Vaias e aplausos.Aguirre sentiu a tensão que domina o São Paulo

Diego Aguirre já teve uma ideia do que o espera.

Morumbi vazio, protesto irônico e fúnebre das organizadas.

Muito mais assustador do que o caixão carregado pelos torcedores, só o futebol do São Paulo. 

André Jardine herdou o elenco inseguro, tenso e com peças lentas, apáticas. Depois de fazer sucesso na base, o agora auxiliar técnico tentou montar um time mais vibrante, intenso e articulado para usar as laterais. Mesmo sem o menor entrosamento, pelo menos, havia esquema tático definido. 4-2-3-1. Claro, específico.

E diante do fraquíssimo Red Bull time sem talento e sem o menor preparo físico, o São Paulo sofreu, mas venceu de virada, por 3 a 1. Resultado que garantiu a obrigatória classificação em primeiro lugar do grupo B. E vai enfrentar o São Caetano pelas quartas de final, com o direto de fazer a segunda partida em casa, como todos os demais grandes do estado: Corinthians, Palmeiras e Santos.

Corinthians e Bragantino, Santos e Botafogo e Palmeiras e Novorizontino disputarão as outras vagas da semifinal. 

Finalmente, a insuportável primeira fase do Campeonato Paulista acabou.

O clube do inseguro Leco é a equipe tradicional de pior campanha na fase de classificação.

O treinador uruguaio, que foi confirmado pelo blog ainda ontem, chegou ao clube e fez o discurso mais do que previsível. 

“Para mim é um desafio profissional espetacular, sei o que o São Paulo significa não só em âmbito sul-americano, mas também mundial. É o desafio mais importante da minha carreira. Estou muito feliz de estar aqui no São Paulo como treinador. Tive a sorte de vestir essa camisa e sinto orgulho de estar aqui."

"Prometo muito trabalho, muita honestidade e que o time vai mostrar raça, personalidade, jogo e vai lutar para ganhar coisas importantes. Tenho certeza disso e gostaria que a torcida apoiasse essa nova etapa que começa e que é muito importante não só para mim, mas também para o clube e para todos que terão que estar juntos para conquistar alguma coisa."

A partida de hoje foi fácil demais.

Os apenas 9.226 torcedores, que pagaram R$ 229.340,00, se alternaram. Da raiva, pelo fraco início de jogo do São Paulo. À alegria depois da confirmação da fácil vitória.

Jardine poupou Rodrigo Caio, Militão, Hudson, Cueva e ainda deixou Valdivia para o segundo tempo.

Quem complicou o jogo foi Jean. Goleiro que ainda se mostra inseguro e irresponsável. Em vez de dar um chutão, ele saiu jogando errado e proporcionou o gol de Edmilson, aos oito minutos. Aos poucos, a diferença técnica e física se impôs. O São Paulo de Jardine mostrava muito mais vontade do que o time de Dorival. E naturalmente conseguiu a vitória para alivar o ambiente.

Nininho marcou gol contra, em excelente cruzamento de Nenê, que jogou muito bem. Ele não ficou preso nas pontas, como com Dorival, teve espaço livre para atuar no ataque são paulino, mudança importante. Diego Souza também desfrutava de liberdade, como queria. 

O primeiro tempo terminou 1 a 1. Na segunda etapa, os veteranos do Red Bull andavam em campo. E Arboleda e Marcos Guilherme decretaram a virada por 3 a 1.

O São Paulo terminou a partida atacando, muito. E mais importante, com esquema tático definido. Acabou a apatia, a previsibilidade do time que era comandado por Dorival Júnior.

Se o instável Diego Aguirre chega com o respaldo de Raí, Lugano e Ricardo Rocha.

Mas Jardine precisa ser observado com muito carinho...