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'Reconheço. O Brasil é o favorito para ir à semifinal.' Admite, preocupado, Modric. A derrota custará seu adeus às Copas

O melhor jogador do mundo de 2018 e melhor da história da Croácia, admite o favoritismo do Brasil. Sabe que travar a velocidade, ditar um ritmo lento para o jogo de amanhã, é a chave para tentar a grande surpresa da Copa

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Modric. O grande líder dos croatas. Amizades com os brasileiros do Real volta depois do jogo
Modric. O grande líder dos croatas. Amizades com os brasileiros do Real volta depois do jogo

Doha, Catar

"Pai.

"Eu só chamo ele de pai. Ele me tratou como um pai em Madrid.

"Me orientou, me orienta. Nunca pensei que fosse ter uma relação tão próxima."

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A empolgação de Rodrygo tem motivo.

Ele foi e é orientado no Real Madrid por Luka Modric, melhor jogador do mundo em 2018. E grande maestro do time croata.

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Passará por seus pés a grande guerra tática entre Brasil e Croácia, amanhã, aqui em Doha.

O que definirá a partida que vale uma vaga para a semifinal da Copa do Mundo será o ritmo do jogo. 

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O Brasil tentará impor velocidade, intensidade, vibração. Até porque tem o elenco mais descansado. Os croatas jogaram quatro partidas seguidas com seus titulares, não puderam se dar ao luxo de fazer como Tite, colocar seus reserva contra Camarões.

Ou seja, enquanto Lucas Paquetá e Neymar tentarão nas intermediárias buscarem Raphinha, Vinicius Junior, Richarlison forçar a correria, caberá a Modric mostrar que é o jogador cerebral que o Brasil não tem.

Aquele capaz de administrar o ritmo. Fazer a bola correr mais lenta, tirar o ímpeto, desequilibrar emocionalmente o Brasil.

Mesmo com 37 anos, não só excelentes meio-campistas Brozovic e Kovacic atuam em função dele. Mas todo o competitivo time croata.

"Nós temos de fazer o que for melhor para a Croácia. Nós sabemos muito bem do que o Brasil é capaz. Das dificuldades que ele vão tentar nos impor. Vamos para a partida sabendo o nosso potencial. E tenho consciência da forma e como a Seleção Brasileira joga", resumiu o croata, indagado pelo blog.

Modric é um jogador de enorme visão de jogo e capaz, sozinho, de transformar a dinâmica das inúmeras partidas competitivas que disputou. Com o Real Madrid ou com a Seleção Croata, vice-campeã da Copa de 2018.

"Ele é um jogador inteligentíssimo. Com o seu domínio, ele consegue atrasar ou acelerar a maneira com que o time joga. É um talento raro, que só percebe, de verdade, quem joga contra o Luka. Cansou de quebrar o ritmo dos adversários que enfrentávamos", elogia Casemiro, que jogou por sete anos seguidos com Modric.

Talvez por sua vida dramática, vivendo a sangrenta guerra civil que dividiu a Iugoslávia, deixando Sérvia e Croácia, um de cada lado, Modric tenha se transformado em um grande líder dos times onde passa.

Ele nasceu na cidade de Zadan, quando seu país era ainda a Iugoslávia, ao norte do que se tornou a Croácia. Teve seu avô assassinado na frente de sua casa.

Em um ambiente bélico, o futebol mudou sua vida, quando foi aceito na divisão de base do Dínamo Zagreb. Passou pelo Tottenham. E mudou a realidade do Real Madrid, levando racionalidade e ritmo mais lento ao clube espanhol, marcado por seus explosivos e mortais contragolpes. 

Quando há um adversário forte jogando fora de casa, principalmente na Champions League, é com Modric que Carlo Ancelotti troca ideias, analisa o adversário.

E é o que faz Zlatko Dalic, aqui no Catar. Ainda mais porque a Croácia tem 18 atletas que disputam pela primeira vez uma Copa do Mundo.

Modric sabe que seu time está desgastado. Não bastasse o calor constante daqui do Catar, com temperatura média de 29 graus, os jogos seguidos, a Croácia teve de enfrentar 120 minutos, mais pênaltis para eliminar o Japão nos pênaltis. Para enfrentar o Brasil.

O elenco segue muito mais cansado que o Brasileiro.

"A maior partida da Copa do Mundo está à nossa frente. Brasil é sempre favorito, mas especialmente nesta Copa, acredito que mereça sim ser favorito.

"Temos que ser nós mesmos, dar nosso melhor. Não nos contentar em ter chegado às quartas da Copa. Queremos mais."

E a sobrevivência europeia passa por dominar o meio-campo, com o tridente Modric, Brozovic e Kovacic. Os três são jogadores versáteis, inteligentes, técnicos e combativos. A troca de bola constante, precisa, mas lenta, procura quebrar a empolgação adversária. 

Tite também sabe que o grande duelo será entre a lentidão proposita croata e a habilidade brasileira, baseada não só no talento de seus jogadores. Mas na velocidade.

A maneira com que a Seleção ataca no 3-2-5 e defende no 4-4-2 está mais do que decorado pelos croatas. Travar essa dinâmica, atrair a Seleção para bolas nas costas dos laterais brasileiros, forçando contragolpes 'um contra um' diante com os atacantes diante os zagueiros de Tite.

A partida tem um ingrediente todo especial. 

Pode ser a última partida do melhor jogador da história da Croácia. 

Modric sabe que uma derrota será o adeus à Copa, competição que fez dele o melhor do mundo em 2018.

A imprensa croata insiste que ele fará absolutamente de tudo que for possível para conduzir seu time à uma inesperada vitória e classificação à semifinal do Mundial.

Ele tem sido o grande líder do elenco, quem anima, passa confiança, vibração ao elenco reformulado que chegou ao Catar.

"É um orgulho poder representar meu país, meu povo. Vamos enfrentar o grande favorito da Copa do Mundo. Mas sabemos que temos condição de ir além. E faremos de tudo para ir além."

Modric é muito prático em relação a Rodrygo, Vinicius Junior e Casemiro, brasileiros próximos de anos no Real Madrigo.

"A situação é muito clara. Na hora do jogo, todos vão defender seu país. Quando acabar a partida, seguiremos amigos. No campo será cada um do seu lado."

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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