Neymar usa Zico como escudo, se nunca ganhar Copa. Vê Diniz como técnico ideal da Seleção. Não, Ancelotti. E jura voltar ao Santos

São Paulo, Brasil

Em todo início de novo ciclo, Neymar dá uma longa entrevista à imprensa brasileira.

Repleta de promessas.

Fala em conquistas pessoais, desafio no novo clube.

Amor à seleção.

Já foi assim no Barcelona, no PSG; como não poderia deixar de ser, agora, no Al-Hilal.

Essa foi dada ainda quando entendia que o clube francês não o queria mais.

Pouco antes de ir para a Arábia.

Com seus maiores críticos longe da Globo, Galvão Bueno e Casagrande, o atacante aceitou dar uma longa entrevista à emissora carioca.

E, aos 31 anos e meio, com duas fraturas no mesmo osso do pé direito. Recém-recuperado de uma séria reconstituição dos ligamentos do seu tornozelo, também do pé direito.

Desvalorizado.

Está longe de ser o jogador mais caro do mundo. O PSG teve a coragem de pagar 222 milhões de euros pelo atacante, em 2017. Dinheiro que corresponde a R$ 1,1 bilhão. Sem mercado na Europa, com os grandes clubes não mostrando interesse por ele, nem mesmo o seu amado Barcelona, Neymar foi para o Al-Hilal por 90 milhões de euros, cerca de R$ 479 milhões.

A declaração mais espontânea, na entrevista divulgada hoje, é que ele está preparado para terminar a carreira sem ganhar uma Copa do Mundo. 

Já disputou quatro e fracassou em todas.

A dos Estados Unidos, em 2026, será a última.

Espertamente, ele se compara a Zico.

Ou seja, está preparado até para perder o próximo Mundial.

A desculpa está na ponta da língua. 

"Cara, eu espero, espero obviamente que um dia eu possa conquistar o meu maior sonho, que é conquistar a Copa do Mundo, isso é óbvio, mas às vezes isso não acontece.

"A gente tem um cara no Brasil que é um ídolo máximo, um dos maiores nomes da história do país, do Brasil, que é o Zico, e ele não tem uma Copa do Mundo.

"Isso não justifica a qualidade e o dom que ele teve, isso cabe da mesma forma comigo."

Neymar também deixou clara a sua preferência para que Fernando Diniz comande a seleção brasileira até a Copa dos Estados Unidos.

"Na minha ideia, o cara ideal hoje para a seleção era o [Fernando] Diniz, eu escancaro porque é um puta treinador, o jeito dele com a seleção brasileira iria muito bem."

Com Fernando Diniz, Neymar sabe que terá todos os privilégios que teve com Dunga, Felipão e Tite. Todos! Inclusive se quiser ser capitão do Brasil.

Inteligente, ele sabe que o seu rendimento não é o mesmo de dez anos atrás. A vida desregrada fora do campo e as contusões pesaram. E ele sabe que não terá o protagonismo absoluto da seleção. Dividirá com Vinícius Junior e Rodrygo, provavelmente.

"Vini e Rodrygo são dois jogadores de muita qualidade, dois craques que, tenho certeza, vão assumir esse papel de protagonista. Na minha opinião, já são, porque eles já têm esse nome para isso, independente de eu estar lá ou não para isso. Nunca fui um cara egoísta, muito pelo contrário; quanto mais protagonistas você tem no seu time, melhor o seu time é. Eu fico contente de eles estarem chegando a esse patamar, já estarem nesse patamar, e ajudarem a seleção brasileira, que é muito importante.

"São dois meninos que eu gosto muito, Vini e Rodrygo são dois amigos que eu tenho, converso muito com os dois. Espero poder ajudar, todos ali me conhecem, sabem do meu caráter, sabem a pessoa que eu sou fora dos gramados e no gramado também."

Disse que bateu palmas para a conquista da Copa do Mundo por parte do seu amigo íntimo, Messi.

"Fiquei muito feliz pelo ano que ele fez, mas, ao mesmo tempo muito triste, porque ele viveu os dois lados da moeda, foi ao céu com a seleção da Argentina, ganhou tudo nos últimos anos e com o Paris viveu um inferno, nós vivemos um inferno, tanto ele quanto eu.

"A gente fica chateado, porque a gente não está ali à toa, está ali para dar o nosso melhor, ser campeão, tentar fazer história, por isso a gente voltou a jogar junto, a gente se uniu ali para que pudesse fazer história. Infelizmente, a gente não conseguiu", dizia, diante da eliminação frustrante da seleção de Tite da Copa do Mundo do Catar.

Para arrematar, Neymar deixa claro que, antes de parar, vai jogar no Santos.

Não sabe, lógico, quando.

O atacante pretende disputar uma ou duas temporadas nos Estados Unidos depois dos dois anos de Arábia Saudita.

Ou seja, deverá voltar, se voltar ao Brasil, com mais de 35 anos.

"Cara, eu nunca deixei de ficar longe do Santos, sempre fui um cara escancaradamente santista, sou santista, voltei agora porque tive a oportunidade de estar aqui, poder ir ao jogo, às vezes quando estava de férias por conta das viagens e de tudo acabava não dando tempo de ir, mas dessa vez tive que reservar.

"Acho que a galera gerou uma confusão entre minha família, eu e o Santos que não tinha cabimento, não tinha nada a ver com a história. A imprensa colocou muita notícia errada nisso tudo. Foi ruim no momento, hoje em dia todo mundo consome esse tipo de notícia, quando a notícia não é verdadeira fica ruim para o nosso lado. Eu não sou um cara de ficar me justificando na internet, mas quem me conhece sabe.

"E voltar para o Santos obviamente sim, tenho essa vontade de jogar no Santos de novo. Sei que falando isso agora coloca uma pressão muito grande [risos], mas eu tenho vontade, já escrevi ali quando estava indo embora: eu vou, mas eu volto. Tenho vontade de jogar no Santos novamente, não sei quando, mas pode ter certeza de que eu vou voltar."

O pai de Neymar tem um projeto que poderá ajudar.

Ele, com amigos bilionários, pensam em criar uma SAF e comprar o Santos.

A ideia está apenas no início.

Mas pode ser fundamental para Neymar voltar à Vila Belmiro.

Se for sem Copa do Mundo, vir fica tranquilo.

Como ele mesmo disse, o Zico não ganhou a Copa.

Então Neymar também pode não ganhar.

Ele é o líder que Diniz quer no Mundial dos Estados Unidos...

Quem são os atletas que mais ganham dinheiro nas redes e o que eles podem comprar com um post?

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