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Itália e Espanha admitem: futebol foi cúmplice do coronavírus

O futebol brasileiro, que deseja voltar qualquer maneira, por dinheiro, deve observar o que aconteceu na Europa. Na Itália, na Inglaterra e na Espanha

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Torcida do Atlético de Madrid chegando a Liverpool. Espalhando a pandemia
Torcida do Atlético de Madrid chegando a Liverpool. Espalhando a pandemia Torcida do Atlético de Madrid chegando a Liverpool. Espalhando a pandemia

São Paulo, Brasil

Para dirigentes brasileiros que desejam apressar a volta do futebol, de qualquer maneira, mesmo com a pandemia do coronavírus, vem a lição da Europa.

Na verdade, um 'mea culpa'.

Os prefeitos de Madri, na Espanha, e Bergamo, na Itália, confessam que erraram ao se deixar seduzir pela importância da Champions League.

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A Organização Mundial da Saúde já havia alertado sobre o perigo do coronavírus. 

Os números de vítimas e as dezenas de países atingidos já indicavam pandemia, quando os clubes estavam prontos para jogar.

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Por mais arrecadação, o Atalanta não quis atuar no seu estádio, com capacidade para apenas 21 mil torcedores. E levou o jogo decisivo contra o Valencia para Milão, para o San Ciro, que suporta 80 mil pagantes.

A partida foi no dia 10 de março.

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"O jogo foi uma bomba biológica. Naquela época, não sabíamos o que estava acontecendo. O primeiro paciente na Itália surgiu em 23 de fevereiro.

"Se o vírus já estava em circulação, os 40 mil torcedores que foram ao San Siro foram infectados. Ninguém sabia que o vírus estava circulando entre nós", confessou o prefeito de Bergamo, George Gori.

Mais de 40 mil italianos foram de Atlanta para Milão. Por jogo da Champions
Mais de 40 mil italianos foram de Atlanta para Milão. Por jogo da Champions Mais de 40 mil italianos foram de Atlanta para Milão. Por jogo da Champions

"Muitos assistiram ao jogo em grupos e houve muito contato naquela noite. O vírus foi transmitido de um para o outro", relembra.

Não foi por acaso que a região da Lombardia, onde fica Bergamo, acabou sendo o epicentro das mortes pelo coronavírus na Itália.

No dia seguinte ao jogo, em uma combinação terrível, aconteceria Liverpool e Atlético de Madrid, na Inglaterra.

Foram mais de três mil espanhóis viajando para Liverpool.

No mesmo dia 11 de março, quando a OMS declarou oficialmente a pandemia.

"Não fez nenhum sentido 3.000 torcedores viajarem naquela época. Olhando para o que aconteceu, todos deveriam ser mais precavidos. Foi um erro", reconhece agora, o prefeito de Madrid, José Luiz Martinez-Almeida. 

Ele coloca esse deslocamento como fundamental para a contaminação de dezenas de milhares de pessoas na capital espanhola.

Tanto Martinez Almeida quanto Gori se posicionam completamente contra a volta do futebol, sem a perspectiva do fim da pandemia.

Na Espanha os números mostram que o quanto a situação segue tenebrosa. Nas últimas 24 horas, morreram 410 pessoas, somando 20.453 falecidos desde o início da pandemia. Foram 195.944 registrados.

Na Itália, segue ainda pior. 

Já são 23.227 mortos. Foram 482 mortos de sexta para sábado. Com 172.434 infectados.

Martinez Almeida e Gori têm certeza.

"O futebol contribuiu e muito com essa pandemia. Não percebemos o grave erro que cometemos", resume Gori...

Dirigentes brasileiros não se importam com a pandemia. Querem jogos de volta
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Os dirigentes brasileiros precisam ter consciência.

E perceber o que fazem.

Por dinheiro, querem a volta do futebol.

O mais rápido possível.

Mesmo com o crescimento da doença.

Sem um estudo profundo das consequências na pandemia.

Encontro da ganância com irresponsabilidade.

Até hoje pela manhã, são 36.925 infectados.

E 2.372 mortos no Brasil...

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