Novo camisa 10 da Seleção. Rodrygo. Sendo preparado para assumir o lugar de Neymar na Copa dos EUA. CBF quer se prevenir

São Paulo, Brasil

"O Neymar falou: 'Já já eu estou saindo da seleção, e a 10 é sua’.

"Eu nem sabia o que falar para ele. Fiquei sem graça, dei uma risadinha e nem sabia o que falar direito. Falei para ele que ele tem que jogar mais um pouco, que eu não queria agora e tal. E aí ele deu uma risada.

"Zidane disse que um dia eu ia ser o melhor do mundo. Ancelotti também falou. Procuro treinar e evoluir a cada dia para chegar lá. Fiquei muito feliz. Tenho esse sonho, e sei que se me dedicar a cada dia posso chegar lá."

As revelações foram feitas por Rodrygo, no ano passado.

E, nove meses depois, o jogador de 22 anos começa uma caminhada muito diferente na seleção brasileira, que pode confirmar ou não tanto talento visto por Neymar, Zidane e Ancelotti.

Ramon Menezes, que foi um jogador muito técnico, entendeu que Rodrygo pode cumprir a missão em que Neymar fracassou. Ser o elo entre o meio-campo da seleção e o ataque.

Não vestirá a camisa 10 do Brasil, amanhã, contra o Marrocos, à toa.

Entre todas as apostas da primeira convocação após a fracassada passagem de Tite no comando da seleção, a em Rodrygo é a mais importante.

O potencial do meia-atacante do Real Madrid, como o substituto natural de Neymar, já é discutido há muito tempo na CBF.

Até mesmo Tite o via com condições de arcar com a responsabilidade de articular as jogadas ofensivas, deixando espaço para Vinicius Jr. deitar e rolar com seus dribles e arrancadas pela ponta-esquerda.

A imprensa de Madri, que acompanha o dia a dia do Real, vê em Rodrygo um dos melhores meia-atacantes do mundo nos próximos anos.

Rodrygo tentou amenizar a situação criada na Copa do Catar, quando foi o primeiro a bater, e errar, na decisão por pênaltis, contra a Croácia. E que custou a eliminação do Brasil nas quartas da Copa do Mundo.

"Gosto de começar batendo por ter confiança também no meu pênalti. Quando me perguntaram, eu falei: 'Não, eu vou bater'. Me coloquei à disposição, e, claro, eles decidem lá. Eu também era o mais novo, então não vou chegar lá e falar: 'Vou ser o primeiro ou vou ser o último'. Apenas me coloquei à disposição, e eles fizeram a ordem e eu comecei."

A situação não foi bem assim. Membros da comissão técnica deixaram escapar que Rodrygo pediu para cobrar, que estava confiante. E que Tite aceitou.

Se tudo der certo com Ancelotti assumindo o Brasil, a partir de julho, o meia-atacante será mesmo peça fundamental no time para 2026.

Independentemente de Neymar.

Há toda a preocupação do presidente Ednaldo Rodrigues em acabar com a dependência e os privilégios dados a Neymar.

O jogador de 31 anos continua se recuperando da operação de reconstrução dos ligamentos do tornozelo direito.

Ele havia pedido um período de descanso da seleção, após a eliminação da terceira Copa do Mundo que disputa e perde.

Rodrygo não tem o talento individual de Neymar.

Mas hoje tem mais velocidade, arranque, jogo coletivo, vibração do que o consagrado jogador do PSG.

Ramon sabe que amanhã a partida tem tudo para ser dificílima, com a empolgação dos marroquinos, que conseguiram ser os 4º colocados pela primeira vez em uma Copa do Mundo.

E será o reencontro com sua torcida.

O novo time brasileiro não tem o menor entrosamento diante da bem organizada seleção africana.

Mais do que o resultado, a principal preocupação da seleção será com a movimentação de jogadores que têm tudo para serem fundamentais na Copa de 2026.

O principal deles é Rodrygo.

Ninguém afirma abertamente, em voz alta, para a imprensa.

Mas há muita desconfiança se Neymar disputará a próxima Copa.

E Rodrygo será preparado nestes três anos e três meses que restam para o Mundial.

Seja com Ramon, Ancelotti ou o treinador que for...

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