Turner, Amazon, Disney avisadas. Seleção é da tevê aberta
No Brasil, CBF e governo se unem em relação à Seleção. Não permitirão que jogos oficiais, como Eliminatórias e Copa, fiquem fora da tevê aberta
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Quatro pontos de audiência.
À frente da Rede TV e da Band.
Algo inédito na história.
A média anual de audiência é de 0,1 ponto.
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Houve comemoração em Brasíla, sede da estatal TV Brasil, ontem, após a partida entre o Peru e a Seleção de Tite.
Nasceu em 2007, no auge do governo Lula.
Juntou Radiobrás, Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto e TV Educativa Brasil.
Seguindo padrões de tevê estatais espalhadas no mundo, a missão da emissora sempre foi transmitir programas educativos, de variedades, esportivos. E noticiários divulgando ações do governo.
Em 2016, o presidente Temer a transformou em 100% estatal, acabando com o mínimo envolvimento privado. Estava criada a Empresa Brasil de Comunicação.
Por ser aberta, ela serve para a CBF mostrar jogos que não interessam às emissoras privadas, como jogos de equipes menores da Série B, além das Séries C e D.
A emissora seguia seu rumo, até a segunda-feira.
Quando a cúpula da CBF soube que a Globo não iria mesmo pagar 20 milhões de dólares, cerca de R$ 110 milhões pelos jogos de Peru, Uruguai, Paraguai, Equador, Chile, Bolívia, Colômbia e Venezuela. Os da Argentina e do Brasil, em casa, a emissora carioca já possuía.
O privilégio de mostrar Peru e Brasil seria da Turner, que comprou as partidas que a Globo não quis. O grupo norte-americano sabia que nenhuma outra emissora aberta iria gastar os 20 milhões de dólares. E acreditou que transmitira a partida de forma exclusiva. E colocou o jogo no seu aplicativo EI Plus, que cobra mensalidade de R$ 19,90.
Só que na última hora a CBF resolveu intervir. O governo federal ofereceu a TV Brasil para que o jogo fosse transmitido na tevê aberta. E o presidente Rogério Caboclo articulou a compra da transmissão, negociando direto com a Federação Peruana.
O sucesso foi tão grande que Caboclo e seu secretário-geral, Walter Feldman, que costurou o acordo com a TV Brasil, têm certeza.
Nenhum jogo das Eliminatórias ficará fora da tevê aberta.

Diante do sucesso de ontem, da goleada brasileira, a Globo já revê sua postura.
E quer comprar os direitos do jogos da Seleção fora do país. A começar contra o Uruguai, em Montevidéu, dia 17 de novembro.
Para a CBF é mais interessante, por conta da tradição, dos recursos da Globo, que garantiriam uma audiência muito maior.
A bilionária CBF luta por seus patrocinadores, não é só patriotismo ou Lei Pelé, que fique claro.
A TV Brasil seguirá disposta a seguir transmitindo os jogos da Seleção fora do país, caso não haja novamente acordo com a Globo.
Mas há o outro lado.
A desilusão do grupo Turner.
Essa intervenção da CBF, com o apoio do governo, é algo inconcebível para os norte-americanos.
Fere o princípio básico da livre concorrência.
E fará o grupo repensar em apostas envolvendo a Seleção.
Como lutar para ficar com a Copa do Mundo do Qatar, caso a Globo não consiga pagar os 600 milhões de dólares, R$ 3,3 milhões, que se comprometeu com a Fifa.

Além de alertar grupos como a Disney e a Amazon, que também tem planos de investir em jogos da Seleção Brasileira.
Com exclusividade, fora da tevê aberta. Buscando o lucro, também em streaming, como fez a Turner.
"Tudo ou Nada", série sobre os bastidores da Seleção na Copa América de 2019, era um ensaio da Amazon, avaliando o potencial financeiro do time de Tite.
Mas a realidade é essa.
Há muito interesse envolvendo a Seleção Brasileira.
Político, inclusive.
Ninguém pode se esquecer que a primeira eleição para presidente, depois da redemocratização do pais, foi marcada para o ano de 1990.
E tem sido assim, de quatro em quatro anos.
1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014, 2018.
2022...
Não é coincidência que ela aconteça nos anos de Copa.
Uma conquista do principal esporte do país, principalmente nos países de Terceiro Mundo, ajuda o partido que está no poder.

O futebol tem de atingir o maior número de pessoas possível.
Pesquisa do IBGE mostra que a desigualdade impera no país.
Em 2019, segundo o IBGE, a faixa de 1% da população brasileira mais rica tinha uma renda média 33,7 vezes maior que a metade da população mais pobre do país.
E esses mais de 120 milhões de pessoas não têm dinheiro para gastar com streaming.
Daí a intervenção da CBF.
Com o respaldo do governo federal.
O que ressuscita a Globo nas Eliminatórias, depois da batalha perdida em Lima.
Deixa na expectativa a TV Brasil.
E dá a certeza à Turner.
Eliminatórias e Copa do Mundo seguirão por muito tempo na tevê aberta deste país.
Por mais poderoso que seja o grupo que queira comprar os direitos dos jogos da Seleção Brasileira...
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