Cinco gols em três partidas. É o grande jogador do Brasil na Olimpíada
Lucas Figueiredo/CBFSão Paulo, Brasil
O Brasil não teve vida fácil.
Precisou lutar para ganhar da Arábia Saudita. Como franca atiradora, eliminada da Olimpíada, o time de Saad Al Shehri buscou uma despedida digna. E tratou de marcar muito forte e sair em contragolpes em altíssima velocidade.
Depois do primeiro tempo de enorme dificuldade, que terminou empatado em 1 a 1. Na segunda etapa, o time de André Jardine se impôs, não só pela postura ofensiva, mas por Richarlison, que vive excelente fase.
Atuando como rende muito mais, como atacante com liberdade, ao contrário do que acontece com Tite, que o prende na ponta direita, bem à vontade, ele marcou dois gols.
É o artilheiro isolado da Olimpíada, com cinco gols.
Ele se iguala a Ronaldo, como o maior artilheiro do Brasil nas Olimpíadas.
E o Brasil venceu por 3 a 1, com justiça.
Classificado para as quartas-de-final por 3 a 1, terminou como líder do grupo D. Enfrentará no sábado, Espanha, Argentina ou Austrália.
Com duas vitórias e um empate, o time brasileiro que foi montado em cima da hora, tem feito um bom papel na competição.
Richarlison está em uma maratona frenética. Mas que pode mudar de vez sua carreira
Lucas Figueiredo/CBFA Costa do Marfim empatou com a Alemanha e se classificou. Os africanos mostraram o quanto é improvisado e fraco o time germânico que foi ao Japão.
"Muito feliz por marcar gols. Agradecer aos meus companheiros. A bola tem chegado redonda para finalizar. Estamos crescendo na competição. Agora é mata-mata. Precisamos focar no próximo adversário para seguir na competição", disse Richarlison, determinado a fazer história, ganhar a medalha de ouro e ser artilheiro.
Até porque, o atacante tem uma motivação extra, já publicada neste blog. O treinador Carlo Ancelotti pediu para a direção do Real Madrid avaliar a contratação do jogador brasileiro que atua no Everton. Ou seja, a Olimpíada, atuando como sabe e como gosta, se tornou excelente vitrine ao artilheiro.
Ancelotte e Richarlison trabalharam, e bem, juntos no Everton.
Richarlison praticamente emendou Eliminatórias, Copa América e Olimpíadas. Está desgastado, mas jogando excelente futebol. Ganhando espaço importante na Seleção Brasileira. E também na alça de mira do Real Madrid.
A maratona frenética do jogador de 24 anos tem dado muito certo.
O jogo foi previsível.
A Arábia atuou como contra a Alemanha e a Costa do Marfim. No 5-4-1. Buscando primeiro travar o toque de bola brasileiro, se defender. E depois contragolpear. O Brasil de André Jardine, montado pouco tempo antes de começar a Olimpíada, no 4-3-3, teve sérios problemas no primeiro tempo. Porque não conseguia se desvenciliar da forte barreira montada à frente do goleiro Al Bukhari.
O Brasil saiu na frente em um escanteio, cobrado com efeito por Claudinho. Matheus Cunha conseguiu escapar da marcação e desviou a bola para as redes. 1 a 0, Brasil. Os árabes sentiram o gol e três minutos depois, Guilherme Arana, muito bem na lateral, cruzou e Antony cabeceou no travessão.
Os árabes perceberam que não iria adiantar ficar apenas se defendendo. Foi quando veio a ordem do banco. O técnico Saad Al Shehri mandou que seu time marcasse a saída de bola do Brasil. A postura surpreendeu Jardine, perturbou o sistema defensivo brasileiro.
E o empate veio aos 26 minutos. De maneira infantil, a zaga se posicionou muito mal em um levantamento para a área da intermediária. A bola encobriu Diego Carlos. Al Amri cabeceou sem chance para Santos. 1 a 1.
O Brasil ficou nervoso, passou a errar passes. Terminou o primeiro tempo mal.
Como Costa de Marfim, naquela altura, vencia a Alemanha, Jardine sabia que seu time precisaria atacar, para garantir o primeiro lugar do grupo.
Tratou de colocar Malcon, tirando Antony, que outra vez não foi bem. Assim, Daniel Alves teria mais liberdade para atacar.
O lado físico também pesou para o lado brasileiro, muito melhor que o árabe. O cansaço trouxe desatenção. Aos 20 minutos, Matheus Cunha teve a coragem de chutar na trave o rebote do goleiro Al Bukhari, com o gol escancarado.
O 2 a 1 viria depois da entrada de Reinier no lugar de Claudinho. O Brasil ficou muito mais efetivo, objetivo. E foi assim que Daniel Alves cobrou falta, Bruno Guimarães ajeitou para o oportunista Richarlison marcar 2 a 1, aos 30 minutos.
O primeiro gol. Claudinho bateu muito bem o escanteio. Matheus Cunha marcou
Molly Darlington/ReutersOs árabes se abriram de vez, buscavam ao menos terminar a Olimpíada com um empate.
O que facilitou a tarefa do Brasil. Aos 47 minutos, Reinier foi à linha de fundo e deu um passe sensacional para Richarlison só empurrar para as redes.
3 a 1.
Brasil, inconstante, classificado.
Richarlison ganhando cada vez mais espaço na mídia.
Com direito a sonhar de verdade com o Real Madrid.
Desde que jogue como hoje.
E não preso, amarrado à ponta, como faz com Tite...
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