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Motivos que fazem o Brasileiro ter preço vergonhoso no Exterior

Os clubes devem fechar nesta sexta-feira a transmissão do Brasileiro ao Exterior. Pelos próximos quatro anos, R$ 210 milhões. Parece muito. Não é

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Jogos de madrugada, clubes desconhecidos, sem estrelas. Brasileiro barato
Jogos de madrugada, clubes desconhecidos, sem estrelas. Brasileiro barato Jogos de madrugada, clubes desconhecidos, sem estrelas. Brasileiro barato

São Paulo, Brasil

40 milhões de dólares.

Por quatro anos.

R$ 210 milhões.

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75% dessa quantia fica para os clubes da Série A, R$ 157 milhões.

20%, R$ 42 milhões, destinados às equipes da Série B.

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E 5%, cerca de R$ 10,5 milhões, aos times da Série C.

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Estes os valores que foram propostos ao clubes pela transmissão do Brasileiro da Série A para o Exterior.

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Por quatro anos.

Vale fixar os valores para as principais equipes, os times da Série A.

São R$ 157 milhões divididos por 48 meses.

Se fossem divididos igualmente, cada clube receberá R$ 7,8 milhões.

Só que esses R$ 7,8 milhões precisam ser divididos pelos quatro anos, para encarar a realidade.

São R$ 1,95 milhão por ano.

Ou R$ 162 mil a cada 30 dias.

Foi realizando essa conta básica, que pode ser ainda diminuída, que fez o Athletico desistir de participar da venda.

Seus jogos não estarão incluídos no pacote.

A quantia deverá ser menor porque clubes com maior representatividade, como Flamengo e Corinthians devem exigir fatias maiores do bolo para aceitarem a transação.

Só Daniel Alves, jogador do São Paulo, recebe R$ 1,5 milhão por mês.

Mas os dirigentes brasileiros estão ávidos para fechar a negociação, na próxima sexta-feira, às 15 horas.

O dinheiro é considerado um alívio nesta pandemia do coronavírus.

E admitem que o produto não é valorizado no mundo.

Há vários fatores que pesam.

O primeiro não é o fuso horário, quatro horas a mais que os principais países europeus, por exemplo.

Mas sim a certeza que a força do futebol brasileiro está nos jogadores. 

E não nos clubes.

Os talentos nascidos aqui, no auge da forma, estão no Exterior.

Aqui, os envelhecidos, sem mercado nas grandes equipes europeias.

Ou jogadores sem potencial para cruzarem o Oceano Atlântico.

Por isso, o Brasileiro acaba sempre tapando buracos nas grades europeias ou norte-americanas.

Além disso, por conta do calendário nacional ser o contrário do europeu, não há intercâmbio. Não há excursões, como nas décadas de 60, 70. Os grandes clubes daqui são desconhecidos no mundo.

Quase irrelevantes.

Mais o fato de a Seleção Brasileira, mesmo fracassando em Mundiais desde 2002, não levar 20% de atletas nacionais nas suas convocações mais importantes.

Acrescente o fuso horário desfavorável, as confusões nos tribunais que sempre ameaçam campeões ou rebaixados.

E o produto ser de baixa qualidade.

Como mera comparação, a Premier League, o Campeonato Inglês, conseguiu arrecadar 10,4 bilhões de dólares, em três temporadas. 2019/2020, 2020/2021 e 2021/2022.

Nada menos do que R$ 54 bilhões em direitos de mídia.

A comparação é assustadora.

Mas os clubes brasileiros não têm saída.

Os dirigentes sabem.

Por isso aceitam receber essa quantia baixíssima.

É ela ou nada.

É um choque de realidade.

Que tem como responsáveis os próprios dirigentes.

Enquanto o calendário brasileiro for ao contrário dos países que importam realmente para o futebol, os europeus, a situação continuará da mesma maneira.

Seria o primeiro passo.

Porque não há força econômica para segurar suas estrelas.

Gabigol, Bruno Henrique, Daniel Alves, De Arrascaeta, Dudu, por exemplo, estão por aqui porque não interessam grandes clubes europeus.

Campeonato com jogos de madrugada, sem jogadores importantes mundialmente, de clubes desconhecidos tem de custar barato.

Tão simples quanto cruel...

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