Seleção deve a virada a Neymar. Menos gols só que Pelé
Neymar esteve impossível em Lima. Marcou três gols e foi o responsável pela goleada sobre o Peru. 4 a 2. Time de Tite embalado nas Eliminatórias
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A zaga atrapalhou.
Marquinhos e Rodrigo Caio ofereceram dois gols para os peruanos.
Mas a diferença técnica e física se impôs.
O Brasil goleou o Peru, na sua segunda partida pelas Eliminatórias.
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4 a 2 foi até pouco, em Lima.
Neymar, com três gols, se destacou no confronto.
Dois deles de pênalti.
E o terceiro, quarto da seleção, com muito senso de oportunismo, velocidade e coragem.
Ele foi decisivo na vitória do Brasil.
Tite havia feito muito segredo.
A 'grande surpresa' na escalação contra o Peru foi a escalação de Richarlison aberto na direita, na vaga de Everton Cebolinha. O técnico brasileiro apenas corrigiu a bobagem que fez ao colocar o ótimo atacante do lado contrário que está acostumado.
Diante dos fracos adversários sul-americanos, o Brasil pode se dar ao luxo de atuar no 4-3-3, com apenas um jogador de marcação forte, Casemiro. E ainda soltar os dois laterais, Danilo e Renan Lodi.
O argentino Gareca sabe que possui jogadores muito menos talentosos que os brasileiros. E, desde que assumiu o time peruano, em 2015, tem imposto a força física, o jogo coletivo.
Foi assim que levou o Peru à Copa do Mundo, em 2018, depois de 36 anos.
E hoje não seria diferente.
Tratou de apostar no 4-5-1.
A ordem era repetir o que fez na final da Copa América e no amistoso, no ano passado. Gareca sabe que o forte do time de Tite está no meio de campo. E no talento de Neymar.
O Brasil começou de maneira lenta, com enorme dificuldade para sair jogando. A marcação peruana começava no campo da seleção.
E aos cinco minutos, a defesa de Tite cometeu sua primeira falha grave.
Marquinhos, ao tentar afastar uma bola levantada, fez até pose.
Mas seu corte foi fraco e acabou ajeitando para o chute fortíssimo de Carrillo.
Peru 1 a 0, aos cinco minutos do primeiro tempo.
O gol muito cedo teve consequências imediatas.
O time de Gareca deixou de marcar a saída de bola, recuou para atrair o Brasil e aproveitar os contragolpes.
E Tite exigiu que seu time passasse a abafar os peruanos. E ficou clara a diferença técnica. Mas havia muita força física nas divididas.
O Brasil conseguiu o empate em um pênalti infantil.
Em uma dividida dentro da área, Neymar foi puxado pela camisa.
O próprio Neymar, que é dono dos pênaltis e faltas da seleção, cobrou.
Deslocou Gallese.
1 a 1, aos 27 minutos.
A partida seguiu muito brigada, mas sem grande emoção.
O Brasil ficou com enorme posse de bola, 68%, mas não conseguiu grandes chances.
Firmino estava perdido em campo.
Philippe Coutinho improdutivo, outra vez.
No segundo tempo, Tite mandou seu time outra vez tomar as rédeas do jogo.
Mas houve outra falha incrível da zaga.
Rodrigo Caio, que entrara no lugar de Marquinhos, rebateu um cruzamento para a entrada da área. Tapia bateu forte e a bola, perversa, desviou no próprio zagueiro do Flamengo e deslocou Weverton.
Peru 2 a 1, aos 13 minutos.
Perdendo o jogo, o Brasil adiantou sua marcação.
Gareca recuou seu time.
Tite já se preparava para colocar Everton Cebolinha no lugar de Firmino. E também Everton Ribeiro no de Philippe Coutinho. E Alex Telles na vaga de Renan Lodi.
Mas antes dos jogadores entrarem, a zaga peruana falhou, em um mero escanteio. Firmino cabeceou e Richarlison empatou, aos 19 minutos.
2 a 2.
O gol deu confiança ao Brasil.
E as trocas deixaram o time muito melhor.
O Peru cansou e afroxou a marcação.
Foi assim que, aos 34 minutos, Neymar foi derrubado na área.
Outro pênalti.
Ele bateu com convicção e marcou 3 a 2, aos 37 minutos.
A virada brasileira foi facilitada com a expulsão tola de Zambrano. O peruano deu uma cotovelada desleal em Richarlison e recebeu o vermelho.
Com um jogador, a mais, veio o 4 a 2.
Everton Cebolinha, que entrou bem demais, encontrou Everton Ribeiro livre.
O chute acertou a trave.
Mas Neymar chegava com muita velocidade.
Marcou seu terceiro gol.
4 a 2 Brasil, aos 48 minutos do segundo tempo.
Vitória justa do time de Tite.
Muito melhor tecnicamente que os peruanos...
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