Cosme Rímoli Torcida vaia o Corinthians, em Itaquera. E xinga, de novo, Luxa, pela falta de coragem. Ele se contentou com o 1 a 1 contra o Fortaleza

Torcida vaia o Corinthians, em Itaquera. E xinga, de novo, Luxa, pela falta de coragem. Ele se contentou com o 1 a 1 contra o Fortaleza

Mesmo com o apoio frenético de 42 mil corintianos, o time de Luxa não se expôs na primeira semifinal contra o Fortaleza. Aceitou o 1 a 1, com medo, evidente, de perder. Partida decisiva será no Ceará, na próxima terça

  • Cosme Rímoli | Do R7

Torcida vaiou o time e xingou, de novo, Luxa. 1 a 1 em Itaquera, contra o Fortaleza, na semi da Sul-Americana

Torcida vaiou o time e xingou, de novo, Luxa. 1 a 1 em Itaquera, contra o Fortaleza, na semi da Sul-Americana

Mateus Lotif / Fortaleza EC

São Paulo, Brasil

Uma cena raríssima.

O Corinthians termina empatado uma semifinal de competição internacional.

Vai para o jogo decisivo em igualdade de condições com o rival.

E os torcedores que foram ao estádio de Itaquera resolvem vaiar o time. 

Principalmente seu treinador.

Foi o que aconteceu ontem, depois do empate entre Corinthians e Fortaleza, em 1 a 1

Gols de José Welinson e de Yuri Alberto, no primeiro tempo. 

A torcida percebeu muito bem o que aconteceu em campo.

O Fortaleza de Juan Pablo Vojvoda não se intimidou, encarou o Corinthians. A partida foi absolutamente equilibrada na primeira etapa. Como o enorme desperdício de Luxemburgo, colocando, de maneira inexplicável, Renato Augusto na esquerda, longe do que faz melhor no Brasil, servir os atacantes.

Depois de tomar um gol de escanteio, de José Welinson, aos 25 minutos, após falha de marcação de Fábio Santos e que o péssimo árbitro uruguaio Esteban Ostojich anularia, de forma equivocada, se não fosse o VAR, o Corinthians só empatou, quando Renato Augusto foi para o meio, na intermediária adversária, onde rende. 

Foi de lá que saiu o passe espetacular para Yuri Alberto bater cruzado e empatar a partida, aos 40 minutos. 

Gol de Yuri Alberto. O time de Luxa, dependendo de outra assistência maravilhosa de Renato Augusto

Gol de Yuri Alberto. O time de Luxa, dependendo de outra assistência maravilhosa de Renato Augusto

Marcello Zambrana / AFP - 26.09.2023

No segundo tempo, o time nordestino foi melhor até os 25 minutos. 

Depois, os dois times recuaram, com medo de tomar o segundo gol. 

O Fortaleza é compreensível.

Mas o Corinthians, que atuava no seu estádio lotado, não. 

Daí as vaias e os xingamentos ao seu treinador, situação que se mostra rotineira.

Vanderlei Luxemburgo, outra vez, teve de ser criativo na hora de explicar o motivo de o Corinthians não lutar por uma vitória, que daria a vantagem de empatar, na próxima terça-feira, no Ceará, na partida que vale a vaga para a final da Sul-Americana.

"A gente entende que o torcedor não está gostando das atuações, mas ele sempre abraça. Dentro da realidade que temos, do que treinamos, o Corinthians foi bem, com posse de bola, podendo decidir o jogo", tentou explicar.

Mas, também, de novo, ele sofreu a forte pressão dos jornalistas que acompanharam no estádio a decepcionante postura corintiana.

Acabou questionado sobre por que o "seu" Corinthians "entrega tão pouco", diante da expectativa.

"Não é entregar pouco, rapaz. A gente está acostumado com o Corinthians intenso, dessa forma. O torcedor sempre vai esperar um pouco mais."

Principalmente quando toma uma postura medrosa, atuando dentro de casa, diante de mais de 42 mil corintianos. 

Depois de várias perguntas, Luxa finalmente deixou escapar o que foi notório. Faltou contundência, firmeza ao time, para lutar pela vitória. O Corinthians seguiu lento, marcando na sua intermediária, temendo subir a marcação e perder nos contragolpes velozes do Fortaleza.

"Nós tomamos gol de bola parada, isso muda o conceito do jogo, muda um pouco a história do jogo. Tínhamos posse de bola, um pouco de domínio, mas faltava contundência.

"Já falei, as pessoas querem que façamos marcação com pressão, mas temos que ter marcação mais com posse de bola."

Luxa e o motivo de manter Renato Augusto por 90 minutos. 'Tirei o Zidane e o Ronaldo no Real. Foi ruim'

Luxa e o motivo de manter Renato Augusto por 90 minutos. 'Tirei o Zidane e o Ronaldo no Real. Foi ruim'

Maurício Rummens/FOTOARENA/Estadão Conteúdo - 26.09.2023

A sua resposta está condicionada ao elenco e também às suas determinações aos jogadores. Ele pede "marcação baixa" e ritmo mais lento ao time, e é isso que o Corinthians mostra. Ontem não foi exceção. Luxemburgo faz a equipe ter uma atuação "de segurança". Primeiro não quer perder, para depois tentar vencer. Postura que não combina com a história corintiana.

A maior demonstração de que ele estava contente com o empate é só ter feito duas substituições. Não quis fazer a terceira, a que tinha direito. Para ele, segurar o 1 a 1 estava ótimo.

Só que expôs Renato Augusto, 35 anos, com um histórico de lesão, que não conseguia acompanhar o ritmo da partida nos últimos 25 minutos. 

Vanderlei disse que se lembrou do que aconteceu em 2005, quando tirou Ronaldo e Zidane, como técnico do Real Madrid, em uma partida da Champions League.

"Tirei os dois e a Juventus cresceu. Eu mantive o Renato Augusto porque em um lance ele poderia decidir o jogo."

Ou seja, o treinador percebeu que o meia não conseguia correr, lutar, mas o manteve mesmo assim. Correndo o risco de nova contusão muscular.

Luxemburgo, 71 anos, acabou revelando o motivo que o impede até de repetir a postura gestual que agrada tanto aos torcedores há décadas. Cobrando em pé, de forma veemente, seus jogadores, cobrando os árbitros. Mostrando-se mais comandante, ao contrário do que vem fazendo, passando grande parte da partida sentado.

"Estou com uma lesão de clavícula que me impede [de repetir o gestual que o consagrou]. Os meninos sabem: chego todo torto no treinamento, está me incomodando bastante, vou ter que fazer uma cirurgia no fim do ano. Então está meio complicado de ficar andando de um lado para o outro."

A única notícia que anima Vanderlei Luxemburgo é saber que a direção do Flamengo pensa, muito a sério, em contratar Tite.

O ex-treinador da seleção é o nome predileto para o grupo que comanda o Corinthians, em 2024, e que é favorito para seguir no poder, nas eleições marcadas para novembro.

Se Tite for mesmo para a Gávea, Luxa pode sonhar em começar o próximo ano empregado.

Ao contrário do que aconteceu em 2021 e 2022...

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