Marcos Braz avisou. Se demitirem Domènec, ele também deixa o clube
Alexandre Vidal/FlamengoSão Paulo, Brasil
Assim que Jorge Jesus confirmou que iria embora do Flamengo, para voltar ao Benfica, o presidente Rodolfo Landim foi claro.
Conversou com o responsável pelo futebol do clube, o vice Marcos Braz. E o deixou à vontade para fazer uma peregrinação no mundo, para escolher o novo técnico.
A indicação de Jesus era o português Carlos Carvalhal.
Ele fez ótima campanha com o pequeno Rio Ave, o levou à Liga Europa.
Mas ele logo avisou que queria seguir em Portugal, ficaria no Braga.
Marcos Braz então jantou com os espanhóis Fernando Hierro e Domènec Torrent.
Se encantou com o plano tático do ex-auxiliar, por 11 anos, de Guardiola.
E o fez entra em contato com Landim, para sacramentar a contratação.
Até o final de 2021.
Com multa muito maior do que de Jorge Jesus, que facilitou ida ao Benfica. Em vez de 1 milhão de euros, cerca de R$ 6,1 milhão. Com o espanhol foi fechado o valor de 3 milhões de euros, R$ 18,5 milhões.
Paga quem pedir para o contrato ser encerrado, o técnico ou o clube
De filosofia completamente diferente de Jorge Jesus, o choque com os jogadores foi inevitável. A começar pelo rodízio, que os atletas abominam. Os principais se acostumaram a atuar constantemente.
Domènec impôs rodízio. E mudança profunda tática. Jogadores detestaram
Alexandre VIdal/FlamengoE outro ponto fundamental: a maneira diferente taticamente de atuar. Em vez de pressão, objetividade, coragem, onde quer que seja a partida, o Flamengo passou a ser um time muito menos agressivo. Especialista em prender a bola. Com seus jogadores mais estáticos, guardando posição.
Os atletas detestaram as mudanças.
O time ficou comum, previsível, fácil de travar.
A situação que estava ruim ficou terrível ontem.
O Independiente del Valle, do técnico também espanhol Miguel Ángel Ramírez, sondado e desprezado pela direção flamenguista, fez o que quis em Quito. Impôs seu toque de bola, seus ataques em bloco, sua sede de golear.
E goleou o Flamengo ontem por 5 a 0.
Na madrugada de hoje, no Equador, enquanto a delegação se preparava para se deslocar para Guayaquil, onde terça-feira enfrentará o Barcelona, a questão da demissão de Domènec foi levantada.
E o vice-presidente Marcos Braz, homem que o escolheu, avisou.
Se o treinador for demitido, ele sairá também.
Braz tem muito poder na diretoria.
É sua ala política que sustenta Rolando Landim no cargo.
Aliás, Braz é o sucessor natural do dirigente.
Para o vice, o espanhol teve apenas 11 jogos à frente do Flamengo.
É preciso tempo para impor seus conceitos, havia avisado.
Mesmo com ressalvas, Landim aceitou.
Não quis perder aliado tão poderoso.
A desilusão, vergonha, tensão na fisionomia dos jogadores humilhados em Quito
Reprodução/TwitterMas se houver novo desastre em Guayaquil, tudo pode se complicar.
Depois de pedir desculpas à torcida ontem, pela goleada, o espanhol fará uma reunião com os jogadores hoje.
Para tentar resgatar a autoestima.
A confiança.
A goleada, a humilhação foram fortes demais...
Curta a página do R7 Esportes no Facebook
Flamengo é alvo de zoeiras após derrota por 5 a 0 na Libertadores