Palmeiras ainda dividido. Abel quer seguir com Felipe Melo. O presidente, não. Leila não se compromete
Felipe Melo segue querendo ficar. O técnico Abel Ferreira também deseja sua permanência. Pelo futebol e pela liderança. Galiotte é que não deseja. Libertadores terá peso na decisão. Leila não assume nem 'sim' e nem 'não'
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Dezembro marca dois finais no Palmeiras.
O do mandato do presidente Mauricio Galiotte.
E o do contrato de Felipe Melo.
A situação no clube é escancarada.
Abel Ferreira quer seguir com o jogador e não concorda com a exposição do atleta, que é o maior líder do elenco.
O jogador também quer continuar.
Desde julho ele poderia ter assinado pré-contrato com outro clube. Não assinou.
Galiotte acredita que o Palmeiras precisa expor, dar espaço para Gabriel Menino, Patrick de Paula e Danilo, jogadores com mercado no Exterior e que podem render milhões de euros ao clube. Enquanto que Felipe Melo se encaminha para o final de carreira e não renderá nenhum centavo ao clube.
Além disso, de gênio forte, Galiotte se irritou ao ser cobrado publicamente por Felipe Melo sobre a renovação do seu contrato.
"O Felipe não estava sem saber qual era o futuro dele. Foi uma decisão dura, o Felipe ganhou títulos, tem o respeito do clube e do torcedor, mas alguns ciclos precisam ser encerrados, e agora temos um ciclo de garotos vindo por aí. Nós conversamos com toda a diretoria e comissão e tomamos essa decisão.
"O comunicado foi feito pelo Anderson, mas em consenso com todos: presidente, vice e comissão. Eu fico até o dia 5 de dezembro e não vou renovar o vínculo com ele. O Felipe tem contrato até o dia 31 de dezembro. Se o próximo presidente tomar outra decisão, já não cabe mais a mim", disse o dirigente ao Uol.
Acontece que Abel Ferreira segue querendo o jogador, por pelo menos mais um ano.
Diante do impasse, a decisão será do novo presidente do Palmeiras.
E tudo indica que será Leila Pereira, favorita absoluta à eleição.
E ela decidiu não se posicionar antecipadamente a nada envolvendo elenco. Se eleita, terá um homem-forte no futebol. Pode ser até mesmo Galiotte, que encerraria o ciclo de Felipe Melo.
Se não for, suas chances de prorrogar mais uma vez o contrato até o final de 2023, são grandes.
O jogador de 38 anos conta com o apoio de conselheiros da situção e oposição. Mas é das torcidas organizadas que vem o mais escancarado incentivo para que siga no clube.
"Eu dou a prioridade para o Palmeiras, porque fui campeão de tudo e sou capitão da equipe. Se o Palmeiras não me quiser e o Boca quiser, teremos que conversar. Aqui no Brasil, meu nome toma grandes proporções nos debates. Tenho que deixar claro que eu amo o Palmeiras. Caso o contrário, começam a dizer que eu estou querendo sair para o Boca ou para outro", disse o volante em entrevista ao canal argentino Tyc Sports.
Sempre polêmico, ele tratou de comparar o River Plate ao Corinthians. E dizer que não atuaria no time de Marcelo Gallardo.
"Não, é como o Corinthians. Escutei que o Corinthians me queria. Como vou jogar no Corinthians? Uma parte minha é verde, não posso.
"E não é porque eu não gosto do Corinthians, é por respeito. Se amo o Palmeiras, como jogaria no maior rival? Eu nunca joguei pelo Boca, mas gosto do clube."
A disputa da Libertadores terá um grande peso na decisão da nova diretoria.
O Palmeiras disputará a semifinal com o Atlético Mineiro.
Se passar e vencer a decisão, contra Flamengo ou Barcelona de Guayaquil, o Mundial será disputado no Japão, em dezembro.
Se o Palmeiras não conseguir vencer de novo a Libertadores, também.
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