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Jesualdo, iludido, e demitido. Cuca oferecido. Santos está sem rumo

Diretoria deu apenas 15 partidas para o português de 74 anos. Vexame. Peres o demitiu para não ficar isolado politicamente. Cuca foi oferecido

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Os 74 anos não adiantaram. Não percebeu o erro ao vir para o Santos
Os 74 anos não adiantaram. Não percebeu o erro ao vir para o Santos

São Paulo, Brasil

15 jogos.

Nenhum reforço.

Salários constantemente atrasados.


Corte no rendimentos dos atletas de 70%, sem consentimento, acordo ou negociação.

Titulares indo na justiça para se livrar da equipe.


Clube dividido politicamente.

Vinda a um país com cultura no futebol oposta à europeia.


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Pandemia.

Dentro desse cenário lastimável, 15 jogos depois, Jesualdo Ferreira foi demitido sumariamente.

O técnico mais velho do Brasil não teve visão do caótico ambiente que domina o Santos Futebol Clube.

E o 'mestre de Jorge Jesus' vai embora envergonhado.

Ele não queria ir embora.

Desejava 'vencer no Brasil'.

Mas contava apenas com o apoio do superintendente de futebol, William Thomas, que foi a pessoa que o contratou.

Jesualdo estava sem trabalhar em Portugal, apenas comentando jogos para a televisão.

Assim como Jorge Sampaoli, ele chegou iludido à Vila Belmiro. Acreditou que o clube se reforçaria para montar um time à altura do Flamengo, do seu conterrâneo e 'pupilo' Jorge Jesus.

O presidente José Carlos Peres além de repetir não haver dinheiro, foi obrigado a pensar na própria sobrevivência política. As contas do Santos foram reprovadas pelo segundo ano seguido e ele pode ser demitido. Não deu o apoio que Jesualdo esperava.

Nas suas mãos, o Santos não conseguiu empolgar. Está certo que o tempo foi curto. E o elenco limitado. Mas o time foi instável demais taticamente.

Sem alma, personalidade.

Jesualdo acreditava que reestruturaria o time durante o Brasileiro.

Cuca trabalhou com Peres em 2018. Brigas, discussões públicas. Até a saída
Cuca trabalhou com Peres em 2018. Brigas, discussões públicas. Até a saída

Só que Peres foi encurralado por membros da sua própria diretoria. Ou ele demitiria o português ou ficaria isolado politicamente.

Daí a sua decisão hoje.

A quatro dias da estreia no Brasileiro, contra o Red Bull Bragantino.

Enquanto isso, intermediários tentam empurrar Cuca de volta à Vila Belmiro.

Ele teve inúmeros problemas com José Carlos Peres em 2018.

Mas, estranhamente, o presidente o elogiava já em junho.

"Até hoje converso com Cuca, sou fã número 1. Tem condição de pegar um time e fazer grande trabalho. É um cara pilhado, né? Nervoso. 150 por hora e gosto disso. Sujeito bacana."

Até antecipou à rádio Bandeirantes a possibilidade de retorno.

"Não há a menor dúvida. Gostamos muito dele. O Cuca tem mais cara do Santos que do São Paulo. Temos mais alguns meses de mandato... Quem sabe? Se surgir oportunidade..."

Na mesma entrevista, no entanto, elogiou Jesualdo. 

"Não começou bem, estava em adaptação, depois melhorou, está classificado em todas as competições, não saímos de nenhuma. Faz trabalho precioso sobre lançar meninos."

"Há vários garotos sendo lapidados. E um auxiliar dele no sub-23. Faz esse trabalho primoroso, está em adaptação. Não reclama, senta, conversa, discute, sempre pronto para ouvir."

"Temos conversado bastante."

"Estrangeiro, pega uma pandemia dessa, aguentou, continua no Brasil e não abandona o posto."

"Sujeito valente."

Jesualdo nunca reclamou do fraco elenco que teve nas mãos. Foi leal
Jesualdo nunca reclamou do fraco elenco que teve nas mãos. Foi leal

Só que os elogios foram vazios.

Dois meses depois, o trabalho 'primoroso' foi desprezado.

E o português mandado embora, sem piedade.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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