Sem seu escudo, Neymar, Tite sente a pressão por Jorge Jesus
Na convocação da seleção para dois mais inúteis amistosos contra Argentina e Coréia do Sul, o treinador viu se consolidar a sombra do técnico do Flamengo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Goleiros Alisson (Liverpool) Ederson (Manchester City) Daniel Fuzato (Roma)
Laterais Danilo (Juventus) Emerson (Bétis) Alex Sandro (Juventus) Renan Lodi (Atlético de Madri)
Zagueiros Eder Militão (Real Madrid) Felipe (Atlético de Madri) Marquinhos (PSG) Thiago Silva (PSG)
Meio-campistas Arthur (Barcelona) Casemiro (Real Madrid) Fabinho (Liverpool) Paquetá (Milan) Douglas Luiz (Aston Villa) Philippe Coutinho (Bayern de Munique)
Atacantes David Neres (Ajax) Roberto Firmino (Liverpool) Gabriel Jesus (Manchester City) Richarlison (Everton) Rodrygo (Real Madrid) Willian (Chelsea).
Na convocação de Tite para os dois últimos inúteis amistosos, que servem como caça-níqueis para a Pitch, o treinador percebeu que tem uma sombra para o seu cargo.
Ela é portuguesa e atende pelo nome de Jorge Jesus.
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Constrangido, ele teve de ouvir jornalistas elogiando, se derretendo pelo futebol impressionante do Flamengo.
O Brasil está há quatro jogos sem uma única vitória.
A ausência de Neymar, por conta do estiramento leve na coxa esquerda, foi uma exigência do PSG. O clube francês foi direto no boletim médico enviado à CBF: o atacante não tinha condição de atuar nos amistosos contra a Argentina e Coreia do Sul.
A imprensa francesa e os dirigentes do PSG deixaram claro que essas viagens absurdas para partidas insignificantes pela seleção só estão prejudicando o jogador mais caro do mundo. Ele se recuperaria a tempo, todos na CBF sabem, mas Tite não quis comprar briga.
Até ele sabe da inutilidade da viagem até a Arábia Saudita e Emirados Árabes para a Pitch, dona dos amistosos até 2022, ganhar o seu dinheiro.
E repassar um milhão de dólares, cerca de R$ 4 milhões, à CBF por amistoso.
Nem a conversa mais de 'rivalidade com los hermanos' repetida até dar náusea, forçada por Galvão Bueno nas transmissões da Globo convencem.
Até o mais ingênuo torcedor sabe que acontecem tantos amistosos entre Brasil e Argentina por que a 'pobre' AFA fez como a 'pobre' CBF e vendeu seus confrontos oficiosos para Pitch. Tudo o que essa empresa conseguiu foi vulgarizar, banalizar os confrontos das seleções mais tradicionais da América do Sul.
É o quinto jogo de Tite contra a Argentina.
Contra a Coreia do Sul, 39º no ranking, a partida não é nem levada em consideração, tamanha a fragilidade do adversário.
Em baixa por suas inoportunas convocações, que sabotaram os melhores times do Brasileiro, para partidas inúteis, Tite se submeteu ao desejo se Rogério Caboclo e da Rede Globo.
Nenhum jogador que atua no Brasil foi chamado para esses confrontos.
A direção do Flamengo já havia exigido que nenhum atleta do seu time fosse convocado. Tite jurou que não sabia, mas não convocou.
O treinador ainda tentou fazer piada e ficou ainda mais constrangedor.
"Um torcedor meu pediu 'convoca o Gerson'. E eu disse: 'Eu não, depois vocês vão me pegar.' Mas taí, um que eu gostaria de convocar é o Gerson."
Tite só demonstrou o quanto está enfraquecido.
E sabe que não há interesse nesses amistosos.
"Da Argentina eu já falei, vamos de novo pra uma competição oficial, pela grandeza, o grau de mobilização... Quando o atleta vem e a convocação é contra a Argentina, a percepção é diferente pela grandeza do clássico. A Coreia tem uma escola diferente, o Son, mas uma transição toda..."
Triste sua obrigação de tentar 'vender os jogos à imprensa'.
Sem seu escudo predileto, Neymar, Tite apelou para novos atletas. Como reservas, que deverão ter poucos minutos contra os sul-coreanos, como Rodrygo, do Real Madrid ou Douglas Luiz, que está no Aston Villa.
Tite percebeu o quanto o Flamengo de Jorge Jesus desperta o interesse, a satisfação de torcedores e da imprensa brasileira.
Lógico que foi instigado para analisar as diferenças entre o Brasil e o clube rubro-negro.
"Comparar fica um pouco injusto. Aí tu pega e quebra o tornozelo do cara. Pega o melhor do momento do Flamengo e compara com o pior momento da seleção, que não vence há quatro jogos", dizia, tenso.
"O Flamengo vive um momento mágico", admitiu logo depois.
A verdade é clara.
O treinador da seleção deixou de ser unamidade há tempos.
E tem, pela primeira vez, uma reconhecida sombra.
Alguém que pode assumir seu cargo.
O português Jorge Jesus...
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