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Cosme Rímoli - Blogs

'Neymar me algemou em um coqueiro. Na festa do Santos, campeão da Copa do Brasil.' Exclusiva com Madson, o último bad boy

As histórias de Madson são inacreditáveis. Como quando morava em uma cobertura no mesmo prédio de Dorival Júnior, então técnico do Santos. Em uma festa, sua mãe pegou um microfone e começou a gritar. ‘Escala meu filho, Dorival’. Ele jogou e aproveitou a vida

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Madson e Neymar sempre foram muito próximos. No gramado e nas farras Santos Futebol Clube

Nem Renato Gaúcho, que já viu de tudo, acreditou.

O então treinador do Vasco olhou a tatuagem e balançou a cabeça, espantado.

No braço do meia talentoso, e baladeiro, estava escrito ‘Madson, o Fod...’

Quando o técnico perguntou o motivo, ele começou a falar. Tinha um piercing, recém-colocado, na língua, que já estava inchada, com o adorno de metal. “Vá tirar, Madson...”


No Santos, a festa foi imensa, em Salvador, para a comemoração do título da Copa do Brasil, de 2010.

“Fomos para uma casa enorme, digamos, suspeita. E os caras resolveram aprontar comigo, porque eu zoava muito com eles. “Neymar, Ganso, Robinho decidiram me algemar em um coqueiro. Eles e os outros do time. Se vingaram das minhas zoeiras. Todos filhos da mãe! “Mas logo ficaram com dó e passaram a me dar bebida na boca. Até que eu me soltei das algemas, que eram frágeis e eu não tinha percebido. Amava aquela turma.’


Aos 38 anos, pai de quatro filhos, comentarista do Canal Desimpedidos, Madson tem maturidade para analisar sua vida como se fosse um filme, com roteiro surreal. Aproveitou até não mais poder nas suas passagens pelo Vasco, Santos e Al-Khor, do Catar, clubes onde foi feliz.

“Fiz tudo o que tinha direito e até o que não tinha. Como morar na cobertura do prédio onde também morava o Dorival Júnior, que me treinava no Santos. Fiz festas e festas. As baladas eram no meu apartamento. O time todo ia para lá. “Em uma delas, peguei o microfone do karaokê e, a todo volume, comecei a gritar. ‘Me escala, Dorival’. Ele me usava como 12º jogador.


“Aí, veio a minha mãe, que estava na festa, me tomou o microfone e começou a berrar, mais do que eu. “Dorival, escala meu filho... Dorival, escala meu filho...” O treinador, no dia seguinte, só olhou para Madson e falou: ‘Eu ouvi, Madson...”

Canhoto hábil, veloz, jogava de maneira surpreendente, com seu 1m58. Mas as farras e, principalmente, os constantes atrasos, o fizeram pagar caro. “Eu tinha sido o melhor meia do Paulista, em 2009. Perdi a posição porque chegou o Robinho. Mas abusei, cansei a direção do Santos. Fui negociado em 2011. Perdi a chance de ganhar a Libertadores, jogar a decisão do Mundial, contra o Barcelona.

“Paguei pelo que fiz.”

Ele viu surgir Neymar, da base.

“Magrelo, atrevido, talentoso demais. E humilhava os nossos zagueiros, sem dó. Nós sabíamos que estávamos diante de um dos melhores do mundo. Ele tem um coração gigante. Pena que as pessoas não o conheçam de verdade, por conta do assédio absurdo. A Seleção ainda depende dele. E o Santos? Se ele não voltasse agora, o que seria do clube?” Madson tem o raciocínio muito rápido, tem tudo para se firmar como comentarista.

" E sabe como encantar com suas histórias.

“Fiquei sete anos no Catar. Três anos fui comportado, a lei é rígida demais por lá. Mas os últimos quatro anos... Eu já zoava geral. Uma das que posso contar é engraçada. Lá os jogadores não ficam pelados no vestiário. “Decidi um dia ficar escondido, nu, dentro do cesto onde os atletas deixavam suas roupas, depois do treinamento. E quando todos estavam perto, eu pulei do cesto, pelado.

“Uns riram muito outros só gritavam ‘haram’, ‘haram’, ‘haram’, que é pecado, em árabe. No fim, todos me chamavam de ‘crazy’, ‘crazy’, que significa louco. Fui muito feliz por lá...” Madson admite que poderia ter conseguido ir além como jogador. “Em 2009, por exemplo, mereceria pelo menos uma convocação. Mas eu entendo. Fui muito louco. E acabei sendo rotulado como jogador problemático. Perdi muitas chances na vida. Aproveite, muito bem, outras. Eu era pobre, em Volta Redonda, sem grandes perspectivas. O futebol mudou tudo. Vivi exatamente como queria. Está tudo certo.” Pergunto, então, mas por quê a tatuagem de ‘Madson, o Fod...?’ “Porque sou fod...,ué?!”

A entrevista completa está no Canal do Cosme Rímoli, uma parceria com o R7.

Toda semana há uma entrevista nova, com um personagem ligado ao esporte.

Já são mais de 8,9 milhões de acessos.

E 100 convidados diferentes...


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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