Marmitas, Serasa, Itaquerão, Vergonha. Impeachment de Andrés?
Conselheiros estão revoltados com as humilhantes dívidas não pagas pelo Corinthians. Nasce o movimento pela saída do presidente
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
A Serasa foi criada em 1968.
A iniciativa foi dos principais bancos do país.
Para criar uma ficha cadastral única.
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Na, verdade, os banqueiros queriam se proteger dos inadimplentes, dos endividados.
A Serasa foi inspirada no SPC, serviço criado em 1955, a pedido das então poderosas, Casas Minervas à Associação Comercial de São Paulo.
Uma empresa com nome no Serasa tem extrema dificuldades para obter empréstimos, obter financiamento.
A Arena Itaquera S/A acabou de entrar nesta odiada lista.
Levado pela Caixa Econômica Federal.
O centenário Corinthians é o responsável direto por essa empresa que tem como responsabilidade pagar o empréstimo de R$ 400 milhões feito pela Caixa, para a construção do Itaquerão.
Desde 2014, o Corinthians só pagou R$ 160 milhões.
Os juros não param de aumentar a dívida.
O acordo era o pagamento de R$ 6 milhões mensais.
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O presidente Andrés Sanchez dizia que havia duas parcelas em atraso. O banco mostrou que são seis e chegam a R$ 48 milhões.
Andrés está surpreso.
Não esperava essa postura, a desmoralização pública.
Mas há explicação.

Com a saída do PT, com a perda de poder do ex-presidente Lula, a relação com o banco ficou muito mais dura.
Ainda mais com Pedro Guimarães assumindo o comando do banco. Sua formação acadêmica tem como base a privatização. Em Brasília, jornalistas econômicos avisavam que ele defendia o estado tratando os clubes de futebol como clientes, sem privilégios populistas, como sempre acontecia.
Daí a exposição do Corinthians.
O Conselho Deliberativo não aceitou essa humilhação e convocou uma reunião extraordinária para o dia 30 de outubro.
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Andrés Sanchez terá de explicar, detalhar, mostrar, provar qual é a real situação financeira do Corinthians.
Não bastassem o clube ter suas contas bloqueadas por não pagar as marmitas fornecidas pela empresa Refine Comercial, ter o troféu do Mundial penhorado, o clube passa por outra situaçao vexatória.
A empresa Tejofran entrou com uma ação na justiça. Quer R$ 5,2 milhões que o clube deve por conta da limpeza e segurança da arena.
A diretoria confirma a dívida e garante que está tentando um acordo.
Os dirigentes garantem que farão de tudo para não atrasar os salários dos jogadores.
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O comprometimento financeiro do clube é preocupante.
Sem o estádio, o clube apresentou no último balanço, em 2018, dívidas de R$ 469 milhões.

E faturou R$ 430 milhões.
R$ 39 milhões negativos.
Só que o Itaquerão segue sangrando o clube, travando a administração.
A dívida com o estádio já passa de R$ 1, 2 bilhão.
A Odebrecht contesta a afirmação de Andrés que o clube só deve R$ 160 milhões à construtora. Insiste no valor de R$ 650 milhões.
As dívidas no primeiro semestre passaram dos R$ 500 milhões.
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Enquanto isso, conselheiros revoltados afirmam ter sido uma bobagem a construção da arena dessa maneira, comprometendo financeiramente o clube.
Melhor seria participar do projeto de privatização do Pacaembu, que acaba de ser sacramentado.
E o estádio deverá ficar sob o domínio do Santos.
Jamais Andrés Sanchez foi tão pressionado, questionado.
Nos bastidores, ele diz estar sendo sabotado.
O presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é Antônio Roque Citadini, velho adversário político de Andrés.
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A oposição, comandada por Citadini, teria acesso às dívidas corintianas. E, deixaria Sanchez em posição difícil, tornando cada uma delas pública.
O grupo de Citadini nega.
E afirma que as contas são públicos.
Qualquer jornalista tem acesso a elas.
Só que há um detalhe significativo.
Cada cobrança que tem chegado à mídia é absolutamente verdadeira.
Seja quem for que a revele.
Já há conselheiros insistindo em impeachment de Andrés.

O movimento começou tímido.
Mas está crescendo.
É uma situação difícil.
O presidente ainda tem maioria entre os conselheiros.
Só que a revolta com as dívidas é enorme.
Ele terá muito o que explicar no dia 30...
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