabeceie para o próprio gol.
A celebração no banco são-paulino acabou em revolta.
O VAR chamou Luiz Flávio, com acerto, e o gol foi anulado.
"É clássico. A gente se alterou um pouco, a gente queria vencer o jogo. No nosso ponto de vista não houve interferência, simplesmente fizeram gol contra sozinho, de maneira nenhuma impedi a trajetória da bola ou impedi o defensor de alcançar a bola", disse Miranda.
Mas as imagens mostram que o VAR acertou.
Luiz Flavio estava muito inseguro em seguir o árbitro de vídeo.
Mas acabou acertando nos dois lances.
Para revolta do São Paulo, quer precisava demais da vitória, e foi muito melhor que o Palmeiras.
O empate foi injusto para o time de Crespo.
Mas foi legal.
Porque os dois lances polêmicos foram anulados.
Com toda a razão.
Mas com consequências, além da expulsão de Rigoni, por chamar Luiz Flávio de ladrão.
Só que seu relatório há outras denúncias.
"No intervalo da partida, quando descíamos para a zona mista, o Sr. Carlos Belmonte, diretor do São Paulo, proferiu as seguintes palavras: 'Vocês estão de palhaçada com a gente, c***'. E, ao término da partida, novamente o mesmo retornou à zona mista e proferiu as seguintes palavras: 'Safado, ladrão, vagabundo, vai tomar no c***. Vocês roubaram a gente"
"Informo ainda que o Sr. Fernando Bracalle Ambrogi, diretor da equipe do São Paulo, presente também na zona mista ao término da partida, proferiu as seguintes palavras: 'Você tem que ser preso. Pode relatar meu nome aí, seu vagabundo"
"Fui informado pela equipe do VAR, Sr. Péricles Bassols e Sr. Vítor Carmona, que, após o término da partida, foram até a sala do VAR, deram murros na porta por duas vezes e arrombaram a mesma, quebrando a fechadora. Porém, não adentraram a sala e nem foi possível identificar o autor do fato."
Situações delicadíssimas.
E que podem fazer o São Paulo perder mandos de jogos...
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