Justiça a Marcelinho Carioca. O ídolo que as torcidas amavam odiar
Egocêntrico, mulherengo, contestador. Talentoso, foi o maior vencedor na história do clube. Demorou, mas ganhará o justo busco no Parque São Jorge
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Neco, Claudio, Luizinho,
Baltazar, Sócrates, Rivellino.
E, agora, Marcelinho Carioca.
A diretoria corintiana decidiu ceder à pressão de conselheiros e torcedores.
O jogador mais polêmico da história do clube terá um busto no Parque São Jorge.
Havia uma resistência dos dirigentes pela série de polêmicas criadas pelo jogador.
Briga com Vanderlei Luxemburgo na madrugada da decisão da Copa do Brasil de 2001, cuja vitória do Grêmio foi o primeiro passo vitorioso nacional para a carreira de Tite.
A briga pública com Ricardinho, com direito a 'ele ou eu', e saída do Corinthians.
A suspeita promoção da Federação Paulista, sob o comando de José Eduardo Farah, o Disque Marcelinho, para decidir em qual clube grande de São Paulo, ele atuaria. Deu Corinthians, lógico.
Ninguém se esquece pênalti perdido contra o Palmeiras na semifinal da Libertadores de 2000.
Suas entrevistas polêmicas, discussões com jornalistas.
A passagem relâmpago pelo Valência, que pagou caríssimo na época pelo brasileiro, 7 milhões de dólares. Para que entrasse em campo apenas 11 vezes e marcasse um único gol.
A pesada discussão na TV Bandeirantes com Luxemburgo, com o treinador o taxando como mentiroso, moleque, safado e garantindo ter tirado mulher do quarto do jogador.
Marcelinho confirmou o motivo da discussão.
"Teve esse problema com o Vanderlei, que eu acho um dos melhores treinadores do Brasil.
"Foi na Bahia, a mulher era maravilhosa.
"Ele me tirou da Seleção, mas não tinha como deixar, não.
"Ela chegou e falou assim: eu não quero o velho, não.
"Quero o pretinho.
"Aí o pretinho foi lá..."
Mas as ofensas custaram ao técnico uma ação na justiça de R$ 351 mil.

Há as famosas brigas com o colombiano Rincón.
Por isso, o busto de Marcelinho Carioca demorou tanto.
Só que os dirigentes cometiam enorme injustiça.
Dentro do gramado, ninguém ganhou mais títulos com a camisa corintiana.
Foram dez.
Ganhou o Mundial de 2000, a Campeonato Brasileiro 1988 e 1989, Copa do Brasil, 1995, quatro Paulistas, 1995,1997,1999, 2001, Ramon de Carranza, 1996 e Copa Bandeirantes 1994.
Foram 206 gols em 443 jogos. Atuou entre 1994 e 1997, 1998 e 2001, 2006. Em 2010, entrou em campo na festiva partida comemorando o centenário do clube.
O melhor cobrador de faltas da história do Corinthians. Um dos maiores do futebol deste país.
Filho de um gari com uma empregada doméstica, o futebol transformou a vida do menino pobre que 'apostou tudo' com 14 anos, nas categorias de base do Madureira. Depois foi para o Flamengo e fez história no Corinthians.
Com o final da carreira, tentou ser músico gospel, político.
Cursou jornalismo.
E hoje é comentarista esportivo na rádio Capital.
Sobre o busto, ele comentou.

"Mandei uma foto.
"Não podia ser sorrindo, com cara de bravo, corintiano.
"Cara de corintiano vibrante..."
O clube faz justiça a um dos seus maiores ídolos.
E que as torcidas adversárias amavam odiar...
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