Noite histórica. O VAR faz justiça. Tira o Brasil das trevas
O árbitro de vídeo mostrou sua relevância. Pela primeira vez na história do futebol brasileiro corrigiu duas decisões do juiz de Bahia e Palmeiras
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Foram duas situações históricas.
Que foi feita justiça.
Como há muito tempo se pedia no futebol.
Mesmo com a CBF economizando no número de câmeras, o Brasil entrou na modernidade.
Usou a tecnologia a favor da honestidade.
O VAR ( Video Assistant Referee) mostrou a que veio.
E salvou a arbitragem de Anderson Daronco.
A primeira intervenção do árbitro de vídeo foi aos 24 minutos do segundo tempo. Em um contragolpe fulminante, Dudu deu excelente assistência para o garoto Artur. A bola ainda chegava ao palmeirense dentro da área, que ainda arrumava o corpo, quando foi recebeu a trombada de Gregore.
Daronco marcou o pênalti, indiscutível.
Mas errou ao mostrar o cartão vermelho ao jogador do Bahia.
Artur ainda não tinha a posse de bola. O volante não merecia ser expulso. Leandro Vuaden que comandava o VAR logo chamou a atenção de Daronco.
A injustiça começava a ser corrigida.
Os dois discutiram muito.
Daronco não conseguiu impor o seu ponto de vista.
E diante da firmeza de Vuaden fez o sinal que foi consagrado na Copa da Rússia, desenhando no ar a tela de uma televisão.
Lá foi ele enxergar o erro que, se não fosse o recurso, lamentaria após o jogo.
E anulou o cartão vermelho. O trocou por amarelo. Gregore ficou em campo.
Bruno Henrique cobrou o pênalti no travessão.
Foi quase tudo perfeito.
A não ser a demora para a decisão correta, seis minutos.
Aos 45 minutos do segundo tempo, Deyverson disputou a bola pelo alto com Mena. O atacante acertou uma violenta cotovelada no lateral. Daronco, longe da jogada, não percebeu a maldade do palmeirense.
Foi outra vez alertado pelo VAR.
E Deyverson foi justamente expulso.
O empate entre Bahia e Palmeiras em 0 a 0 foi histórico.
Deixou no ar a sensação de alívio.
Nesse país marcado pela impunidade, a justiça chegou ao futebol.
Ainda apenas na Copa do Brasil.
Mas a tecnologia desembarcou para ficar.
Marcando um grande passo decisivo em direção à modernidade.
Acabando com a tolice que futebol sem erros não tem graça.
Termina com a conversa no boteco, com as polêmicas.
Bobagem sem tamanho.
O que aconteceu em Salvador foi histórico.
E o futebol neste país passará ser levado mais a sério.
Além de assumir a humanidade do árbitro.
Seus dois olhos não podem concorrer com 18, 20, 30 câmeras.
A noite deste dois de julho de 2018 merece entrar para a história...
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